Daniel Alves reafirma preferência para jogar no meio: “sou mais produtivo”

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UOL

Depois de atuar pela primeira vez como lateral pelo São Paulo no último domingo, Daniel Alves reafirmou, em entrevista ao “SporTV”, a sua preferência para atuar no meio-de-campo nas partidas pelo clube. Daniel Alves já tinha falado sobre o assunto após o empate por 1 a 1 contra o CSA, mas hoje explicou com detalhes os motivos pelo qual desejo seguir atuando como nos primeiros jogos com a camisa tricolor. Para ele, a sua produção é maior no meio-campo.

“Ele (Cuca) decidiu que eu começasse no lateral, depois expliquei que quando jogo de lateral sou de combinação, consigo ajudar mais se intervir bastante no jogo, consigo dar uma dinâmica maior. Jogando de lateral aqui, com o estilo de jogo do Brasil, com as dificuldades que tem para jogar futebol aqui, devido às condições muitas vezes do campo, eu preciso intervir bastante”, disse. “Quando jogo no meio-de-campo consigo posicionar mais meus companheiros, consigo que a equipe tenha uma ordem tática e técnica muito melhor do que quando jogo na lateral e fico muito tempo sem tocar na bola. Isso acaba gerando uma falta de ritmo no jogo. Aqui no São Paulo eu preciso jogar (no meio) para ter uma influência maior no jogo, para que meus companheiros tenham mais chances de gol”, completou.

Daniel Alves jogou grande parte da sua carreira na lateral, mas também já atuou no meio-campo. Segundo ele, o perfil diferente de jogadores e de formação tática em relação a outros times em que atuou fazem com que ele se sinta mais útil na posição. No Barcelona, por exemplo, ele jogou ao lado de Messi, Xavi e Iniesta por um longo período, ganhando entrosamento. “Quando jogo com jogadores de perfis similares, eles estão jogando desta forma desde que nasceram, tem esse entendimento. Sou um jogador de armação, de construção de jogo, construí um jeito diferente de jogar nessa posição de lateral”, disse.

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“Mas hoje aqui no Brasil, aqui no São Paulo, sou mais produtivo neste meio-de-campo, não só a nível de construção de jogo, mas também em ordem tática, de cobrar os companheiros que o posicionamento seja melhor. Até para cobrar um esforço a mais, um sacrifício. Eu adoro jogar de lateral, e é onde conquistei tudo, mas aqui não é o caso. Preciso de ordem tática, de construção, de conceitos melhores de posicionamento e eu jogando no meio consigo organizar, acelerar o jogo, diminuir a velocidade…”, completou. Daniel Alves ainda fez um paralelo em relação ao seu último clube na Europa, o PSG. “Lá o técnico falava a mesma coisa, ‘como vou ter um jogador da sua qualidade que pensa, organiza, pressiona, jogando na lateral?’. Eu perco muito isso no lateral. Sinto a necessidade de jogar no meio, de jogar na construção, de organização tática”, afirmou.

Na seleção, porém, Daniel Alves disse que deve continuar atuando na lateral. “Na seleção não (precisa jogar no meio-campo), já temos uma construção de equipe, que sou amador (mesmo na lateral), com extremos gerando espaço. Jogo como lateral meia, que constrói jogadas, que chega no momento certo e nos demais momentos dou um auxílio na defesa, no meio-campo”. Para a partida contra o Botafogo, no próximo sábado, Daniel Alves deu a entender que deve jogar no meio-de-campo, embora tenha ressaltado que foram treinadas variações ao longo da semana.

“Eu acredito que deva jogar no meio-de-campo pelo fato que é um jogo muito complicado, com condições complicadas. Estamos treinando formações para colocar a melhor e voltar a vencer”, disse. Condições no Brasil Na entrevista, Daniel Alves ainda se corrigiu por uma declaração antiga, na qual disse que não conseguia assistir a um jogo do Campeonato Brasileiro inteiro por conta da qualidade do futebol. O são-paulino disse que hoje “sente na carne” as condições e valoriza a qualidade dos jogadores brasileiros.

Melhoraria as condições em relação a campos, gramados, porque é muito precário na maioria das vezes. Isso dificulta um pouco, mas eu não gosto de usar nenhuma desculpa. É uma realidade que temos que adaptar. Por isso que talvez eles (jogadores brasileiros) criem uma qualidade diferente”, disse. “Fui um dos jogadores que quando estava na Europa falava que não conseguia assistir a um jogo inteiro do Brasileiro pela falta de ritmo, e estou sentido na carne agora tudo isso. Os campos às vezes são precários, impendem de acelerar, de controlar, de jogar de primeira. De fora pensava uma coisa, agora outra. Retifico o que falei. O jogador brasileiro tem um mérito muito grande de jogar nas condições que joga”, completou.