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Bruno Alves era um dos pilares da temporada do São Paulo, o jogador de linha que mais atuou em 2019 (2.864 minutos). Mas não vai a campo há três partidas. Cuca defende que não há titulares ou reservas na zaga, mas revela que a entrada de Anderson Martins na equipe tem muito a ver com sua precisão na saída de bola. “É uma questão de números”, justificou Cuca em entrevista coletiva no último final de semana.
O UOL Esporte levantou esses números que endossam a decisão do treinador. Neste Brasileirão, Anderson Martins tem desempenho melhor no quesito troca de passes: a diferença na média de passes certos é de quase dez por jogo (36,4 contra 27 de Bruno Alves), e a proporção de acertos fica ligeiramente acima da do companheiro (98% a 95,5%). Para comparação, Arboleda tem 26,6 passes certos por jogo e 94% de acertos.
Curiosamente, o melhor desempenho do São Paulo neste quesito é de outro zagueiro, Walce, que disputou só três jogos no Brasileirão, mas tem média de 48,7 passes certos por partida (oito acima de Tchê Tchê, pilar do meio-campo tricolor) — os dados são do Footstats.
Nos últimos três jogos, a dupla de zaga são-paulina teve Anderson Martins e Arboleda, mas a repetição não quer dizer que Bruno Alves virou reserva, pondera Cuca. “Eu mostro para eles os scouts e coloco [em campo] a melhor dupla para aquele jogo”, falou o treinador no sábado.
A indefinição dos titulares se explica em parte porque a disputa é parelha. Anderson Martins lidera os zagueiros em média de desarmes no Brasileirão (um a cada 60 minutos), enquanto Walce é o melhor em interceptações (uma a cada 90 minutos), e Bruno Alves é quem mais rebate (uma a cada 102 minutos). O trio, junto a Arboleda, compõe o leque de opções do São Paulo após a venda de Morato ao Benfica por R$ 27 milhões.