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Bruno Grossi
Hernanes poderia não ter se tornado ídolo do São Paulo e o Santo André tem tudo a ver com isso. O rival do Tricolor às 18h de hoje (9), pela quinta rodada do Campeonato Paulista, já foi casa do Profeta na década passada e ficou muito perto de ter o meia em definitivo graças a um pedido peculiar do então técnico Muricy Ramalho.
Preocupado com a ausência de um reserva para Josué no elenco que havia sido campeão mundial no ano anterior, Muricy chegou ao São Paulo em 2006 e logo sugeriu a contratação de Ramalho, um volante que fez história pelo Santo André com o título da Copa do Brasil de 2004 sobre o Flamengo. Naquele mesmo ano, chegou a atuar por empréstimo no próprio São Paulo.
A solução para esse pedido de Muricy foi mandar dois garotos promissores formados nas categorias de base do Tricolor: o meia Rafinha, que depois jogaria por Cruzeiro e Coritiba, e Hernanes. O Profeta havia subido para o profissional em 2005, quando o time titular era preservado para disputar a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes. Mas os três gols marcados no Campeonato Brasileiro, além da facilidade de jogar nas duas laterais e no meio de campo, não convenciam Muricy.
Ramalho fez 26 jogos pelo São Paulo em 2006, quase sempre como reserva. Na reta final da campanha vitoriosa no Brasileirão, chegou a ser titular em duelo importante com a Ponte Preta, quando Mineiro e Josué foram desfalques. Foi uma passagem sem brilho e com muita marcação, atributos que fizeram Muricy sugerir a troca em definitivo por Hernanes mesmo com a evolução do Profeta pelo Santo André — foram sete gols em 31 partidas.
Ramalho fez 26 jogos pelo São Paulo em 2006, quase sempre como reserva. Na reta final da campanha vitoriosa no Brasileirão, chegou a ser titular em duelo importante com a Ponte Preta, quando Mineiro e Josué foram desfalques. Foi uma passagem sem brilho e com muita marcação, atributos que fizeram Muricy sugerir a troca em definitivo por Hernanes mesmo com a evolução do Profeta pelo Santo André — foram sete gols em 31 partidas.
O negócio não prosperou, entretanto. Ramalho foi jogar no futebol israelense, enquanto Hernanes voltou ao São Paulo para viajar com uma espécie de time de aspirantes para um torneio na Índia. O Tricolor patinava no primeiro semestre, com atuações abaixo da média no Paulistão e na Libertadores, quando Muricy finalmente decidiu abrir espaço para o Profeta. A história construída depois é amplamente conhecida. Hernanes rapidamente se tornou titular e decisivo para os tricolores, que ganhariam com ele duas edições do Brasileirão consecutivas. O Profeta seguiu como protagonista do time até 2010, quando foi vendido à Lazio. Na Itália, passou ainda por Juventus e Internazionale, antes de se transferir para o futebol chinês.
Em 2017, atuou emprestado ao São Paulo por seis meses e ampliou a idolatria da torcida ao salvar o time do rebaixamento. Até que, ano passado, o Tricolor conseguiu comprá-lo de vez. Mas e Ramalho, por onde andou? O volante que está na história do Santo André tem 39 anos e segue em atividade. Foram 12 clubes diferentes desde a saída do São Paulo em 2006, com os melhores momentos vividos por Goiás e Atlético Goianiense na década passada. O currículo ainda tem passagens por Criciúma, Rio Verde, Atlético Sorocaba, São Caetano, Paulista de Jundiaí, ASA e Sergipe, além de voltas ao Santo André. Hoje, Ramalho defende o Freipaulistano, time do Sergipe que disputa a atual edição da Copa do Nordeste.
Ficha técnica: Santo André x São Paulo – 5ª rodada do Campeonato Paulista Local: Bruno José Daniel, em Santo André (SP) Data/Hora: 9 de fevereiro de 2020, às 18h Arbitragem: Vinicius Gonçalves Dias Araújo Assistentes: Neuza Inês Back e Leandro Matos Feitosa Transmissão: Premiere (pela TV e pela internet).
Santo André: Fernando, Ricardo, Luizão, Rodrigo e Marlon; Paulinho, Dudu Vieira e Branquinho; Vitinho, Douglas Baggio e Ronaldo. Técnico: Paulo Roberto dos Santos. São Paulo: Tiago Volpi, Juanfran, Arboleda, Bruno Alves (Anderson Martins) e Reinaldo; Tchê Tchê, Daniel Alves e Hernanes; Alexandre Pato, Vitor Bueno e Pablo. Técnico: Fernando Diniz.