Cueva acumula mais problemas do que bom futebol em passagens pelos rivais Santos e São Paulo

176

GloboEsporte

Eduardo Rodrigues e Gabriel dos Santos

Meia está afastado do Peixe e não enfrenta o ex-clube neste sábado, na Vila Belmiro.

Cueva não atuará no clássico entre Santos e São Paulo neste sábado, às 17h, na Vila Belmiro, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, mas o meia é sempre um personagem quando o assunto é San-São.

Publicidade

Isso porque é quase impossível não relacionar Cueva aos dois clubes. Muito mais pelas polêmicas do que propriamente pelo futebol demonstrado em ambos os lados.

Quando defendeu o São Paulo, de 2016 a 2018, o peruano teve uma passagem de altos e baixos. Dentro de campo foram 87 jogos vestindo a camisa tricolor, com 20 gols marcados.

Cueva teve uma passagem de altos e baixos pelo São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Cueva teve uma passagem de altos e baixos pelo São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Fora dele, terminou sua trajetória de forma turbulenta, mas com um bom retorno financeiro. O jogador chegou a ser multado por atraso em uma reapresentação em 2018 e depois se irritou por ter ficado no banco em uma partida do Paulistão, após os são-paulinos rejeitarem uma oferta do Al-Hilal.

Sem espaço na equipe pelos problemas de relacionamento com comissão técnica e diretoria, foi vendido em julho do ano passado para o Krasnodar, da Rússia, por 8 milhões de euros (cerca de R$ 36 milhões) – o clube permaneceu com 10% dos direitos econômicos do jogador.

E no Santos…

Em fevereiro deste ano, Cueva foi anunciado pelo Santos por US$ 7 milhões (cerca de R$ 26 milhões), se tornando a segunda maior contratação da história do clube, atrás apenas de Leandro Damião, que custou R$ 42 milhões, em 2014.

Com o empréstimo de Vitor Bueno ao São Paulo, em abril, o Tricolor abriu mão daqueles 10% que teria direito a receber pela venda de Cueva ao Krasnodar (pouco mais de 600 mil dólares – cerca de R$ 2,4 milhões) para abater na dívida do Santos com os russos.

Esse valor seria pago ao São Paulo em março de 2022.

Mas mesmo com esse alento financeiro, Cueva, em pouco tempo, não rendeu o esperado dentro de campo e se tornou um problema milionário para o Santos fora dele.

Cueva está afastado no Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Cueva está afastado no Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Desde sua chegada, o peruano disputou 16 jogos e não marcou gol ou deu assistência. No período, o meia esbarrou no limite de estrangeiros (Sampaoli contava com seis, mas só podia relacionar cinco) e em inúmeras polêmicas para ficar escanteado no Santos. De maio para cá, só entrou em campo uma vez: na derrota do Santos por 1 a 0 para o Flamengo, no dia 14 de setembro.

O problema é que Cueva tem virado notícia muito mais pelo que faz fora das quatro linhas. Ele está completamente fora dos planos do técnico Jorge Sampaoli e não será mais utilizado pelo treinador. O peruano se reapresentou ao clube na última quarta-feira depois de um período afastado das atividades e trabalhou com os jogadores escanteados pelo argentino.

Na semana passada, Cueva foi fotografado treinando no César Vallejo, clube da primeira divisão peruana. Ele passou alguns dias em seu país natal, onde também foi flagrado participando de uma “pelada” num society, o que o tornou alvo de inúmeras críticas no Peru.

Vídeo mostra meia peruano Cueva envolvido em briga em casa noturna de Santos

Vídeo mostra meia peruano Cueva envolvido em briga em casa noturna de Santos

Outras polêmicas do meia foram uma briga numa casa noturna (assista no vídeo acima), a falta num treino um dia após ser reintegrado e o recebimento de uma camisa do São Paulo, seu ex-clube e adversário deste sábado, após um treino da seleção peruana no CT da Barra Funda.

Cueva recebe camisa do São Paulo de Raí — Foto: Reprodução

Cueva recebe camisa do São Paulo de Raí — Foto: Reprodução

Detalhe: o Peixe sequer começou a pagar por Cueva. O peruano está emprestado ao clube até o fim do ano. No contrato assinado com o Krasnodar há uma cláusula de compra obrigatória, no valor de 7 milhões de dólares (cerca de R$ 29 milhões, na cotação atual), que o Peixe pagará em três parcelas a partir de 2020, quando o acordo passa a ser definitivo.

O Santos não esconde o desejo de negociá-lo, mas esbarra nos altos valores. A ideia do Peixe é transferir a dívida para clubes interessados.