São Paulo se irrita com arbitragem e busca empate com Novorizontino no fim

141

UOL

Bruno Grossi

O São Paulo viveu uma noite turbulenta no Morumbi hoje (3). Apesar de controlar o jogo e conseguir quase o triplo de finalizações do que o Novorizontino, o Tricolor saiu em desvantagem e só buscou o 1 a 1 aos 41 minutos do segundo tempo. O resultado ao menos mantém o time invicto no Campeonato Paulista e na liderança do Grupo C, com oito pontos. A partida ficou marcada por uma arbitragem contestada de Flávio Roberto Mineiro e seus auxiliares, que anularam de forma equivocada dois gols de Alexandre Pato no início do primeiro tempo e deixaram de marcar ainda dois pênaltis para o São Paulo. Os gols do jogo saíram todos no segundo tempo: Higor Leite abriu o placar para o Novorizontino em contra-ataque, enquanto o garoto Brenner deixou tudo igual. Na quinta rodada do Paulistão, o São Paulo vai encarar o Santo André fora de casa, às 18h de domingo. No mesmo dia, mas às 19h, o Novorizontino recebe o Ituano em Novo Horizonte.

Cronologia do jogo A primeira polêmica da arbitragem aconteceu a um minuto da partida. Tchê Tchê deu passe em profundidade, Vitor Bueno fez corta-luz e Alexandre Pato saiu sozinho na cara do goleiro para balançar as redes. O bandeira Vitor Carmona apontou impedimento, mas Pato estava na mesma linha dos zagueiros rivais. Aos 12, de novo Pato foi acionado, agora por Daniel Alves, e de novo marcou. Mais uma vez Vitor Carmona deu impedimento e mais uma vez de forma equivocada. Pato estava atrás da linha de defesa e o passe de Dani ainda desviou na defesa.

Publicidade

Antes dos 20 minutos, o árbitro Flávio Roberto Mineiro ainda foi alvo de reclamações por um pênalti não marcado sobre Vitor Bueno e também parou um contra-ataque do São Paulo por desviar a bola tocada por Juanfran. Os seguidos lances polêmicos levaram o técnico Fernando Diniz à loucura — e também renderam um cartão amarelo a ele. Na volta do intervalo, mais um pênalti que pode ter sido ignorado por Flávio: Arboleda finalizou e Felipe Rodrigues abafou o lance com as mãos.

A pressão do São Paulo se intensificou ao longo da etapa final. O goleiro Oliveira fez boas defesas e ainda teve sorte, como no lance em que Reinaldo acertou o travessão. Só que, aos 25 minutos, um contra-ataque puxado por Célio Silva — e que chegou a ser cortado por Bruno Alves — acabou com Higor Leite na cara de Tiago Volpi. O meia, primo de Kaká, bateu com categoria para abrir o placar. Já aos 41, Daniel Alves cobrou falta na área, a bola sobrou para Vitor Bueno cruzar e depois encontrou o oportunismo de Brenner. Foi o primeiro gol do jovem em dois jogos na volta ao São Paulo.

Árbitro novato vira protagonista no Morumbi

Aos 24 anos, Flávio Roberto Mineiro provavelmente teve na partida desta noite seu grande momento na carreira até aqui. Mas o jogo no Morumbi acabou deixando o árbitro em exposição negativa ao lado de seus auxiliares. No primeiro tempo, o bandeira Vitor Carmona anulou dois gols legais de Alexandre Pato. Já Flávio Roberto deixou de marcar um pênalti em cada tempo — um em Vitor Bueno e outro em toque de mão após finalização de Arboleda. Já nos últimos minutos, foi o Novorizontino quem teve motivo para reclamar, após Arboleda parar um contra-ataque perigoso com falta e o árbitro deixar o jogo seguir.

O melhor: Tchê Tchê A assistência para o primeiro dos gols anulados foi dele. E vários contra-ataques do Novorizontino cortados na raiz foram fruto da marcação eficiente do volante. Tchê Tchê, ao lado de Daniel Alves, vai fazendo o meio de campo do São Paulo funcionar cada vez melhor. Do lado do Novorizontino, merece destaque a atuação do goleiro Oliveira, que fez duas grandes defesas no segundo tempo.

O pior: Felipe Rodriques O lateral-direito do Novorizontino foi presa fácil para as dobradinhas do São Paulo pela esquerda. Ele ainda podia ter saído como vilão, já que cometeu um dos pênaltis ignorados pela arbitragem. Curioso é que Rodrigues começou o jogo bem, com bastante coragem para duelar com Reinaldo, outro que não esteve bem na partida.

Atuação do São Paulo Um time grande que perde para a formação reserva de uma equipe do interior, à primeira vista, parece ter jogado mal. Não foi o caso do São Paulo hoje. Os comandados de Fernando Diniz criaram pelo meio, pelos lados, por baixo, por cima, de dentro e de fora da área. E até marcaram gols — anulados — logo no começo da partida. O gol sofrido foi em contra-ataque veloz dos visitantes. No fim das contas, o empate saiu em uma das chances criadas na marra, já sem a inspiração de quase toda a partida. Méritos para Brenner, que entrou para melhorar as finalizações do time e mostrou seu faro de artilheiro dos tempos da base. No profissional, em duas passagens, ele tem seis gols em 32 partidas.

Atuação do Novorizontino Apesar de algumas descidas perigosas no começo da partida, principalmente nas costas de Reinaldo, o Novorizontino passou quase que o tempo todo enterrado na defesa. O São Paulo conseguiu chutar de fora, entrar tabelando, ganhar pelo alto, evidenciando a superioridade natural diante dos reservas da equipe do interior. O grande mérito dos comandados de Roberto Fonseca foi ter calma para sair jogando contra a forte marcação adiantada dos tricolores, como no lance que terminou com gol de Higor Leite.

Apagão deixa Morumbi no escuro, mas só por alguns segundos

Bruno Grossi/UOL

Durante o primeiro tempo, em duas ocasiões, houve a impressão de que as luzes do Morumbi tinham piscado. Até que, de repente, todo o estádio ficou completamente apagado. A escuridão durou menos de um minuto, mas foi suficiente para os torcedores ligarem as lanternas de seus celulares e fazerem uma festa bonita nas arquibancadas.

FICHA TÉCNICA São Paulo 1 x 1 Novorizontino Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP) Data: 3 de fevereiro de 2020 (segunda-feira) Horário: 20h (de Brasília) Público: 14.060 Renda: R$ 378.987,42 Árbitro: Flávio Roberto Mineiro Ribeiro Assistentes: Vitor Carmona Metestaine e Enderson Emanoel Turbiani da Silva.

Gols: Higor Leite, aos 25, e Brenner, aos 41 minutos do segundo tempo Cartões amarelos: Bruno Alves, Tchê Tchê e Brenner (São Paulo); Danielzinho e Léo Baiano (Novorizontino) São Paulo: Tiago Volpi; Juanfran (Everton), Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Tchê Tchê, Daniel Alves e Hernanes (Toró); Pablo, Alexandre Pato (Brenner) e Vitor Bueno. Técnico: Fernando Diniz Novorizontino: Oliveira; Felipe Rodrigues, Adriano Mina, Edson Silva e Willian Formiga; Adilson Goiano, Léo Baiano e Danielzinho (Higor Leite); Cléo Silva, Jenison (Guilherme Queiroz) e Capixaba (Felipe Marques). Técnico: Roberto Fonseca.