Dicas de Dani e videoaula com Juanfran: Igor Vinícius conta como foi de nem inscrito a titular

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Fora da lista de inscritos pelo São Paulo na Libertadores de 2019, lateral-direito de 22 anos começará a edição de 2020 jogando na vaga de Juanfran. Ele falou ao LANCE!

Igor Vinícius
Igor Vinícius em ação pelo São Paulo: será titular contrao Binacional – FOTO: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Igor Vinícius chegou ao São Paulo entusiasmado para disputar a Copa Libertadores de 2019, mas acabou se frustrando: não foi inscrito por André Jardine e viu o time ser eliminado pelo Talleres (ARG) logo na fase preliminar. Um ano depois, o lateral-direito de 22 anos é querido pela torcida, teve seus direitos econômicos comprados pelo clube e não só foi inscrito na competição sul-americana como será titular na estreia, às 21h desta quinta, contra o Binacional (PER), em Juliaca.

Ele não esconde que a relação com Juanfran – titular da posição, que não viajou devido a dores na panturrilha direita – e Daniel Alves colaborou muito para seu crescimento individual, mas ele leva consigo ensinamentos até de um treinador do Ituano para evoluir. Foi o que o jovem contou nessa entrevista ao LANCE!.

– A primeira coisa que vem à cabeça quando se fala em Libertadores é que o São Paulo é uma equipe muito respeitada nesse tipo de competição, tem uma história muito forte e os clubes respeitam bastante isso. Não é à toa que é tri da Liberta. Já vi alguns vídeos, é algo diferente. No vídeo você já arrepia, imagina vivenciar isso? Deve ser algo muito bom. Estou muito ansioso, muito motivado, acho que vai ser uma experiência incrível.PUBLICIDADE

VIDEOAULA COM JUANFRAN

O espanhol de 35 anos vai além das conversas durante os treinos na tentativa e orientar os jogadores mais jovens do elenco do São Paulo.

– Teve uma vez que o Juan chamou a gente na sala antes de um jogo e começou a passar uns vídeos do Atlético de Madrid, do que o Simeone gostava, mais na parte defensiva mesmo. É um cara que sempre está atento com a gente. Ele pegou o Léo, eu, os moleques mais novos da posição. A gente aprende muito também no dia a dia. Temos características diferentes, ele é de cadenciar mais o jogo, é mais experiente, sempre jogou em um clube que dava um suporte defensivo, não esperava tanto a subida dele. Eu sou novo, estou começando, então eu tenho que escutar, aprender, levar para dentro de campo.- contou Igor Vinícius.

11 KM CONTRA O OESTE, DANI?

Daniel Alves é outro que vive conversando com Igor Vinícius, seja dentro ou fora do campo, mas o jovem lateral-direito do São Paulo diz que seria possível aprender só observando:

– A gente vê que é um cara que não tem vaidade, eu fico muito atento nisso. A gente sempre tem os dados do quanto correu no jogo, esses dias eu estava olhando os números do jogo contra o Oeste. A gente estava na academia fazendo um complemento no pós-treino, eu conversando com ele, e falei: “pô, Daniel, eu estava vendo ali e você fez 11km no jogo. Impressionante! Com a sua idade, e contra o Oeste”. Aí você começa a ver, se ele correu 11km contra o Oeste a gente não vai correr? Ele disse que na Europa, na maioria dos jogos, você corre menos do que aqui – relata Igor, que assistia a vídeos de Dani Alves na lateral para se inspirar antes mesmo da chegada dele ao Morumbi.

– Compartilhar o dia a dia com ele é algo que eu não imaginava há alguns anos. É muito legal, uma experiência muito bacana.

E PARA CORRER NA ALTITUDE?

Igor conta que correu 10,2km contra a Ponte Preta, no último domingo, sua primeira partida como titular em 2020. Provavelmente a distância terá de ser menor nos 3.800 de altura de Juliaca.

– A gente tem que trabalhar muito isso. Eu sou um cara que tem muita força, uma recuperação muito boa, resistência, mas a gente sabe que é diferente, eu nunca joguei na altitude. É algo novo, a gente está conversando. Não adianta a gente correr que nem maluco, temos que estar muito juntos, com as linhas muito próximas, porque só assim a gente vai conseguir o nosso objetivo.

GANHAR DUELOS INDIVIDUAIS

Se você observar com atenção as primeiras ações de Igor Vinícius em cada partida, provavelmente vai reparar que a primeira dividida do lateral-direito com o ponta adversário é bem forte. Não é à toa: ele sempre tenta marcar território logo no primeiro combate para mostrar ao rival que está ligado no jogo.

– Vale em dobro (na Libertadores) e tem que ser em todas as divididas. Eu tive um treinador no Ituano, o Vinicius Bergantin, que sempre dizia que a gente tem que ganhar os confrontos individuais. Eu levo isso até hoje. Você vê que dificilmente eu perco algum. Coloco isso na minha cabeça e vou para ganhar. Na Libertadores a gente vai precisar disso mais do que nunca, não só na primeira dividida, mas na primeira, na segunda, na terceira e aos 45 do segundo tempo. Temos que ir com esse pensamento.

EVOLUÇÃO

Igor Vinícius demorou para convencer a torcida e os treinadores do São Paulo, tanto que ficou fora da lista de inscritos na Libertadores de 2019.

– O primeiro técnico que eu peguei aqui foi o Jardine, um treinador que eu gosto bastante do estilo de jogo, mas não consegui demonstrar tudo o que estou produzindo agora. Com o Mancini tive minha primeira sequência, aí na reta final do Paulista ele acabou me tirando. Com o Cuca comecei a evoluir um pouquinho mais, quando o Diniz chegou eu já vinha em evolução e ele me deu a confiança que eu precisava. O estilo de jogo e de treinamento facilita muito para o atleta, ainda mais para quem está jogando atrás. Ele deixa a gente muito à vontade para fazer o que a gente quer, sem esse medo de arriscar, e isso facilita muito. Ele encoraja muito a gente a fazer esse estilo de jogo, que não é difícil. É pensado, bem trabalho e bem treinado. Acho que todo mundo do elenco evoluiu muito após a chegada do Diniz. A gente fica feliz com isso, toda a equipe comprou a ideia dele.

– Eu sabia que não tinha chegado tão bem como estou agora, reconheço isso. No começo tem aquele período de adaptação, mas também esperava poder jogar uma Libertadores já no meu primeiro ano. Eu vim com isso na cabeça, todo mundo comentava comigo que eu iria vivenciar isso. Agora vou poder estrear na competição. Se surgir a oportunidade de jogar vou ficar muito feliz, mas só de estar com o grupo, estar inscrito, poder viajar, já é algo bom para mim, uma experiência que quero aproveitar da melhor maneira e levar para minha carreira toda – finalizou.

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