São Paulo e Ajax podem envolver percentual de Neres em venda de Antony

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UOL

Bruno Grossi

Restando dois dias para o fechamento da janela de transferências nos principais mercados europeus, São Paulo e Ajax trabalham em uma negociação complexa por Antony. O atacante pode ser vendido por um valor acima do que era previsto, em uma operação na qual o Tricolor também venderia alguns direitos que ainda tem sobre David Neres. É esse cenário cheio de detalhes que coloca os holandeses na frente do Borussia Dortmund neste momento, mesmo que o clube alemão possa estar com os cofres turbinados pela possível saída do inglês Jadon Sancho. O UOL Esporte explica as tratativas entre São Paulo e Ajax abaixo:

Valores O São Paulo já recusou propostas de 18 milhões de euros no mês passado. A ideia do clube era começar a negociar a partir de 20 milhões, valor de uma oferta feita no ano passado pelo Manchester City em parceria com o Sporting. Isso tirou outros clubes da briga, como o Nice, da França. O Dortmund deve ter condições pela venda de Sancho e o Ajax colocou na mesa uma composição diferente que foi considerada positiva. Percentual e bônus por David Neres.

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Quando vendeu David Neres ao Ajax no início de 2017, o São Paulo assegurou o direito de receber 20% de negociações futuras envolvendo o atacante. Inclusive, ao ver os holandeses não vendê-lo na temporada passada, o Tricolor se frustrou e passou apuros financeiros. Agora, para não ficar à mercê de uma grande venda de Neres, o time paulista tem a opção de negociar esse percentual junto com a transação por Antony.

David Neres chegou a driblar o goleiro, mas acabou desarmado no momento da finalização - Kelvin Kuo/USA Today

O que o Ajax sugeriu é dar uma quantia maior pela compra de Antony, mas que na verdade representaria a cessão desses 20% pelo São Paulo. Neres é avaliado em 40 milhões de euros. Ou seja, se ele fosse negociado por esse valor e descontando possíveis comissões, o São Paulo ficaria com cerca de 7,5 milhões de euros. A ideia dos holandeses é oferecer, de pronto, sem a dependência de uma venda de Neres, um valor abaixo do que seriam esses 20%. Por sua vez, o Tricolor tenta subir essa fatia que seria referente a Neres lembrando que o jogador está prestes a bater mais metas estipuladas no contrato de 2017 e que renderiam imediatamente 1 milhão de euros. Esse bônus — outros já foram alcançados — é referente à quantidade de jogos que Neres deveria cumprir no Ajax.

O São Paulo só vai aceitar incluir esse percentual e esse bônus ligados a Neres se considerar a proposta por Antony abaixo do esperado. Se a oferta direta já for suficiente para os planos do Tricolor, esses possíveis gatilhos serão deixados de lado. Se aceitar, o São Paulo ainda continuaria com direito a 3,5% de qualquer transferência internacional de Neres por ser o clube formador. Segurar Antony até junho ou manter percentual de venda futura.

Outros dois fatores podem interferir no valor da proposta do Ajax — ou até mesmo do Borussia Dortmund. O São Paulo tenta negociar a permanência de Antony pelo menos até junho, quando reabre o mercado europeu. O objetivo seria manter o time mais forte na busca pelo título do Campeonato Paulista. Uma cláusula desse tipo pode diminuir o valor da oferta dos interessados no atacante.

Marcello Zambrana/AGIF

A diretoria do São Paulo também tenta colocar na negociação a manutenção de um percentual dos direitos econômicos de Antony ou uma cláusula de venda futura, como foi feito com Neres há três anos. Caso consiga, isso também pode fazer com que os europeus baixem as cifras no ato da compra. Tempo é curto para a janela fechar.

Com os dois dias que faltam para a janela fechar, o São Paulo se vê em situação mais confortável do que os clubes interessados em Antony. O Dortmund, por exemplo, precisaria fazer uma reposição rápida a Sancho. No caso do Ajax, que monitora Antony há tempos, o desejo é não perder a chance de fechar um negócio ou pelo menos garantir a prioridade de compra do atacante. Assim, o São Paulo entende que conseguirá fazer mais exigências e barganhar mais diante da vontade dos holandeses e da concorrência que eles encaram na negociação.