Dá pra pagar? Veja como o São Paulo planeja bancar o milionário salário de Daniel Alves

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GloboEsporte

Eduardo Rodrigues e Marcelo Hazan

Diretoria do clube explica estratégia financeira para pagar os vencimentos do camisa 10.

Ao contratar Daniel Alves em agosto do ano passado, o São Paulo projetou ter alguns parceiros para ajudar a pagar o salário do jogador. Passados cinco meses, o clube ainda continua nessa busca.

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Em entrevista coletiva na última quinta-feira, o gerente de futebol do Tricolor, Alexandre Pássaro, afirmou que os pagamentos estão no orçamento do clube e que há movimentos para fechar acordos. O clube já tem uma empresa parceira.

– O nosso projeto Daniel Alves, quando a gente assinou o contrato longo com ele, não é para conseguir todos os parceiros nos primeiros seis meses de contrato. Isso pode acontecer ao longo do tempo, com a performance dele, com a ida à Seleção. Às vezes a Copa do Mundo, esse mercado vai estar mais aquecido. Do mesmo jeito que nosso projeto esportivo é longo, esse projeto de arrumar parceiro também é longo. Temos equipes internas e externas trabalhando nisso e temos certeza de que as oportunidades vão aparecer em breve – afirmou Pássaro.

Pelo acordo com o jogador, o clube pagará um valor não revelado em parcelas semestrais pela exploração dos direitos de imagem, em abril e outubro dos próximos anos.

No total, entre salários, luvas, bônus e acordo pelos direitos de imagem, o São Paulo pagará em média cerca de R$ 1,5 milhão por mês. Mas o clube não considera esse valor como definitivo porque, caso consiga parceiros, o número cai.

Daniel Alves durante treino do São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

O valor que corresponde somente aos salários pagos pelo São Paulo é de aproximadamente R$ 500 mil. As parcelas da imagem poderão ser pagas com a ajuda dos parceiros.

Segundo o São Paulo, o pagamento pelas parcelas referentes à imagem de Daniel Alves seria como uma espécie de financiamento. Em números fictícios, funcionaria da seguinte maneira:

  • O São Paulo paga um valor pela parcela semestral (por exemplo de R$ 5 milhões) a Daniel Alves pelo acordo de exploração da imagem;
  • Se receber até um determinado valor (de por exemplo R$ 7 milhões) por meio de parceiros, o clube fica com toda a fatia do lucro (de por exemplo R$ 2 milhões), descontando os R$ 5 milhões de “reembolso”.
  • Se receber um outro valor acima dos R$ 7 milhões, o lucro é dividido igualmente entre São Paulo e Daniel Alves: 50% para cada. Ou seja, se houver o pagamento de R$ 500 mil acima do valor determinado no contrato, cada parte receberia R$ 250 mil.

Nesse modelo, o São Paulo “reembolsa” o valor acertado pela imagem de Daniel Alves, fica com um determinado montante de lucro até uma faixa de dinheiro arrecadada (caso haja lucro), e a partir de outra faixa determinada no contrato divide igualmente os valores com o atleta. O São Paulo não revelou quais são essas faixas determinadas.

– Não é uma exclusividade do Daniel Alves. Aqui e em outros clubes é natural que o jogador receba o salário por mês e ao longo do ano ou da temporada ele receba algumas parcelas maiores que acertam o nível do que foi combinado. Não é só uma forma de jogar para frente. Tem um outro motivo por trás: fica depois das janelas. Esses valores são feitos em setembro, porque se por acaso vender o jogador na janela evita de pagar. No caso do Daniel Alves não é diferente. Fez parte da mecânica, como faria de qualquer jeito, porque é melhor que receba as parcelas programadas do que no mês a mês, quando temos necessidades a pagar. Sobre os parceiros: esse pagamento não depende dos parceiros, já está no orçamento, o São Paulo já conta com isso – explicou Pássaro.