Renato Mauricio Prado: G-6 na briga pelo título brasileiro

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UOL

Renato Mauricio Prado
Alexandre Pato conduz a bola acompanhado pela marcação de Pituca durante clássico entre São Paulo e Santos - Lucas Sabino/AGIF

Para um torneio que, antes da Copa América, muitos apontavam como decidido – embora só tivessem sido disputadas as dez primeiras rodadas -, o Campeonato Brasileiro apresenta um quadro dinamicamente oposto apenas quatro rodadas depois, e os seis primeiros colocados podem se considerar de fato na disputa pelo caneco. O Palmeiras, incensado como “virtual campeão” até a paralisação para o torneio continental, já não é mais nem o líder, fruto de uma derrota e quatro empates nos últimos cinco jogos. Foi ultrapassado pelo Santos, que, por sua vez, acabou de ser derrotado pelo São Paulo, que se aproxima velozmente dos ponteiros com três vitórias consecutivas. Ainda interrompeu a arrancada do rival, já que o time de Sampaoli vinha de sete triunfos seguidos.

Em um torneio tão equilibrado como o daqui, no qual os primeiros serem derrotados pelos últimos está longe de ser fato tão raro, é impossível e, principalmente, desaconselhável fazer previsões tão cedo. O que se pode é analisar alguns fatos objetivos. Por exemplo: Palmeiras e Flamengo, reconhecidamente, os elencos mais ricos e, na teoria, mais fortes dos seis primeiros ainda disputam a Libertadores – objetivo principal de ambos. Obviamente, isso é uma desvantagem que pode se estender até às semifinais (para ambos) e à final (para apenas um deles). Já Corinthians e Atlético Mineiro estão na Sul-Americana, sendo obrigados também a dividir o foco e os elencos.

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É inegável, portanto, que Santos e São Paulo, eliminados bem mais cedo de todas as competições paralelas ao Brasileiro, levam uma vantagem considerável nesse aspecto. Se isso será decisivo ou não, também é cedo para dizer. Afinal, não custa lembrar, o Palmeiras, no ano passado, chegou à semifinal da Libertadores, quando foi eliminado pelo Boca Júniors, e nem por isso deixou de conquistar o título brasileiro, superando o Flamengo, que tinha saído da competição continental bem mais cedo e acabou em segundo lugar, a oito pontos de distância.

Em termos puramente teóricos, o São Paulo, agora reforçado por Daniel Alves e Juanfran e em claro em viés de alta, deve ser visto como um fortíssimo candidato – tem 24 pontos e um jogo a menos. Portanto, pode se igualar a Flamengo e Atlético, ficando apenas dois pontos atrás do Palmeiras e cinco do Santos. Já o Santos, atual líder e também candidatíssimo, talvez sofra com a síndrome do cobertor curto. O time titular é muito bom, mas os reservas não parecem à altura, o que pode ser fatal, apesar do excelente trabalho de Jorge Sampaoli.

Tudo isso, entretanto, é apenas uma análise que pode, perfeitamente, ser contrariada pelos fatos e por acontecimentos imprevistos, como contusões, contratações de última hora. O que não dá para dizer, nem por brincadeira, é que o campeonato está encaminhado para esse ou para aquele. Os seis primeiros ainda vão se alternar para lá e para cá, rodada, após rodada. E se Internacional, Grêmio e Athletico Paranaense não tivessem desprezado tanto o Brasileiro, com certeza a briga seria ainda mais parelha.

Indiscutivelmente, temos o certame mais equilibrado do planeta. E não há bola de cristal capaz de prever o futuro tão cedo.

Tome tenência, Tite! A seleção brasileira será novamente convocada, na próxima sexta-feira, para dois amistosos absolutamente inexpressivos e sem sentido, contra Colômbia e Peru (este último, enfrentamos duas vezes na recente Copa América!). Pelo que se comenta, Tite pensa em convocar mais jogadores que atuam no Brasil. Ou seja, pretende desfalcar os principais times em plena disputa do Brasileiro.

Nada disso seria problema se o nosso campeonato parasse nas datas Fifa, como acontece em todo mundo civilizado do futebol. A culpa é do calendário? Vamos deixar de cretinice. A culpa é da CBF e, principalmente, da TV Globo, que não aceita ficar sem suas transmissões de jogos às quartas à noite e aos domingos à tarde, enquanto a seleção faz seus caça-níqueis em horários que não se encaixam nessa programação. Se nossos clubes tivessem um mínimo de moral e união, acabariam com isso com uma decisão conjunta. Mas alguém acredita que os cartolas que, em sua maioria, vivem de pires na mão, vão peitar a Globo?

Rumo à unanimidade. Negativa E o Neymar, hein? Hostilizado abertamente pela torcida do Paris Saint-Germain na rodada de abertura do Campeonato Francês, sairá, uma vez mais, pela porta dos fundos de um clube que o acolheu de braços abertos e o ajudou a se tornar ainda mais rico. Foi assim no Santos, no Barcelona e agora no Paris Saint-Germain.

Para alguém que sonhava se tornar o melhor do mundo e um ídolo planetário, Neymar já virou piada mundial, após a Copa da Rússia, e um pária, na França. Até na Espanha, para onde tenta voltar, seu nome já é bastante contestado – os sócios do Barcelona, em votação, mostraram-se contrários ao seu retorno, e o torcedor do Real Madrid, desde os tempos no arquirrival, o vê com reservas. Apesar disso tudo, Neymar, seu pai e seus parças acham que nunca fizeram nada de errado. E essa é a maior prova de como vivem em uma realidade milionária, mas paralela.

Pobre VAR Em apenas uma rodada, a Premier League mostrou como se deve usar corretamente o VAR – interferência mínima e efetividade máxima. Intervenção somente em erros crassos. E com as imagens do vídeo sendo mostrados nos telões dos estádios e nas transmissões da TV. Aqui, no Brasil, entretanto, os juízes, de campo e de vídeo, transformaram o uso da ferramenta num circo de horrores. Por que? Porque são péssimos árbitros. Como também foram quase todos os atuais comentaristas de arbitragem, que falam barbaridades criticando o trabalho dos que ainda estão em atividade e discordando uns dos outros, sem a menor coerência.

As chamadas centrais do apito e salas de VAR das transmissões são tão ruins quanto as do VAR. E pensar que tinha muita gente que dizia ser contra o uso da tecnologia porque iam acabar as discussões e as polêmicas no futebol.

Que horror! O que foi o jogo entre Internacional e Corinthians? Que coisa medonha! Futebol feio, retrancado, covarde e sem brilho algum. Indigno de suas histórias e até dos elencos que possuem atualmente. Odair Hellmann e Fábio Carille merecem um ZERO bem redondo pelo que planejaram e seus times executaram no Beira-Rio.