Análise: São Paulo e Pato desencantam com time ideal de Fernando Diniz; veja “gol tático”

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GloboEsporte

Marcelo Hazan

Tricolor goleia Oeste por 4 a 0 com méritos na primeira partida de Igor Gomes e Antony juntos.

Exatos 45 segundos de posse de bola sem deixar o Oeste encostar e 15 troca de passes. Assim o São Paulo abriu o caminho para a goleada por 4 a 0 no sábado de Carnaval, na Arena Barueri.

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Participaram da construção da jogada do primeiro gol de Daniel Alves, com assistência de Reinaldo: Arboleda, Antony, Tchê Tchê, Vitor Bueno, Bruno Alves e Igor Gomes (veja no vídeo acima).

O “gol tático” é mais uma prova de um time que cada vez mais joga ao estilo do técnico Fernando Diniz. Diferentemente das três partidas anteriores, o São Paulo criou e converteu as chances, embora na minha opinião mais uma vez tenha sido prejudicado por um pênalti não marcado em Igor Gomes pelo árbitro Raphael Claus.

Alexandre Pato fez dois gols, deu assistência e sofreu pênalti na goleada por 4 a 0 sobre o Oeste — Foto: Fernando Roberto Teixeira

A goleada por 4 a 0 do São Paulo com gols de Daniel Alves (2) e Pato (2) teve marcas importantes:

  • Pato desencantou: ele não marcava desde agosto. O camisa 7 sofreu pênalti e deu assistência para Daniel Alves. Ele já havia feito dois gols (mal anulados pela arbitragem, contra o Novorizontino). O atacante está em evolução desde o início de 2020 e é um jogador completamente diferente do que terminou 2019 em baixa;
  • Daniel Alves artilheiro: o camisa 10 chegou aos quatro gols na temporada em fevereiro. Artilheiro do elenco em 2019, Pablo fez sete gols na temporada passada;
  • Pontaria afiada: o São Paulo finalizou 15 vezes e fez quatro gols. Ou seja, média de 3,75 chutes para marcar, bem melhor do que vinha acontecendo até então, com seis gols marcados após 116 finalizações;
  • Dupla de Cotia: pela primeira vez em 2020 Fernando Diniz teve Antony e Igor Gomes à disposição juntos.

Tiago Volpi; Juanfran, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Tchê Tchê, Daniel Alves e Igor Gomes; Antony, Vitor Bueno e Pato.

Esse foi o time escalado por Fernando Diniz. Em relação ao Tricolor que bateu o Internacional por 2 a 1, no Morumbi, pelo Brasileirão de 2019, só há uma mudança: Pablo por Pato, como observou a repórter Alinne Faneli, da rádio “BandNews FM”.

Ao ser perguntado sobre se esses seriam seus 11 principais jogadores no São Paulo, Diniz evitou falar em time ideal (com razão) e disse o seguinte:

– Os principais jogadores são todos. Sou muito atento aos treinos e muitos vão ganhar espaço lá. Muitos estão treinando muito bem. Os treinos estão muito competitivos e quem não inicia o jogo está em forma excelente. Esses 11 foram para esse jogo (Oeste). No passado foram outros. O importante é que eles estão se colocando em uma condição em que todos podem ser titulares.

Fernando Diniz elogia o nível dos jogadores do São Paulo — Foto: Rômulo Magalhães/Futura Press

Fernando Diniz elogia o nível dos jogadores do São Paulo — Foto: Rômulo Magalhães/Futura Press

O treinador exaltou a base forte do elenco. A observação ganha peso por dois fatores:

  • o banco do São Paulo contra o Oeste tinha Hernanes, Pablo, Liziero e Everton, entre outras opções;
  • o São Paulo não contratou (nem deverá contratar neste começo de ano) novos reforços para 2020. As únicas “novidades” foram as manutenções dos antes emprestados Vitor Bueno, Tiago Volpi e Igor Vinícius. E essa é justamente a principal vantagem do São Paulo, segundo o próprio Fernando Diniz.

O técnico citou Vinicius de Moraes para definir a situação de Antony, vendido ao Ajax e à disposição do São Paulo até junho: “Que seja eterno enquanto dure”. Ele falou em aproveitar o máximo possível o agora camisa 11. Não há neste elenco nenhum jogador com a capacidade de desequilibrar partidas como ele.

Ou seja, o Tricolor tem quatro meses de Antony para tentar eternizar na história um título que encerraria uma fila de mais de sete anos do clube e daria ao próprio Fernando Diniz sua maior conquista na carreira.