GloboEsporte
Eduardo Rodrigues
De infraestrutura a categorias de base, saiba o que pensa e como trabalha o Tricolor na modalidade no país e fique por dentro dos planos para a temporada.
O time feminino do São Paulo viverá um momento diferente em 2020. A equipe foi reforçada com nomes importantes, como as de Gláucia e Duda, e tem promessa de uma melhor estrutura de trabalho para a disputa da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, depois de conquistar a série A2 no ano passado.
Abaixo, o GloboEsporte.com mostra como está estruturado o futebol feminino do Tricolor e apresenta as ideias do técnico Lucas Piccinato.
Lucas Piccinato, técnico do Tricolor Feminino — Foto: Rubens Chiri/SãoPauloFC
Infraestrutura
Uma das principais dificuldades do São Paulo em 2019 foi o local de treino da equipe feminina. O complexo do Morumbi, onde fica o clube social, foi o lugar mais utilizado pela comissão técnica. Havia alguns problemas, porém, como a grama sintética e a falta de privacidade, já que o clube é utilizado por sócios.
Nesta temporada, será diferente. O Tricolor irá utilizar, além do clube social, o CT da Barra Funda, alternando os horários com o time masculino, e o CT das categorias de base, em Cotia.
São Paulo realiza treino no CT da Barra Funda — Foto: Eduardo Rodrigues
Elenco
O São Paulo fez uma reformulação no elenco para esta temporada. Além de Duda e Gláucia, as duas maiores contratações para 2020, seis jogadoras foram contratadas para reforçar o Tricolor. São elas: Mylla (atacante), Kamilla (atacante), Ana Caroline (atacante), Thais Helena (goleira), Gislaine (zagueira) e Dani (lateral-esquerda).
A diretoria ainda promoveu cinco atletas das categorias de base: Emily, Giovaninha, Lauren, Miriam Cristina e Rafaela. Outras 13 jogadoras permaneceram do elenco do ano passado.
– Eu estou bem feliz com as contratadas. Foram peças em posições em que tínhamos um pouco de carência no ano passado. Fizemos um estudo de mercado, conseguimos trazer peças importantes. Acho que, daqui a pouco, elas vão encaixar bem na nossa maneira de jogar e vão entregar bastante para o torcedor são-paulino – afirmou Lucas Piccinato.
Apresentação do elenco de futebol feminino do São Paulo — Foto: Eduardo Rodrigues
Comissão técnica
O São Paulo conta com uma comissão técnica fixa de cinco profissionais atualmente, mas a ideia é aumentar para sete. O departamento médico também foi um ponto ressaltado por Piccinato:
– A fisioterapia é dentro do complexo do Morumbi, muito boa, por sinal. São profissionais que saem de lá, vêm para a Barra Funda, Cotia, têm o intercâmbio. A gente tem uma proximidade muito boa. Nosso departamento médico é muito rápido, positivo. Tivemos situações de atletas que se lesionaram e operaram dois, três dias depois. A gente tem um departamento médico muito bom para agregar dentro da nossa estrutura como um todo.
Lucas Piccinato, técnico do São Paulo Feminino — Foto: Rubens Chiri/SãoPauloFC
Tecnologia
– Em 2019, a gente não teve esse acessório fisiológico do nosso lado, mas em 2020 o projeto é ter o GPS. Está em finalização de compra. A gente vai ter também a plataforma de força para controlar o quanto de carga a atleta teve no exercício que fez, em jogo ou treino. Estamos andando. É um projeto de primeiro ano. A gente começou às pressas, fizemos muitas coisas de uma maneira que, talvez, não fosse ideal. Mas era para que acontecesse. Agora que aconteceu, que mostramos nosso valor, vamos buscar melhorar a estrutura para ser ainda melhor para as atletas e ter resultados melhores – disse o treinador.
Relação com a diretoria e investimento
Segundo Lucas Piccinato, a relação da comissão técnica com a diretoria é bem aberta e com constantes diálogos para melhorias nas condições de trabalho e nos reforços da equipe – tanto que o time se reforçou com Gláucia, considerada a melhor atacante do Brasil em 2019, e Duda, que passou a ser convocada pela seleção brasileira.
– A relação é muito boa. O diretor tem nos ajudado com tudo que pode. A gente entende que um trabalho em conjunto facilita para termos bons resultados. Acho que tivemos bons resultados, resultados interessantes. Isso é um conjunto de coisas, a comissão estar próxima das atletas, as atletas estarem próximas da comissão, a comissão estar próxima da diretoria. A gente espera que em 2020 seja ainda mais próxima essa relação.
Glaucia foi a maior contratação do São Paulo na janela de transferência — Foto: Reprodução / twitter
Análise do calendário e relação com a CBF
O calendário é um dos principais alvos de críticas na Série A do Campeonato Brasileiro da categoria. E com o São Paulo não é diferente. Neste ano, o Tricolor terá no primeiro semestre a disputa do Brasileirão e do Paulisão intercalados. A falta de uma divisão melhor nas datas incomoda.
– O calendário, na minha opinião, é muito ruim. É uma falta de troca de ideias entre federação e CBF para que o ano inteiro a gente tenha jogo, o ano inteiro com competição. Acaba que a gente compete durante seis meses, e depois não tem competição, ficamos quase seis meses sem jogar. Isso é muito ruim para clubes menores, maiores, para qualquer um. Vale um diálogo, tentar uma aproximação para acertar o calendário. Colocar uma competição mais no final do ano, uma no começo do ano, para que a gente tenha um calendário mais espaçado, e que essas atletas não fiquem sem jogar – afirmou Lucas Piccinato.
Categorias de base
O São Paulo trabalha com o sub-17 e o sub-20 e vem revelando cada vez mais jogadoras para o time principal. Para esta temporada, por exemplo, cinco jogadoras (Emily, Giovaninha, Lauren, Miriam Cristina e Rafaela) foram promovidas aos profissionais.