O que mudou no São Paulo nove anos após o centésimo gol de Rogério Ceni

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UOL

José Eduardo Martins

Há nove anos, a torcida do São Paulo via um feito histórico. Na Arena Barueri, contra o arquirrival Corinthians, Rogério Ceni marcou o seu centésimo gol na carreira. Aos 8 minutos do segundo tempo, de falta, o arqueiro superou Júlio Cesar e ajudou o Tricolor paulista a garantir o triunfo por 2 a 1. Muita coisa mudou no clube do Morumbi desde então.

Sem dúvida alguma um dos maiores ídolos do São Paulo, Rogério Ceni pendurou as chuteiras em 2015, com 131 tentos. Já em 2017, ele virou o técnico do time profissional e não durou muito tempo no cargo, sendo demitido em julho. A saída deixou marcas e até hoje o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, não mantém uma boa relação com o astro – hoje no comando do Fortaleza.

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Antes chamado de soberano, o Tricolor perdeu força nestes nove anos. Além de moer ídolos como Ceni e Muricy Ramalho, o clube passou por crises políticas e financeiras. Considerado até 2011 como um exemplo de gestão, o São Paulo viu o mandatário Carlos Miguel Aidar renunciar ao cargo em 2015, após suspeita de corrupção. Outros escândalos surgiram também na gestão Leco, como o de Alan Cimerman, que era gerente de marketing e foi demitido após suspeita de desvio de dinheiro em esquema de venda de ingressos e de camarotes em shows. Atrasos de salários e aumento da dívida também fizeram parte da gestão.

Na parte esportiva, o time vive um jejum de conquistas — no Paulistão, por exemplo, a última taça foi levantada em 2005. O único título conquistado pelo time profissional foi o da Copa Sul-Americana, de 2012. Neste período, a equipe ainda brigou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, em 2013 e 2017. Neste ano, até a pausa nas competições por causa da pandemia do coronavírus, o clube tentava reencontrar o caminho das vitórias. Com o treinador Fernando Diniz, o time está na zona de classificação às quartas de final do Campeonato Paulista e disputando a fase de grupos da Copa Libertadores. Na parte política, em dezembro, a eleição para presidente deve agitar os bastidores.