Sampaoli x Diniz: fãs da posse de bola, técnicos duelam no clássico entre Santos e São Paulo

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GloboEsporte

 Eduardo Rodrigues, Gabriel dos Santos e Marcelo Hazan 

Clássico será disputado neste sábado, às 17h, na Vila Belmiro, pela 33ª rodada do Brasileirão.

Santos e São Paulo se enfrentam neste sábado, às 17h, na Vila Belmiro, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, com uma característica em comum: a posse de bola.

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Os técnicos Jorge Sampaoli e Fernando Diniz são adeptos desse estilo de jogo e reforçam a todo instante que o time que passa mais tempo com a bola tem mais chances de criar oportunidades de gol e, consequentemente, sair com a vitória.

Nos primeiros 11 jogos de Diniz no comando do São Paulo, e nos últimos 11 jogos de Sampaoli pelo Santos, suas equipes só não saíram com maior posse de bola em uma ocasião.

Os resultados, porém, são melhores para o treinador argentino. Nessas 11 partidas, foram oito vitórias, dois empates e uma derrota. Fernando Diniz, por sua vez, acumulou cinco vitórias, dois empates e quatro derrotas.

Sampaoli

– Tudo vai estar vinculado com a bola. Muitos não querem a bola. Vamos tratá-la como a maior coisa para defender e atacar.

Essa frase foi dita pelo argentino em 18 de dezembro de 2018, dia de sua apresentação como técnico do Santos.

De lá para cá, Sampaoli cumpriu o prometido e mudou completamente a filosofia de jogo. O treinador implementou conceitos e adequou a equipe ao seu estilo. Os jogadores, em pouco tempo, compraram a ideia do “amor pelo balón”, expressão que ficou marcada entre os torcedores e que o argentino passa para seus atletas no dia a dia.

Além de sempre priorizar a posse de bola (especialmente no setor ofensivo), Sampaoli arma seu time com o ataque como principal objetivo. Por inúmeras vezes na temporada, o técnico montou uma linha de cinco atletas no setor ofensivo, com infiltração constante dos meias.

– Nossa proposta está relacionada sempre com o ataque. Vamos sempre por esse caminho. A construção da equipe tem a ver com manter esse protagonismo que começamos em janeiro – afirmou Sampaoli, em entrevista recente.

O estilo de jogo do argentino casou perfeitamente com a filosofia que o Santos busca num treinador. Não à toa, num curto espaço de tempo, Sampaoli já é considerado uma espécie de ídolo para grande parte da torcida, que sempre grita o nome do argentino nos estádios – a permanência para 2020, porém, segue incerta até o momento.

Especificamente para o clássico contra o São Paulo, Sampaoli intensificou os trabalhos de marcação pressão ao longo dos treinos da semana, muito por conta do estilo de jogo de Fernando Diniz.

O Santos liderou a posse de bola em 10 dos últimos 11 jogos (veja em detalhes abaixo). A única vez em que o time perdeu no quesito foi na vitória sobre o Avaí, por 2 a 1, na 31ª rodada, fora de casa.

  • 11 jogos
  • 8 vitórias
  • 2 empates
  • 1 derrota
  • 78,7% de aproveitamento
  • 17 gols marcados
  • 5 gols sofrido
Jorge Sampaoli, técnico do Santos — Foto:  Ivan Storti/Santos FC

Jorge Sampaoli, técnico do Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Veja qual foi a posse de bola do Santos nos últimos 11 jogos:

  • Santos 2 x 0 CSA – 61% x 39% (mais posse)
  • Vasco 0 x 1 Santos – 46% x 54% (mais posse)
  • Santos 2 x 0 Palmeiras – 60% x 40% (mais posse)
  • Internacional 0 x 0 Santos – 46% x 54% (mais posse)
  • Santos 2 x 1 Ceará – 66% x 34% (mais posse)
  • Atlético-MG 2 x 0 Santos – 41% x 59% (mais posse)
  • Corinthians 0 x 0 Santos – 31% x 69% (mais posse)
  • Santos 1 x 0 Bahia – 64% x 36% (mais posse)
  • Santos 4 x 1 Botafogo – 67% x 33% (mais posse)
  • Avaí 1 x 2 Santos – 52% x 48% (menos posse)
  • Goiás 0 x 3 Santos – 41% x 59% (mais posse)

Fernando Diniz

Desde que despontou no Audax, em 2014, o treinador mostrou suas credenciais de muita posse de bola, triangulações e intensidade. O vice-campeonato do Paulistão daquele ano chamou a atenção pela forma com que seu time se portava.

Em 2018, Diniz chegou ao Athletico-PR para implementar seu estilo pela primeira vez em uma equipe da Série A do Brasileirão. O baixo desempenho, porém, fez ele durar menos de seis meses no comando.

O Fluminense, então, apostou no trabalho do técnico para a temporada de 2019, mas em agosto ele foi demitido após também não ter desempenhado um futebol de resultados.

Embora não tenha conseguido êxito nessas duas equipes, a sua forma de jogo é bem vista por atletas, tanto é que os próprios jogadores do São Paulo pediram a contratação de Diniz após a saída do técnico Cuca.

Em pouco tempo no comando, Fernando Diniz já implementou seu estilo, e apenas no duelo contra Flamengo, em sua estreia, na 22ª rodada, o São Paulo não teve mais posse de bola.

Ter mais a bola, no entanto, não garantiu somente bons resultados ao São Paulo. Os números do Tricolor com o treinador são:

  • 11 jogos
  • 5 vitórias
  • 2 empates
  • 4 derrotas
  • 51,5% de aproveitamento
  • 9 gols marcados
  • 8 gols sofridos
Fernando Diniz, do São Paulo, gosta que seus times tenham posse de bola — Foto: Marcos Ribolli

Fernando Diniz, do São Paulo, gosta que seus times tenham posse de bola — Foto: Marcos Ribolli

Veja qual foi a posse de bola do São Paulo nos 11 jogos com Diniz:

  • Flamengo 0 x 0 São Paulo – 59% x 41% (menos posse)
  • São Paulo 2 x 1 Fortaleza – 59% x 41% (mais posse)
  • Bahia 0 x 0 São Paulo – 39% x 61% (mais posse)
  • São Paulo 1 x 0 Corinthians – 54% x 46% (mais posse)
  • Cruzeiro 1 x 0 São Paulo – 40% x 60% (mais posse)
  • São Paulo 1 x 0 Avaí – 76% x 24% (mais posse – Avaí teve atleta expulso aos 22 minutos do primeiro tempo)
  • São Paulo 2 x 0 Atlético-MG – 62% x 38% (mais posse)
  • Palmeiras 3 x 0 São Paulo – 38% x 62% (mais posse)
  • Chapecoense 0 x 3 São Paulo – 44% x 56% (mais posse)
  • São Paulo 0 x 2 Fluminense – 51% x 49% (mais posse)
  • São Paulo 0 x 1 Athlético-PR – 57% x 43% (mais posse)