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O jogo entre São Paulo e Atlético-MG, às 16h de domingo, no Morumbi, será marcado pelo encontro entre Fernando Diniz e Vagner Mancini. A diretoria tricolor cogitou os dois nomes para o lugar de Cuca, que se demitiu no fim de setembro, e acabou optando por Diniz após ouvir a opinião dos líderes do elenco, como Daniel Alves. Irritado com a situação, Mancini deixou o cargo de coordenador-técnico no Morumbi e assumiu o Galo pouco depois.
Ele é um dos principais personagens da conturbada temporada do São Paulo. Contratado no início do ano para substituir Ricardo Rocha, responsável por fazer o “meio de campo” entre diretoria, elenco e comissão técnica, Mancini assegurou em sua apresentação que não assumiria como treinador “em qualquer hipótese”.
Bastaram 19 jogos e a eliminação para o Talleres (ARG) na fase preliminar da Libertadores para o cenário mudar. O São Paulo demitiu André Jardine e solicitou a Mancini que dirigisse a equipe interinamente até que o cardiologista de Cuca o liberasse para trabalhar. Ele topou e ficou no banco de reservas em nove partidas, com três vitórias, quatro empates e duas derrotas. No jogo de volta da semifinal do Paulistão, contra o Palmeiras, trabalhou como um auxiliar do estreante Cuca e viu a equipe se classificar nos pênaltis para a decisão.
Até ali, Mancini gozava de prestígio com a diretoria, que ficou ao lado dele na época do desentendimento com Jean, goleiro que ficou um tempo afastado e lhe deu um abraço diante de todo o elenco ao ser reintegrado por Cuca. Quando a Chapecoense tentou levá-lo para substituir Claudinei Oliveira, os dirigentes reiteraram que contavam com ele na função de coordenador. A relação com Cuca também começou muito bem. Em suas primeiras semanas de São Paulo, o técnico conversava frequentemente com Mancini sobre o time, algo que foi se tornando raro. Pessoas do clube dizem que Cuca não se sentia muito à vontade por imaginar que Mancini poderia assumir o seu lugar em uma eventual crise.
Quando Cuca de fato saiu, o diretor de futebol Raí conversou com Mancini e anunciou publicamente que ele dirigiria a equipe contra o Flamengo. Na noite do mesmo dia, porém, Fernando Diniz foi anunciado e o coordenador pediu demissão. Depois, em um áudio vazado, ele explicaria o seus motivos para a decisão. “Fui efetivado no cargo, aí quatro horas depois disso o Daniel Alves foi lá pedir o Fernando Diniz. Eles me chamaram e falaram que estavam em dúvida. Eu falei “Ué, se vocês estão em dúvida, vão atrás do Diniz que eu estou indo embora. Tchau”, disse.
O São Paulo assegura que jamais tomou a decisão de efetivar Mancini, embora essa possibilidade existisse. Quando se manifestou sobre o caso, Raí disse que “a admiração segue” e que cada um vê a situação “pelo seu prisma”.
Hoje, o Tricolor e o Galo estão satisfeitos com o início de seus técnicos. Diniz acumula três vitórias (todas em casa, o que vinha sendo uma dificuldade de Cuca), dois empates e uma derrota e é elogiado pela maneira com que lida com os jogadores, aumento a confiança deles e melhorando o ambiente. Mancini, por sua vez, dirigiu o Atlético no empate fora de casa contra o CSA e na vitória como mandante diante do Santos. Jogadores e diretoria também têm elogiado o novo treinador.
Antes decidido a trabalhar na parte administrativa, e não mais na beira do campo, Mancini saiu do São Paulo disposto a ser treinador novamente a partir de janeiro de 2020. A boa relação com Rui Costa, com quem trabalhou na Chapecoense e responsável por convidá-lo para assumir o Galo, antecipou os planos.
