Com Raí e Fernando Diniz sob pressão, São Paulo tem “jogo da vida” contra o Internacional

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GloboEsporte

 Eduardo Rodrigues e Marcelo Hazan

Grupos políticos querem saída do dirigente, e técnico é criticado por parte da torcida.

O São Paulo faz seu “jogo da vida” de 2020 contra o Internacional, nesta quarta-feira, às 21h30, no Morumbi, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Sob forte pressão, o diretor executivo de futebol Raí e o técnico Fernando Diniz têm como objetivo classificar o time para a fase de grupos da Copa Libertadores.

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O próprio presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, também está pressionado. Na última terça-feira, um grupo de 50 conselheiros entregou um pedido de impeachment na presidência – o procedimento padrão nesses casos é protocolar o documento na secretaria do Conselho Deliberativo.

Nesta quarta-feira, Fernando Diniz não estará no banco para comandar a equipe na partida mais importante para ele no São Paulo. O técnico está suspenso com três cartões.

Criticado por parte da torcida, Fernando Diniz é, segundo o próprio Leco, o nome para comandar o time em 2020. Mas isso pode mudar, dependendo dos resultados e também em função do futuro incerto de Raí.

O ídolo vive pressão bem maior no São Paulo do que Fernando Diniz. Nos bastidores há quem considere a saída de Raí iminente, mesmo em caso de eventual classificação direta para a Libertadores. Ele está prestes a completar dois anos à frente do departamento de futebol.

Conselheiros de grupos políticos da base aliada à gestão Leco querem a saída de Raí, em meio a uma reestruturação profunda no departamento de futebol, pedida desde o primeiro semestre e não realizada.

Diferentemente da última vez, o pedido de mudanças agora não poupa Raí, o que torna seu futuro ainda mais incerto.

Nos grupos existe, inclusive, a ideia de substituir Raí por um conselheiro não remunerado para liderar o futebol. Também há pressão política para trocas nos departamentos médico, de fisiologia e fisioterapia, entre outros setores do CT da Barra Funda.

Raí, em chegada do São Paulo ao Morumbi — Foto: Ricardo Moreira/BP Filmes

Um caminho citado para a saída de Raí seria um comum acordo entre clube e dirigente ao término do contrato, em dezembro, para encerrar o ciclo de forma amigável.

Apesar disso, a postura de Raí é de querer seguir no São Paulo em 2020, quando o clube vai eleger um novo presidente em dezembro (Leco não pode concorrer à reeleição). Também não é descartada a possibilidade de o dirigente permanecer no clube em outra função.

A cobrança sobre Leco aumentou ainda mais. A avaliação é de que a reestruturação pedida no passado não foi feita. Na ocasião, foram demitidos funcionários de baixo escalão, como um analista de desempenho e profissionais do setor administrativo.

Fernando Diniz quer atingir objetivo de buscar vaga direta na fase de grupos da Libertadores de 2020 — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Fernando Diniz quer atingir objetivo de buscar vaga direta na fase de grupos da Libertadores de 2020 — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Argumentos a favor de Raí:

  1. O São Paulo parou de brigar contra o rebaixamento do Brasileirão. Em 2016, o time terminou em 10º lugar, e em 2017 foi o 13º colocado. Agora, tem disputado posições no topo da tabela. Em 2018, o Tricolor liderou o primeiro turno e terminou em quinto. Em 2019, está na quinta colocação;
  2. O clube voltou a disputar uma final de campeonato após mais de seis anos, ao perder a decisão do Paulista para o Corinthians – até então a última final era a Sul-Americana de 2012, justamente o título mais recente;
  3. Apesar dos fracassos, protestos da torcida e pressão de conselheiros, o trabalho de Raí tem avaliações positivas;
  4. Depois da demissão de Rogério Ceni do cargo de técnico, em 2017, a saída de mais um ídolo do clube na gestão Leco desgastaria ainda mais a imagem do presidente perante os torcedores;

Argumentos contra Raí:

  1. A demissão do técnico Diego Aguirre, a cinco rodadas para o fim do Brasileirão de 2018, e a escolha de André Jardine para dirigir o time. No comando do uruguaio, o São Paulo chegou a liderar a competição, mas caiu de rendimento na reta final. Na ocasião, a diretoria disse ter trocado de técnico para tentar buscar uma vaga no G-4, mas não conseguiu. A decisão foi apontada como “questionadíssima” pelo próprio Raí, em entrevista à “Fox”, e a avaliação interna é de que foi um erro;
  2. Conselheiros esperam uma postura mais firme e incisiva do líder do departamento para fazer a reestruturação pedida desde o primeiro semestre;
  3. O São Paulo teve quatro treinadores em 2019: André Jardine (até fevereiro), Vagner Mancini (interino entre a saída de Jardine e a chegada de Cuca), Cuca (de abril a setembro) e Fernando Diniz (de setembro até hoje);
  4. O clube investiu em contratações, mas não teve resultados: Daniel Alves, Pablo, Pato, Hernanes, Juanfran, Tchê Tchê, Tiago Volpi e Vitor Bueno, entre outros. Esse foi um dos motivos para o endividamento do clube;
  5. As eliminações precoces. O time caiu na segunda fase da Libertadores, para o Talleres, e nas oitavas de final da Copa do Brasil, diante do Bahia, e conviveu com diversos protestos, principalmente das torcidas organizadas. As quedas ocorreram logo na entrada do São Paulo nas competições, o que também prejudicou o orçamento financeiro do clube. A projeção era ir mais longe nos dois torneios de mata-mata, o que geraria mais receitas com premiações e bilheteria. O clube registrou déficit de R$ 76,5 milhões de janeiro a agosto, motivo pelo qual a diretoria reforça a necessidade de vender jogadores.

Onde assistir

O jogo entre São Paulo e Internacional terá transmissão da Rede Globo para RS, SP, SC, PR, GO, TO, MS, MT, BA, AL, PE e PA, com narração de Cleber Machado e comentários de Casagrande. O Premiere transmite para todo o Brasil, com narração de Jota Júnior e comentários de Alexandre Lozetti.

GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real, com vídeos exclusivos, e transmite ao vivo as entrevistas pós-jogo dos dois times.

1 COMENTÁRIO

  1. Hoje ficaremos livres de 02 trastes- Raiguevara e Diniz, pois este elenco de perebas e cabeça de bagres, não
    ganham nem do IBIS, infelizmente hoje será mais um vexame…
    Faltará apenas o Leco ser destituído ou pedir demissão, pois é muito incompetente e sem liderança.
    Vazam bando de lixos…..