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Leonardo Lourenço
Clube envia representantes e acompanha divulgação in loco pela primeira vez. Raphael Claus, tido como o melhor juiz de São Paulo, apita jogo contra o Oeste, sábado.
As audiências públicas de designação de árbitros do Campeonato Paulista costumam reunir um apresentador e um representante da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol.
Nesta terça-feira, porém, teve público recorde. O São Paulo enviou quatro representantes para acompanhar o anúncio dos juízes da sétima rodada do torneio.
O clube do Morumbi, descontente com a atuação recente de árbitros em jogos do time, foi o primeiro a mandar uma equipe a uma audiência, que passou a ser o modelo de divulgação dos árbitros nesta temporada em São Paulo.
A pressão feita durante a semana funcionou: Raphael Claus, tido como o principal árbitro do estado, será o responsável pelo jogo Oeste x São Paulo, sábado, em Barueri.
A escolha não é coincidência. É uma forma de a FPF minimizar as críticas recebidas. O São Paulo entende que perdeu pelo menos cinco pontos nas últimas três rodadas graças a erros de árbitros que a diretoria tricolor julga como inexperientes.
Na avaliação do São Paulo, foram erros cometidos em jogos contra o Novorizontino (empate), Santo André (derrota) e Corinthians(empate).
Representante do São Paulo acompanha audiência de designação de árbitros do Paulista — Foto: Leonardo Lourenço
A revolta tricolor fez com que o superintendente de relações internacionais do clube, o ex-zagueiro Lugano, ofendesse o árbitro do clássico do último sábado, Douglas Marques das Flores. Ele será denunciado ao TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) e pode ser suspenso.
A comitiva do São Paulo teve o gerente de futebol José Carlos dos Santos, o advogado Felipe Carvalho, e os supervisores de futebol Rodrigo Ramos e Ricardo de Paula.
Eles não deram entrevista, mas acompanharam todo o anúncio, filmaram e fizeram fotos. No fim, quando o apresentador questionou se havia alguém disposto a se manifestar sobre a escala – uma burocracia, especialmente por que as audiências são feitas na maioria das vezes sem ninguém para se manifestar –, responderam que não.
Como funciona a escolha dos árbitros
A presença tricolor quebrou a rotina das audiências públicas de designação de árbitros, quase sempre acompanhadas por ninguém.
Desde o início desta temporada, e sob o comando da ex-árbitra Ana Paula Oliveira, a FPF passou a adotar esse modelo para a escolha dos árbitros. Até então, o padrão era o sorteio.
Audiência de designação de árbitros da Federação Paulista: sala quase sempre vazia — Foto: Leonardo Lourenço
A legislação passou a permitir a designação em 2015, com uma alteração no Estatuto do Torcedor que desde 2003 determinava a realização de sorteios – reação a um escândalo de anos antes, o Caso Ivens Mendes, ex-dirigente de arbitragem gravado em conversas em que supostamente oferecia vantagens a alguns clube em troca de dinheiro.
O sorteio, porém, sempre foi alvo de críticas de membros da arbitragem. Era comum que árbitros considerados mais capazes ficassem fora das escalas.
A CBF passou a adotar o modelo de audiência pública no ano passado, quando o ex-árbitro Leonardo Gaciba assumiu o comando de arbitragem da confederação. Em São Paulo, a designação dos árbitros em audiência começou neste ano, aprovada pelos clubes nos Conselhos Técnicos das quatro divisões do futebol paulista.
As audiências e podem ser acompanhadas no local por quem quiser – seja dirigente, jogador, repórter ou torcedor. O calendário das audiências deve ser publicado com antecedência nos sites das federações. O Estatuto do Torcedor determina que elas sejam transmitidas ao vivo pela internet – onde permanecem depois das transmissões.
Apesar disso, e das recorrentes reclamações de dirigentes de clubes e torcedores, as audiências são ignoradas – exceção à desta terça-feira. As transmissões na internet também geram baixas visualizações. A desta semana, enquanto esteve ao vivo durante seus sete minutos de realização, teve um pico de 53 pessoas assistindo.
Transmissão da audiência de designação de árbitros na Federação Paulista: são-paulinos na bronca — Foto: Reprodução
Critérios
No começo da temporada a FPF definiu 16 árbitros para a Série A-1, com oito jogos por rodada. São, obviamente, considerados os melhores do quadro paulista.
A definição da escala é definida com antecedência pela Comissão de Arbitragem, formada por cinco pessoas – eles analisam o desempenho dos árbitros com a ajuda de avaliadores que formam a equipe de arbitragem de cada partida.
A FPF também utiliza uma ferramenta de avaliação chamada WyScout, em que os membros da comissão debatem diretamente com os árbitros os lances específicos de cada jogo numa plataforma online.
Para a escala, a comissão leva em consideração o peso do jogo, o histórico do árbitro com algum dos times e evita repetir um mesmo juiz em duas partidas seguidas de uma mesma equipe.
São Paulo tem hoje quatro dos dez árbitros brasileiros com escudo da Fifa, a elite da arbitragem nacional: Raphael Claus, Luiz Flávio de Oliveira, Edina Alves e Flávio Rodrigues de Souza.
Raphael Claus vai apitar Oeste x São Paulo em Barueri — Foto: César Greco / Ag. Palmeiras / divulgação
O que é, também, um problema. Eles geralmente são requisitados pela Conmebol e Fifa para outras partidas e eventos. Nesta semana, estavam no Paraguai para a realização de testes físicos pedidos pela Conmbeol.
Claus, cotado para apitar a próxima Copa do Mundo, pode não estar disponível para parte dos mata-matas do Paulista, já que deve viajar para seminários da Fifa.
Dos quatro, só Claus esteve escalado na última rodada – e a FPF escolheu colocá-lo em Guarani x Novorizontino, um jogo disputado no sábado e tido como de menor pressão, para que ele pudesse se preparar para a semana de testes da Conmebol. Edina Alves pediu para ficar fora da escala pelo mesmo motivo – ela pode se tornar a primeira mulher a apitar um jogo de Libertadores.
Na rodada do próximo final de semana, a sétima, Raphael Claus (Oeste x São Paulo), Flávio Rodrigues de Souza (Água Santa x Corinthians) e Edina Alves (Ituano x Santos) estarão em campo.
Douglas Marques das Flores, alvo da ira de Lugano e outros dirigentes do São Paulo no último sábado, não apitará. Ele deve ser o quarto árbitro de Botafogo x Inter de Limeira.
A avaliação da Comissão de Arbitragem da FPF, porém, é de que ele não errou no lance do pênalti reclamado pelos tricolores, quando Camacho disputa a bola com Igor Gomes na área do Corinthians. Ele mandou o jogo seguir.
Bela merda, depois que roubaram e prejudicaram o clube se mostram preocupados.
A verdade é nua crua a gestão Leco e Raí é um desastre.
Os pederastas entram no clube deitam, rolam, roubam e satirizam-nos e esta diretoria não fazem nada, aceitam e ficam por isto mesmo, fora o prejuízo.
Deviam imediatamente, embargar o campeonato.