Blog do PVC – UOL
A contratação do lateral-direito Juanfran, ex-Atlético de Madrid, reforça a certeza de que Daniel Alves vestirá a camisa 10, porque jogará no meio-de-campo, como você leu aqui há dois dias. Juanfran é um bom lateral-direito. Nada além disso. No Atlético de Madrid, vice-campeão da Champions League em 2014 e 2016, era o ponto mais vulnerável. Subia ao ataque sem brilho, marcava o lado do campo com eficiência. Num time estruturado taticamente, cumpria sua função.
Pode ser diferente numa equipe que precise se montar, com novas peças a cada dois meses. O São Paulo gastou R$ 45 milhões em contratações em janeiro, trouxe Pato numa operação cara, contratou Daniel Alves com valores que ultrapassam R$ 1 milhão mensais e agora Juanfran. Monta-se um grande time com grandes contratações, mas não apenas. Monta-se também com competência e tempo para juntar as peças.
O São Paulo hoje tem a quarta maior receita do país e tinha a sexta maior folha de pagamento, antes das chegadas de Pato, Daniel Alves e Juanfran. Dos R$ 425 milhões de arrecadação anual, o São Paulo deve gastar perto de R$ 130 milhões com salários. Pouco mais de 30% do que arrecada será para pagar a folha de pagamento.
É mais ou menos o que têm feito Flamengo e Palmeiras. Só que o São Paulo tem chance de montar grandes times como faz o Grêmio, apostando também na força de suas divisões de base. A mescla é o caminho mais curto para voltar a ter grandes títulos. A pergunta é se o custo alto representará a volta das comemorações às arquibancadas. Comemorações de títulos, em vez de apenas festejar contratações.