Como permanência de David Neres no Ajax “ameaça” elenco do São Paulo

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UOL

Arthur Sandes e José Eduardo Martins

Rombo nas contas pressiona São Paulo a vender jogadores para não fechar 2019 no vermelho - Marcello Zambrana/AGIF

A venda de David Neres a algum gigante europeu seria muito bem recebida pelo São Paulo nesta janela de transferências, mas tal possibilidade caiu por terra com a renovação do ex-tricolor com o Ajax (HOL), anunciada ontem. Com direito a 23% do valor de uma futura venda, o clube do Morumbi agora é obrigado a fazer caixa de outras formas, em cenário em que a venda de jogadores ganha ainda mais força.

David Neres era a principal alternativa são-paulina para tentar evitar a venda de atletas do atual elenco, pois uma transferência no mercado europeu ajudaria a tapar boa parte do buraco nas finanças do Tricolor – seriam mais de R$ 60 milhões em caso de negócio com o Manchester United (ING). O São Paulo mantém sua porcentagem sobre o jogador, mas o problema a curto prazo permanece.

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A delicada situação financeira no Morumbi recentemente culminou em atraso no pagamento de direitos de imagem e na tomada de empréstimo de R$ 37 milhões. O alerta cresce por causa das contratações de peso de Alexandre Pato, Tchê Tchê, Daniel Alves e Juanfran, e o clube precisa tirar dinheiro de algum lugar. Com calendário limitado ao Brasileirão e agora sem fontes de renda alternativas, torna-se quase inevitável a venda de jogadores para não fechar 2019 no vermelho.

Esforçando-se para manter suas principais revelações, o clube rejeitou contatos de interessados em Antony e Igor Gomes. A diretoria entende que tanto o ganho esportivo quanto o financeiro serão maiores caso ambos continuem no clube, mas o agravamento dos problemas de caixa tende a forçar medidas emergenciais.

Outro caso é o de Arboleda, que esteve na vitrine durante a Copa América, mas não despertou grande interesse estrangeiro – as ofertas são raras e baixas no entendimento são-paulino. O zagueiro chegou até a ser considerado venda certa pelo clube, mas permanece. Daí que o São Paulo é refém da demanda: é dono de ativos cobiçados pelo mercado, mas não pretende vendê-los; também aceitaria vender o equatoriano, mas o mercado não oferece muito.