Contratações, vendas e futuro: diretoria faz balanço do São Paulo no mercado de negociações

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GloboEsporte

“Não teve grande necessidade”, diz Raí sobre chegadas.

O São Paulo foi discreto nesta janela de transferências. O clube não contratou nenhum jogador, mas fez a manutenção do elenco e segurou todos os titulares, além de adquirir a compra definitiva de Tiago Volpi, Igor Vinicius e Vitor Bueno.

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, no CT da Barra Funda, a diretoria explicou a estratégia para 2020 e falou sobre contratações, possíveis vendas que ainda podem acontecer e a diminuição da folha salarial.

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– De 2018 para 2019, teve menos mudanças, e agora, de 2019 para 2020, ainda menos. Não teve grande necessidade, porque temos uma base bem estruturada. A cobrança existe desde o início, não só agora. Nós nos cobramos porque temos um grupo de trabalho, nós mesmos e o grupo – afirmou o diretor de futebol Raí.

– Estamos muito satisfeitos e confiantes com o grupo, mas não fechamos o olho para o mercado e para oportunidades. Estamos sempre em discussão com a comissão técnica para ver o que podemos acrescentar. Não é a prioridade, mas estamos atentos – completou.

Raí não vê necessidade de grandes contratações para 2020 — Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Com um déficit de R$ 180 milhões registrados ao fim de 2019, a meta do São Paulo para esta temporada é diminuir os gastos. Para isso, o clube pretende enxugar a folha salarial com o empréstimo de jogadores.

Hudson é um dos exemplos. O volante tinha um dos salários mais altos do elenco e foi emprestado ao Fluminense até o final do ano, sendo que o Tricolor carioca paga a maior parte dos vencimentos do atleta – cerca de 70% do valor líquido.

– Prefiro não falar em valores. Não passou um mês. Hudson, por exemplo, está emprestado por um ano. A economia vai ser realizada pelo ano todo. Estamos trabalhando firme pela redução – disse o gerente de futebol, Alexandre Pássaro.

Alexandre Pássaro, gerente de futebol do São Paulo, em entrevista coletiva — Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Alexandre Pássaro, gerente de futebol do São Paulo, em entrevista coletiva — Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Além de Hudson, Jean teve o contrato suspenso e foi emprestado ao Atlético-GO, Everton Felipe tem conversas para ser emprestado ao Cruzeiro, Raniel foi envolvido em uma troca com o Santos por Vitor Bueno e Calazans está fora dos planos do clube.

O que você precisa saber sobre o São Paulo:

Hudson foi emprestado ao Fluminense — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Hudson foi emprestado ao Fluminense — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Vendas

Embora tenha conseguido segurar a base do time de 2019, o São Paulo não descarta vender jogadores ainda nesta janela. Os garotos revelados nas categorias de base são os principais alvos no momento.

No final do ano passado, o Tricolor recusou sinalizações de propostas de mais de R$ 67 milhões do Borussia Dortmund e do RB Leipzieg, ambos da Alemanha, pelo atacante Antony. A sondagem do Bragantino de R$ 27 milhões pelo zagueiro Walce também foi rejeitada.

– A situação do São Paulo não é diferente da maioria dos clubes brasileiros. Como positivo temos a formação de diversos jogadores talentosos que chamam atenção do mercado. Em 2019 investimos bastante, mesclando jogadores jovens com atletas como Daniel Alves, capitão da Seleção e com tudo o que representa. Construímos um elenco forte, e isso não impediu a chegada de jovens. Sabemos da responsabilidade financeira, não é diferente da maior parte dos clubes. Hoje temos um número de jogadores jovens e talentosos que chamam atenção do mercado. A questão é equacionar esses ativos. Temos substitutos treinando há algum tempo para, caso haja saída, ter substituição à altura – disse Raí.

Antony é um dos jogadores do São Paulo na mira de europeus — Foto: Marcos Ribolli

Antony é um dos jogadores do São Paulo na mira de europeus — Foto: Marcos Ribolli

– Sabemos do exercício fiscal que acaba em 31 de dezembro. Mas sentimos o mercado vendo as notícias do déficit e necessidade de venda, sentimos o mercado apostando nisso para trazer valores abaixo pelos nossos jogadores. Por isso não concluímos situações no ano passado. Não fazia sentido depreciar um ativo nosso em função do ano fiscal. Os jogadores do São Paulo sempre estarão girando nos nomes dos clubes grandes de fora e do mercado, mas é importante ratificar que temos ativos. Poderíamos colocar R$ 250 milhões ou R$ 300 milhões para dentro vendendo jogadores, mas não é o que o São Paulo quer. Buscamos vender no momento certo. Independentemente de saídas agora, um ou dois podem sair, ainda não sabemos, mas a espinha dorsal do time vai permanecer. Isso temos valorizado há algum tempo – acrescentou Pássaro.

Quem também está na mira de outros clubes é o volante Liziero. Houve sinalização de uma oferta de aproximadamente 7 milhões de euros (cerca de R$ 32, 7 milhões) do Reading, da Inglaterra, pelo jogador. No entanto, a equipe inglesa tem um embargo para fazer contratações neste momento, pois gastou demais nos últimos anos e teve déficit fiscal. Diante disso, precisa de uma autorização da liga local para comprar jogadores por valores altos.

Emprestar Liziero ao Reading por um período até que os ingleses possam ter autorização para fazer contratações com valores maiores está descartado pelo São Paulo. Portanto, até o momento as negociações não evoluíram.

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