Daniel Alves ainda vê São Paulo na disputa pelo Brasileirão: “Não entreguem o título ao Flamengo”

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GloboEsporte

Eduardo Rodrigues

Camisa 10 do Tricolor pede “equilíbrio” ao grupo e ainda fala em criar padrão de jogo.

Após o empate em 1 a 1 entre São Paulo e CSA, no Morumbi, Daniel Alves deu uma longa entrevista na zona mista. Entre outros assuntos, o camisa 10 do Tricolor falou sobre as chances de título do São Paulo.

– Se você olha para trás, o Flamengo quando foi eliminado na Copa do Brasil estava todo mundo falando que nem Jesus resolvia. Agora o Flamengo é campeão do turno e já acha… Entrega o título para o Flamengo não, tem muita coisa para acontecer ainda. A gente que é do futebol sabe que ainda vão suceder muitas coisas. Estamos trabalhando para melhorar – disse Daniel Alves.

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O Tricolor encerra o primeiro turno na sexta posição, com 32 pontos. O líder Flamengo tem 42, dez a mais que o time de Cuca. O próximo duelo do São Paulo é contra o Botafogo, no Engenhão.

– Temos que definir um padrão de jogo e ir até o final confiando que aquele padrão é o melhor. Se a gente começa a mudar o padrão em razão do debate que está gerando, nunca vamos conseguir ter uma sequência – completou.

São Paulo 1 x 1 CSA – Daniel Alves — Foto: Marcos Ribolli

Veja mais tópicos da entrevista de Daniel Alves

Resultado e posicionamento em campo

– A gente está decepcionado com o resultado, é evidente. A gente tem que saber o que temos e o que aspiramos. Não adianta ganhar um jogo e achar que vai ser campeão ou não ganhar e achar que vai lutar pelo rebaixamento. Na vida temos que ter equilíbrio. O equilíbrio é o que te faz aspirar por coisas importantes, faz você desenvolver um bom trabalho no clube e para isso vim aqui. Sei o quão difícil é construir algo no futebol brasileiro, pelo fato de que são vocês que estão para desestabilizar qualquer situação. Temos que ser bastante serenos na maioria dos momentos, se não a gente entra em situações que não nos beneficia. A maioria da imprensa nunca jogou futebol, então ela sempre gera desconforto dentro do clube, como está gerando. Se eu jogo de lateral, se eu jogo de meio-campista, eu estou aqui para ajudar o São Paulo. Temos que ser conscientes da situação que estamos e do futebol que estamos praticando.

Função em campo

– Eu sou um jogador que posso ajudar meus companheiros a serem muito melhores do que são. Eu jogando como lateral passo muito tempo sem pegar na bola, é difícil você fazer seus companheiros jogarem melhor, criarem situações, mas evidente que a imprensa não vai saber disso porque nunca jogou futebol. Não é crítica não, eu respeito que você joga futebol, não sei se joga bem (risos). Não temos que nos posicionar em relação ao que a imprensa fala. A gente tem que ser correto no que queremos oferecer e no que vamos brigar, se não gera instabilidade que normalmente a imprensa está para isso. Não estou criticando, estou sendo honesto, a imprensa sempre está para gerar um certo desconforto e debates. Não podemos gerar debates. O Dani é jogador do São Paulo e vai ajudar o São Paulo. Sei da dificuldade que é construir uma coisa. Na minha vida, tudo que construí acredito que foi sendo sereno, às vezes cego, surdo e mudo. Vou continuar sendo, essa é a forma de conseguir resultados.

O que o São Paulo precisa melhorar?

– Temos que definir um padrão de jogo e ir até o final confiando que aquele padrão é o melhor. Se a gente começa a mudar o padrão em razão do debate que está gerando, nunca vamos conseguir ter uma sequência. Não é desculpa, é fato. Alteramos muitos jogadores, temos que manter um padrão. Se constrói as coisas tendo um padrão, defende os teus conceitos e a forma que você acha que é melhor para o São Paulo. Sei o quão difícil é o futebol brasileiro, mas nunca pequei na minha vida por omissão, vou estar na linha de frente. Antes de vir para cá fiz uma lavagem cerebral de que aqui só os mais fortes sobrevivem.

Como construir um padrão?

– Às vezes as pessoas acham que um padrão de jogo é feito em treinamento, treinamento, treinamento. Padrão de jogo é feito mais em formação teórica do que tática. A galera trabalha bem, se dedica bastante no dia a dia. Mas é óbvio, a gente vive de resultado. Estamos em busca dos melhores resultados. A constância é o que vai ter permitir estar em cima ou embaixo. Temos que continuar fazendo o nosso trabalho, ser conscientes do que temos e podemos aspirar.