UOL
José Eduardo Martins e Ricardo Perrone
O São Paulo apresentou as suas contas na última quinta-feira em reunião do Conselho Deliberativo. O Tricolor paulista vai fechar mais uma vez o seu caixa com dívidas bancárias. O déficit será de R$ 180 milhões caso jogadores não sejam negociados até o dia 31 de dezembro. Há um ano, a promessa era de que o clube conseguiria zerar os débitos com instituições financeiras e de curto prazo no término de 2019. Além disso, a expectativa era de mudar o sistema de gerenciamento e não depender mais da venda de jogadores para sobreviver.
A situação chegou a tais patamares por alguns motivos, segundo apurou o UOL Esporte. No decorrer deste período, os dirigentes do clube chegaram à conclusão de que era o momento de mudar os rumos e fazer um investimento maior no time para tentar dar um salto de qualidade e conquistar títulos. Por isso, jogadores mais caros e com salários mais altos foram contratados. Assim, não poderia ser cumprida a meta de zerar a dívida bancária.
Por outro lado, o rendimento do time não foi o esperado. O São Paulo deixou a Copa Libertadores antes da fase de grupos e a Copa do Brasil logo em seu primeiro mata-mata. Tais quedas refletiram em uma baixa de aproximadamente R$ 25 milhões em relação ao projetado para 2019. As receitas de TV também tiveram desempenhos inferiores aos orçados por causa das quedas nos torneios. Eram projetados R$ 118 milhões e foram atingidos R$ 65 milhões, segundo relatório da diretoria. Por isso mesmo, o São Paulo precisou aprovar cerca de R$ 37 milhões em empréstimos bancários.
O número de jogadores vendidos também ficou aquém. Até o momento, o clube arrecadou mais com as vendas de Morato (R$ 27,3 milhões) e Rodrigo Caio (R$ 22 milhões) — sendo que tinha sido projetado receber R$ 120 milhões com transferências. Neste sentido, ainda, o clube acreditava que poderia receber em uma negociação envolvendo David Neres. O Tricolor tem direito a 23% dos direitos do atleta, que teve proposta de 60 milhões de euros do Manchester United, da Inglaterra, mas preferiu renovar com o Ajax, da Holanda.
Para completar, o São Paulo ainda fez acordos judiciais referentes ao caso Ricardinho, em que deve pagar R$ 30 milhões e mais R$ 25,7 milhões para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).