Diniz e Tiago Nunes têm respaldo, mas Majestoso ameaça elevar a pressão

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Tiago Nunes, técnico do Corinthians, durante partida contra o Guaraní (PAR) na última quarta-feira, na Arena - NELSON ALMEIDA / AFP
Tiago Nunes, técnico do Corinthians, durante partida contra o Guaraní (PAR) na última quarta-feira, na Arena Imagem: NELSON ALMEIDA / AFP

José Eduardo Martins e Samir Carvalho – Do UOL, em São Paulo (SP)

O clássico entre São Paulo e Corinthians hoje (15), no Morumbi, válido pela sexta rodada do Campeonato Paulista 2020, coloca os técnicos Fernando Diniz e Tiago Nunes novamente no mesmo caminho. Antes de acertar com o alvinegro paulista, Tiago foi o sucessor de Diniz no Athletico-PR, onde conquistou títulos importantes, como Sul-Americana e Copa do Brasil.

Os dois treinadores entram em campo hoje com muita coisa em comum. Além do futebol ofensivo, Fernando Diniz e Tiago Nunes tentam engrenar uma nova filosofia de trabalho em seus clubes. A dupla também quer evitar que uma possível pressão ganhe força com uma derrota no clássico.

Vale ressaltar que Tiago Nunes e Fernando Diniz não sofrem risco de demissão, mas um tropeço no clássico pode acabar com a paciência de seus torcedores, no mínimo.

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Tiago Nunes agrada muito a diretoria corintiana, jogadores e profissionais em geral do futebol do clube. O estilo de jogo vertical e o domínio do time na maioria dos jogos em 2020 mantêm o treinador firme no cargo, mesmo com a eliminação precoce na Copa Libertadores da América nesta semana, diante do Guaraní, do Paraguai.

No Corinthians, internamente, a cúpula alvinegra volta a garantir que Tiago Nunes não sofre riscos de queda, mesmo que tropece hoje no Morumbi. Aliás, este assunto é considerado um absurdo nos bastidores do Parque São Jorge.

Fernando Diniz está menos estável no São Paulo. O treinador tem o respaldo da diretoria e dos jogadores, porém é bastante criticado por parte da torcida e do Conselho tricolor. Uma das principais reclamações é a falta de eficiência do sistema ofensivo —algo que também suscitava a reprovação de muitos na época em que o time era dirigido por Cuca.

Aliás, a contratação de Fernando Diniz, em setembro do ano passado, mostrou o prestígio que o treinador tem com os jogadores. Na ocasião, os diretores ouviram os principais representantes do elenco (Tiago Volpi, Daniel Alves, Hernanes, Reinaldo e Pablo) que apontaram o ex-comandante do Athletico-PR como melhor opção para o cargo.

No dia a dia, o técnico é adepto do trabalho individualizado. Ele gosta de conversar com cada um dos atletas e saber quais as suas considerações sobre o time. Os treinos costumam ser bastante intensos, com ênfase para a posse de bola. Para ter mais privacidade, boa parte das atividades é fechada para a imprensa.

Ainda assim, os resultados não são tão satisfatórios. Por isso, as críticas aumentam. Para complicar ainda mais a situação, o retrospecto de Diniz em outros clubes grandes não é positivo. No Athletico-PR e no Fluminense, ele conquistou o respeito dos jogadores, mas teve índice baixo de aproveitamento dos pontos — 34% no Furação, e 49,2% no time das Laranjeiras. Tal situação gerou a demissão do técnico.

Até o momento no São Paulo, ele dirigiu o time no banco de reservas em 21 partidas (nove vitórias, seis empates e seis derrotas), com 52,3% de aproveitamento dos pontos. Já no Campeonato Paulista, a equipe abriu a rodada na terceira colocação do Grupo C, com oito pontos em cinco duelos. Em 2020 também, o time marcou seis gols, sendo que finalizou cem vezes (6% de aproveitamento).

FICHA TÉCNICA:
SÃO PAULO x CORINTHIANS

Data: 15 de fevereiro de 2020, sábado
Horário: 19 horas (de Brasília)
Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Competição: Campeonato Paulista, 6ª rodada
Árbitro: Douglas Marques das Flores
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis e Neuza Ines Back

SÃO PAULO: Tiago Volpi; Juanfran, Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Tchê Tchê, Daniel Alves e Hernanes (Igor Gomes); Vítor Bueno, Antony e Alexandre Pato (Pablo). Técnico: Fernando Diniz.

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Pedro Henrique, Gil, Sidcley; Camacho, Cantillo, Luan, Pedrinho; Boselli e Vagner Love. Técnico: Tiago Nunes.

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