Diniz não tem culpa pelos gols perdidos, mas tem culpa pelos gols tomados

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UOL

Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tironi

O São Paulo fez um primeiro tempo ótimo contra o fraco Binacional mas, como já é de costume, perdeu gols inacreditáveis. Foi para o intervalo como uma vantagem menor do que poderia ter e, pior, com uma sensação traidora: a de que na segunda etapa a bola iria entrar. Naturalmente. Mas a Libertadores é diferente. Os jogos mudam de repente. Com o fator altitude na jogada, multiplique isso por três. No segundo tempo, jogando muito menos do que no primeiro também graças ao cansaço, o time nem foi muito pressionado, mas tomou a virada.

Não dá para dizer que Diniz é culpado quando Pablo recebe uma bola livre sem goleiro e chuta pra fora. Ou quando Antony entra cara a cara e arremata fraco nas mãos do goleiro. Mas é possível responsabilizar o treinador (mesmo que ele não estivesse à beira do campo no Peru, suspenso) quando a estratégia começa a ruir e ele não considera salvar um resultado (um empate que seja) em vez de manter tudo como está.

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É sabido que na altitude os times da casa crescem no segundo tempo, quando o visitante não tem mais fôlego. Foi o que aconteceu, mas o São Paulo só começou a fazer as substituições quando já havia tomado o empate. Diniz (ou Marcio Araújo) voltou para os 45 minutos finais com o mesmo time, mesmo estando claro que o que aconteceu no primeiro tempo não aconteceria no segundo: não haveria mais tantas chances de gol a favor. Só contra.

Faltou um jogador para proteger os zagueiros, expostos e exaustos. E para liberar Daniel Alves, amarelado. E desafogar Tche Tche. O São Paulo tinha Luan no banco. E não usou. Pagou por isso. Sofreu dois gols por falta de proteção à frente da zaga. O treinador são-paulino não é culpado pelos gols perdidos, mas deve ser responsável pelos gols sofridos. Seus times não triunfam não apenas pelos gols perdidos, mas pelos gols tomados.