Com dificuldade financeira e sem cumprir metas, São Paulo atrasa pagamento de salários de janeiro

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ESPN

Com problemas financeiros agravados no ano passado e metas que não foram cumpridas, o São Paulo atrasou o salário em carteira (CLT) de janeiro aos jogadores do elenco profissional. Geralmente a quitação ocorre no terceiro dia útil do mês, mas o prazo legal permitia que o depósito fosse feito, no limite, até a última sexta-feira (7).

A informação foi publicada pelo “GloboEsporte” nesta segunda-feira (10) e confirmada por nossa reportagem.

Segundo fontes consultadas pela ESPN, os jogadores foram comunicados previamente e estavam cientes de que o pagamento do último mês atrasaria. A justificativa foi uma dificuldade no caixa, com receitas que acabaram não se confirmando.

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A diretoria passou aos atletas que espera solucionar o atraso nos próximos dias.

Desde o final da temporada passada, a situação financeira já era um ponto de atenção dentro do São Paulo. Um dos balanços internos apontou a necessidade de o clube arrecadar quase R$ 80 milhões até dezembro para cobrir déficit de R$ 76,5 milhões.

Conselheiros da oposição chegaram a assinar um documento com pedido de impeachment do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, alegando gestão temerária, falta de transparência junto ao Conselho Deliberativo, entre outros pontos.

Na época, o plano elaborado para resolver a situação financeira envolvia a negociação do atacante Antony, cria da base com mais potencial, para um clube da Europa. Os interessados eram Borussia Dortmund e RB Leipzig, ambos da Alemanha.

O Ajax, da Holanda, com quem o São Paulo tem bom relacionamento, também monitorava a situação.

Membros do conselho de administração chegaram a ouvir de Raí, diretor executivo de futebol, que o departamento de futebol conseguiria enxugar gastos e faria a venda de jogadores para alcançar a meta. Praticamente na virada do ano, antes da abertura oficial da janela de transferências, o São Paulo recusou uma oferta de 15 milhões de euros (R$ 67,6 milhões na cotação de então) de um clube alemão por Antony.

A não negociação de outros nomes que despertaram interesse no mercado –o Red Bull Bragantino estava disposto a pagar 6 milhões de euros (R$ 27,2 milhões) por Walce, em janeiro, antes do zagueiro se lesionar– acabou gerando críticas internas.

Há dentro da agremiação algumas projeções de receita que envolvem o sucesso esportivo nos torneios mais importantes do ano e a venda de jogadores na janela do meio do ano, quando os valores costumam ser maiores.

No entanto, alguns diretores próximos ao presidente admitem que será preciso fazer empréstimos para cumprir os compromissos.

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