GloboEsporte
Alexander Rondon tem o mesmo nome do pai que atuou no São Paulo em 2004 e por 14 anos anos na seleção da Venezuela e busca ser descoberto atuando no Vilhenense, de Rondônia.
Emilio Botta
Alexander José Rondon Maneiro não é apenas mais um jogador entre os milhares de inscritos pelos 127 clubes que irão participar da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2020. O jogador do Vilhenense, de Rondônia, busca repetir o sucesso do pai, Alexander Rondon, que defendeu a seleção da Venezuela por mais de 14 anos e teve passagem sem sucesso pelo São Paulo em 2004.
Para realizar o sonho de se tornar jogador profissional, o jovem Rondon teve que deixar a Venezuela, país que tem o beisebol como esporte mais popular, para se arriscar em um time brasileiro. Aos 19 anos, ele fez parte do elenco do Vilhenense que foi campeão estadual sub-20 e profissional no último ano, garantindo ao clube a vaga na Copinha pela primeira vez.
– Foi uma série de fatores que me trouxeram até aqui, eles me ajudaram muito com a minha documentação e espero poder fazer uma boa Copinha para fazer esse esforço valer a pena. Estou muito longe de casa, desde pequeno saí em busca de um sonho. Agora está muito perto de se tornar realidade e espero que a Copinha possa mudar a minha vida. Meu pai jogou no país do futebol e isso foi um incentivo. Na Venezuela o futebol não é muito conhecido, lá o esporte mais popular é o beisebol, mas espero poder representar bem o nome da Venezuela – disse.
O fato de ser filho de um dos principais jogadores da história do futebol venezuelano não é um peso para Rondon. Segundo ele, o grande objetivo da carreira é superar os números do pai, que disputou três edições da Copa América (1999, 2001 e 2004) e marcou cinco gols em 46 jogos com a camisa “vinotinto”.
“Meu pai tem grandes números e meu objetivo é poder superá-los”, sonha Alexander Rondon.
– Não é um peso, é um privilégio carregar o nome dele comigo. Me ensinou muitas coisas, teve uma carreira de muito sucesso, defendeu a seleção da Venezuela por 14 anos e quero superar esses números. Ele fala muito comigo, dá conselhos sobre a malandragem do futebol brasileiro e é meu ponto de apoio nos momentos de dificuldades – explica Rondon, que vê seu estilo semelhante com o do pai.
– Ele também era atacante, temos o mesmo jeito de jogar. Somos fortes, mais centralizados e não tanto de velocidade. Compartilho essas características, a diferença é que ele fez história e eu estou em busca disso – finaliza.
Alexander Rondon comemora título estadual sub-20 pelo Vilhenense — Foto: Divulgação
Rondon diz se espelhar atualmente no compatriota Yeferson Soteldo, meia-atacante do Santos e um dos principais nomes da equipe na última temporada.
– O Soteldo é uma referência boa, foi o melhor jogador do Santos na temporada e é um dos exemplos que tenho. O importante é que o futebol está crescendo na Venezuela e espero poder ajudar nesse processo. Precisamos de mais oportunidade, porque talento a gente tem – analisa.
Rondon deve fazer a estreia pelo Vilhenense nesta quinta-feira, às 17h, no duelo da equipe contra o Ituano, no estádio Novelli Jr., em Itu, pelo Grupo 15 da Copinha, que tem ainda Fluminense e Socorro-SE na chave.