De titular na Libertadores para a base: veja por que Helinho perdeu espaço no São Paulo

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GloboEsporte

Eduardo Rodrigues e Marcelo Hazan

Meia-atacante de 19 anos não conseguiu se firmar após estrear no profissional com golaço.

Helinho despontou no São Paulo, no final de 2018, como a mais nova promessa das categorias de base. Logo em sua estreia pelos profissionais, diante do Flamengo, pelo Brasileirão, ele marcou um golaço no Morumbi (veja acima) e deu esperanças para o surgimento de uma joia. O jogou terminou 2 a 2.

Mas a previsão não se concretizou. Embora tenha sido utilizado na Copa Libertadores como titular, ele perdeu espaço no elenco e, em menos de um ano, foi parar no sub-20. Na última quinta-feira, ele participou da derrota para o Corinthians, nas quartas de final do Brasileirão da categoria.

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A atuação de Helinho foi considerada apática.

Neste domingo, o meia-atacante será usado novamente pela equipe da base para enfrentar o Palmeiras, no Morumbi, pelas semifinais do Paulistão. A intenção é resgatar o futebol de Helinho e dar ritmo de jogo ao atacante.

O atleta de 19 anos é considerado muito talentoso, mas desconectado da realidade. Psicólogo de formação, o técnico Fernando Diniz tem conversado com o jogador. Ele não foi usado nenhuma vez pelo comandante nos profissionais.

Helinho perdeu espaço no São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

No início de 2019, Helinho esteve à frente de Antony, titular nesta temporada e pelo qual o clube diz ter recusado proposta de 20 milhões de euros.

Dentro e fora do clube há opiniões de que Helinho é um jogador melhor e com mais recursos do que Antony. Mas o entorno do jogador é menos estruturado.

A avaliação é de que o golaço contra o Flamengo elevou Helinho a um status que ele não atingiu no futebol, entre familiares, amigos e pessoas com quem convive no dia a dia.

Antony (no lado direito) com a pequena torcedora Larissa, símbolo do time do São Paulo campeão na Copinha — Foto: Arquivo Pessoal/Danilo Gomes

Antony (no lado direito) com a pequena torcedora Larissa, símbolo do time do São Paulo campeão na Copinha — Foto: Arquivo Pessoal/Danilo Gomes

Em janeiro, a comissão técnica então comandada por André Jardine avaliou no começo do ano que seria melhor para Antony disputar a Copinha e ganhar rodagem. Ele entendeu que esse desafio seria importante, foi destaque na campanha do título, se firmou no profissional e recentemente renovou contrato.

Helinho, por sua vez, estava integrado aos profissionais e disputou o Torneio da Flórida: foi titular contra Ajax e Eintracht Frankfurt.

Helinho, do São Paulo, em ação contra o Ajax, no Torneio da Flórida — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Helinho, do São Paulo, em ação contra o Ajax, no Torneio da Flórida — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Antes do segundo jogo contra o Talleres, pela volta da segunda fase da Copa Libertadores, Jardine usou um duelo diante da Ponte Preta, pelo Paulistão, para testar Antony. A partida serviu de observação para ele decidir entre Antony e Helinho como titular na Libertadores, e Helinho foi o escolhido.

A escalação do São Paulo foi: Tiago Volpi; Bruno Peres, Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Willian Farias, Hernanes e Diego Souza; Helinho, Everton e Pablo (veja abaixo).

Helinho, do São Paulo, foi titular no jogo de volta contra o Talleres, pela Copa LIbertadores, no Morumbi — Foto: Marcos Ribolli

Helinho, do São Paulo, foi titular no jogo de volta contra o Talleres, pela Copa LIbertadores, no Morumbi — Foto: Marcos Ribolli

Troca de treinadores

A queda na Libertadores gerou uma mudança tripla no São Paulo no dia seguinte à eliminação. No dia 14 fevereiro o clube afastou Jardine, contratou Cuca para o técnico começar em abril, enquanto se recuperava de um problema de saúde, e colocou Vagner Mancini, então coordenador, para assumir interinamente. Depois, em agosto, Cuca pediu demissão e Fernando Diniz foi contratado.

As mudanças de treinador tiveram impacto para Helinho. No total, ele jogou 20 vezes neste ano (incluindo o Torneio da Flórida). Veja abaixo quantas partidas ele fez com cada técnico:

  • André Jardine (dirigiu o time de janeiro a 13 de fevereiro): oito – sete como titular e um saindo do banco
  • Vagner Mancini (comandou a equipe de 14 de fevereiro a 30 de março) : quatro – dois como titular e dois saindo da reserva
  • Cuca (treinou o time de 1º de abril a 25 de setembro): oito – um como titular e sete saindo do banco
  • Fernando Diniz (treina o time desde 26 de setembro): não jogou e sequer foi relacionado para três jogos

Helinho tem contrato até abril de 2023. A missão do São Paulo é evitar que o jogador com futuro promissor se transforme num talento desperdiçado.