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Thiago Tassi
O título do Flamengo na Copa Libertadores foi a grande notícia para o torcedor do São Paulo no fim de semana. Isso quer dizer que o inicialmente cobiçado G-4, o grupo que classifica seus integrantes diretamente para a fase de grupos do torneio continental, acabou se expandindo para um eventual G-6. Desde que o Athletico-PR, campeão da Copa do Brasil, esteja nesse pelotão, os seis primeiros colocados vão assegurar vagas.
Agora a má notícia: ainda que siga nesse G-6, o São Paulo decepcionou novamente seu torcedor, e dessa vez de uma forma até cruel, ao permitir ao Ceará um empate aos 50 minutos do segundo tempo. Há quatro jogos sem vencer no Brasileirão, a equipe de Fernando Diniz perdeu seis pontos em casa (contra Fluminense e Athletico-PR) e empatou duas fora (Santos e Ceará, ontem). Cada tropeço com um roteiro e uma postura diferente, o que reforça a descaracterização do time e a busca de um rumo com Fernando Diniz.
Na partida no Castelão em que dois pontos escaparam, por exemplo, um quarteto “móvel” na frente, formado por Daniel Alves, Igor Gomes, Antony e Vitor Bueno, e que não guardou posição na hora de criar, foi mais uma experimentação. Mas não é que a equipe tenha criado muitas chances de gol, até Vitor Bueno abrir o placar no primeiro tempo. Com a vantagem no mercado, o time mudou de postura e passou a apostar em contra-ataques. Os dianteiros aí não souberam aproveitar as brechas que surgiram.
Nessa virada de jogo e postura, chamou a atenção também a flutuação da posse de bola, que mudou drasticamente ao fim de um tempo para o outro. Depois de ir para o intervalo com 64% da posse de bola, o Tricolor terminou com inferioridade para o Ceará (48% x 52%).
“A gente estava tendo posse sem muita produtividade, pouco por conta da marcação do Ceará, nosso jogo mais forte, jogado entre as linhas, no começo da construção, estava dificultado. Quando a gente conseguia romper a primeira linha e passar com a bola dominada, na transição, conseguíamos ir bem. Estávamos com dificuldade na transição com a bola no início da jogada. Conseguimos sair vencendo por 1 a 0, no segundo tempo tivemos chances claras e não fizemos”, avaliou o técnico no pós-jogo.
Cansaço? Exposição no fim chama a atenção Reinaldo praticamente não atacou. Saiu sentindo cansaço. O mesmo aconteceu com os jovens Antony e Liziero, os outros dois jogadores substituídos, na palavra de Diniz. Um novo tropeço parece deixar, na verdade, a torcida cansada. Liziero pediu para sair, Antony estava demonstrando cansado ali do meu lado, o Reinaldo pediu para sair também. As mudanças foram por isso.”
O gol sofrido no último minuto da partida, em que o Ceará parte em contra-ataque e pega um São Paulo exposto, deixou Diniz ‘na bronca’ e pode ser, também, um indício de que o time estava com pernas pesadas em campo. O resultado, no fim, fez com que nenhum jogador falasse na saída ou na zona mista do Castelão.
Foi a chance desperdiçada de se consolidar no G-6 e abrir cinco pontos para o Internacional, que empatou em casa. A quatro rodadas do término do Brasileiro, poderia ser uma vantagem para o Tricolor ter uma boa vantagem na briga direta pela Libertadores. Agora, são três pontos, e os gaúchos precisam de uma rodada a seu favor para ultrapassar os paulistas —ambos têm hoje o mesmo número de vitórias, primeiro critério de desempate.