Estilo de Diniz, posicionamento e futuro no São Paulo: em alta, Vitor Bueno abre o jogo sobre metas

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GloboEsporte

Marcelo Hazan

Veja como foi o bate-papo exclusivo com o meia-atacante do Tricolor.

Vitor Bueno e Antony brigam por uma vaga de titular do São Paulo contra o Cruzeiro, nesta quarta-feira, às 21h, no Mineirão, em Belo Horizonte.

O meia-atacante sofreu o pênalti que originou o gol da vitória sobre o Corinthians, de Reinaldo, no clássico do último domingo (veja a jogada no vídeo abaixo).

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Vitor Bueno treinou na última terça-feira, no CT da Barra Funda, enquanto Antony viajava do Recife direto para BH, pois defendeu a seleção olímpica em amistosos. O garoto de Cotia participou da derrota para o Japão por 3 a 2 e foi substituído pelo técnico André Jardine aos 12 minutos do segundo tempo.

– Estou me sentindo bem. Ele (Fernando Diniz) vem me passando confiança e dando moral, colocando na posição em que gosto de jogar. Estou buscando meu espaço, quero estar entre os 11. Só entrar uma vez ou outra isso para mim não é bom. Meu objetivo é estar entre os 11. Estou buscando isso junto com meus companheiros e respeitando o espaço de cada um. Acho que é assim que tem de ser para encontrar um grupo qualificado e estar todo mundo à disposição – disse Vitor Bueno.

Contratado pelo São Paulo a pedido de Cuca, Vitor Bueno somava 13 jogos e dois gols até a chegada de Fernando Diniz. O atacante foi relacionado e não entrou em campo contra CSA, Botafogo e Goiás, últimas partidas sob o comando do antigo treinador.

Agora, Vitor Bueno atuou nos quatro jogos com Fernando Diniz, sendo três como reserva e um como titular. Escalado como ponta, ele explica por que prefere jogar aberto, posição onde se destacou no Santos, dono dos seus direitos econômicos.

– Porque para começar não pego a bola de costas. Indo buscar o passe até o lateral ou no volante eu encontro o jogo inteiro de frente. É o que gosto: achar um passe, infiltrar, entrar na área, fazer uma jogada de explosão e driblar alguém. O Diniz me dá liberdade para ir para dentro, posição onde sempre joguei, de meia. Mas acabei me adaptando aberto quando fui para o Santos e gostei. Então é a posição que mais gosto de jogar

Vitor Bueno é derrubado por Manoel dentro da área contra o Corinthians

Vitor Bueno é derrubado por Manoel dentro da área contra o Corinthians

Antes de trabalhar com Fernando Diniz, Vitor Bueno conheceu o estilo do treinador ao enfrentar o Audax, vice-campeão Paulista de 2016 diante do Santos. Apesar de ter levado o título estadual, o meia-atacante admite que o desempenho do time de Osasco na ocasião foi melhor.

– O Diniz desde quando começou mesmo em times menores não abriu mão da filosofia de trabalho. Joguei contra ele no Audax. Nós até fomos campeões em cima deles, mas nos dois jogos eles jogaram bem melhor do que nós. Tiveram bem mais posse de bola. Então é legal você ver que ele ficou com essa filosofia até hoje. Já se passaram quase quatro anos e ele segue com essa filosofia. Cada treinador tem a sua e respeito muito, mas esse é um jogo que todo jogador técnico gosta dessa filosofia, porque você fica bastante com a bola, para criar jogadas e chances. Para o jogador isso é uma maravilha.

Vitor Bueno quer permanecer no São Paulo depois do fim do empréstimo em 2020 — Foto: Marcelo Hazan

Emprestado pelo Santos até dezembro de 2020, Vitor Bueno mira permanecer no São Paulo. Por exigência do rival, o valor de compra do jogador fixado no contrato foi de 12 milhões de euros (cerca de R$ 46,8 milhões), o mesmo do antigo vínculo entre Santos e Dínamo de Kiev, ex-time de Vitor Bueno.

– Temos um ano e três meses para o fim do contrato, mas é claro que sonho com isso. Meu grande objetivo é permanecer aqui. Aumentar o meu nível e o do São Paulo também. Conquistar títulos e quem sabe eles exercerem essa opção de compra. Vim para isso e estou trabalhando para que aconteça tudo da melhor forma possível para mim e para o São Paulo – disse o meia.

Contra o Cruzeiro, Fernando Diniz não terá Pablo, Everton, Toró, Rojas (todos lesionados) e Anderson Martins (dores no joelho). Jucilei, reintegrado ao grupo na semana passada, ainda não voltou a ser relacionado.

Daniel Alves teve programação especial e só viajou a BH depois do grupo, para se recuperar melhor da viagem de Singapura ao Brasil. Ele atuou como titular nos dois amistosos da Seleção contra Senegal e Nigéria.

Assim, um possível time é o seguinte: Tiago Volpi, Juanfran, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Luan; Tchê Tchê, Hernanes (Liziero), Daniel Alves (Liziero) e Antony (Vitor Bueno); Alexandre Pato.

Veja os relacionados para a partida:

  • Goleiros: Tiago Volpi e Jean
  • Laterais: Juanfran, Igor Vinicius, Léo e Reinaldo
  • Zagueiros: Walce, Bruno Alves e Arboleda
  • Volantes: Hudson, Tchê Tchê, Liziero e Luan
  • Meias: Hernanes, Gabriel Sara, Igor Gomes, Daniel Alves (viaja depois) e Vitor Bueno
  • Atacantes: Pato, Raniel, Calazans, Helinho e Antony (já está em Belo Horizonte)
Vitor Bueno foi titular do São Paulo contra o Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Vitor Bueno foi titular do São Paulo contra o Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Veja outros trechos da entrevista:

Duelo com Cruzeiro

– Vamos sabendo da dificuldade que é enfrentar o Cruzeiro. Na posição em que estão não é fácil. Assisti alguns jogos deles. Não estão ganhando, mas também não estão jogando mal. Vamos respeitar o Cruzeiro, mas também respeitando a nossa filosofia de jogo. Fazer o melhor possível para sair com os três pontos.

Estilo Fernando Diniz

– A cada dia a filosofia entra mais na cabeça e vamos entendendo melhor a cada jogo que passa. Quando ganha é melhor, porque a confiança aumenta ainda mais. Temos dois meses para pegar o melhor possível do que ele tem a passar para nós, para aí sim no ano que vem começar com tudo e fazer o que ele gosta, que é essa posse de bola que estamos tendo bem.

Pato também estava na jogada do pênalti contra o Corinthians

– Ali foi rápido. Pensei que o Pato poderia estar impedido e falei: “Vai anular a jogada, né”. Até gritei para ele sair. Depois do jogo ele disse que me ouviu, mas vi que não estava impedido. Ainda bem que deu tudo certo.

No vídeo de bastidores (veja acima) você fala da ultrapassagem do Bruno Alves na jogada…

– Ia ficar um espaço lá atrás no contra-ataque. Preferi esperar mais um pouco. Acho que acabei até tomando a decisão errada, poderia até ter tocado para o Bruno. Ele é rápido por ser zagueiro. Tem uma técnica um pouco apurada. Poderia fazer algo diferente. Acabei tentando jogar por dentro. Acho até que errei o passe, mas acabou não dando nada de contra-ataque, matamos a jogada e terminou ali.