Por que Daniel Alves abriu mão da Europa e fechou com o São Paulo

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UOL

Bruno Grossi, João Henrique Marques e José Eduardo Martins

Reprodução

Para muitos ainda é difícil de acreditar, mas Daniel Alves é do São Paulo. Apesar de não ter o poderio econômico dos clubes europeus, o Tricolor paulista conseguiu convencer o capitão da seleção brasileira na Copa América a voltar a jogar no futebol nacional. Os motivos para o lateral direito ter aceitado o projeto apresentado pelo clube do Morumbi vão do sonho de infância ao convívio com os filhos.

Segundo apurou o UOL Esporte, as conversas com o jogador começaram a se intensificar durante o torneio continental, quando a equipe do técnico Tite treinou no CT da Barra Funda. Executivo de futebol, Raí passou a capitanear as operações. Longe de viver um momento positivo financeiramente, o clube desenvolveu um plano para capitalizar recursos que contava com parceiros.

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O Tricolor pode falar até com empresas que não estejam ligadas a outros clubes, para não provocar qualquer tipo de ruído. Por outro lado, o aumento de visibilidade do time também pode melhorar as condições com os atuais patrocinadores. Desta maneira, o time conseguiu viabilizar um salário de aproximadamente R$ 1,5 milhão – que está muito acima dos padrões brasileiros, mas abaixo do que Daniel Alves estava acostumado a receber no Velho Mundo.

Ou seja, mesmo com todo o esforço do São Paulo, não foi a questão financeira que pesou para o jogador fechar o acordo. Daniel Alves queria ter segurança e ficou satisfeito com o projeto apresentado por Raí. A ideia de assinar um acordo de três anos alegrou bastante o jogador. Aos 36 anos, ele sabe que esse pode ser o seu último acordo com esse padrão. O lateral tinha recebido ofertas para assinar apenas por uma temporada com times europeus – como a Juventus, da Itália. Uma proposta dos Emirados Árabes também não atendeu os seus desejos, neste caso por não poder disputar competições tão tradicionais.

Contrato longo e negócio rápido Como não queria ficar muito tempo sem atuar e não gostaria de esperar tanto pela movimentação dos clubes europeus, o badalado jogador deu sinal verde para os seus representantes conversarem com o São Paulo. Na última semana, Raí e Alexandre Pássaro, gerente de futebol tricolor, também estiveram na Europa para definir questões sobre a venda de Militão e para conversar com outros clubes. A dupla, que voltou ao Brasil antes do jogo com o Fluminense, no sábado, aproveitou para avançar sobre o caso de Daniel Alves.

Após ouvir o projeto do São Paulo, um representante do jogador deixou a Europa no início desta semana e veio para o Brasil, onde o lateral passava férias. Em Fortaleza, Daniel Alves recebeu todos os detalhes do que o Tricolor paulista tinha para oferecer e aceitou o assinar o acordo de três anos. Família Para ele, além do tempo de contrato, o fato de estar próximo dos filhos também pesou. Os herdeiros do astro moram em Alphaville, na Grande São Paulo. Nos últimos três anos ele esteve longe dos filhos. Desde que ele foi para Turim, jogar pela Juventus, os familiares estiveram em Barcelona, depois nos Estados Unidos e agora no Brasil.

Coração tricolor Pesou também o desejo de realizar um sonho de criança. O lateral direito nunca escondeu que era torcedor do São Paulo e gostaria de defender um time o time do coração. Quando jogou pelo Sevilla (até a temporada 2007/08), da Espanha, ao lado de Luís Fabiano, começou a estreitar laços com o clube. O terceiro maior artilheiro da história do Tricolor paulista sempre passou boas referências para o amigo. Em diversas oportunidades, ele se declarou ao time do Morumbi.

Seleção brasileira Por fim, com a vontade de disputar mais uma Copa do Mundo, Daniel Alves acredita que terá boas chances de se manter no radar de Tite ao ajudar a alavancar o São Paulo. Ao defender o clube no Campeonato Brasileiro e demais competições, poderá permanecer no radar do treinador até a Copa do Mundo no Qatar, no fim de 2022.