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José Eduardo Martins
Antes com fama de soberano em torneios internacionais, o São Paulo se acostumou a acumular derrotas nos últimos anos para times estrangeiros sem tanta tradição no futebol. Ontem (5), no Peru, pela rodada de abertura da fase de grupos da Copa Libertadores, foi a vez de o Tricolor paulista sucumbir diante do Binacional por 2 a 1. Até então, o clube do Morumbi jamais havia perdido para um time peruano em qualquer competição oficial.
Vale destacar que o único revés diante de peruanos havia sido para um combinado entre jogadores do Alianza/Sucre em um amistoso em 1945, segundo dados do historiador Alexandre Giesbrecht. Recentemente, porém, o time perdeu para os argentinos do Talleres, em 2019, pela Pré-Libertadores, para o Cólon,em 2018, pela Sul-Americana, e caiu diante do Defensa y Justicia, em 2017, também pela Sul-Americana. Para completar, em 2016, em casa, foi derrotado pelo The Strongest, da Bolívia, na Libertadores.
“Decepcionados, chateados e é normal, acho que são pontos importantes que a gente deixou escapar e não poderíamos ter deixado escapar. A gente sabe que o time tinha condições de ganhar aqui dentro, ganhar pontos importantes, até mesmo de conquistar uma vitória e agora não temos muito tempo, quarta-feira já tem jogo, além do Campeonato Paulista (que tem jogo no domingo)”, disse o executivo de futebol tricolor, Raí.
Falta de pontaria O principal alvo das críticas entre os próprios jogadores foi a quantidade de gols perdidos. Apesar de o time ter atuado em Juliaca, que fica a cerca de 3.800 metros acima do nível do mar, os são-paulinos evitaram culpar a altitude e focaram nos erros cometidos pela equipe.
“Clima de tristeza, quando nós conversamos. Tristeza porque a gente sabe que tivemos chances para ganhar o jogo, criamos muito mais do que o adversário, e no segundo tempo, com um gol no começo, foi aí que eles reagiram e a gente não tinha mais força para recuperar o resultado e acabamos tomando o segundo gol, mas sem dúvida alguma era para ter matado o jogo no primeiro tempo”, afirmou Raí.
“Nos preparamos muito mentalmente para enfrentar o Binacional aqui, sabíamos da dificuldade, foi um desafio, mas jogamos bem principalmente no primeiro tempo, criamos bastante. Poderíamos ter saído com um placar maior no primeiro tempo. Sofremos um duro golpe com o empate e com a derrota nem se fala”, analisou Tchê Tchê.
Pode servir como exemplo Em 2016, na abertura da fase de grupos, o Tricolor perdeu para o The Strongest, da Bolívia, por 1 a 0, em pleno Pacaembu. Nas duas rodadas seguintes, o time também não mostrou um bom futebol e somou dois empates (contra o River Plate e o Trujillanos, da Venezuela). Na sequência, a equipe ganhou dois jogos e arrancou um empate com o Strongest, na altitude, para conseguir a classificação. Embalado, o São Paulo chegou até à semifinal do torneio.
Próximos jogos O São Paulo iniciou a viagem de volta ao Brasil nesta madrugada e folga nesta sexta-feira. A equipe encara o Botafogo, em Ribeirão Preto, no domingo (8), pelo Paulista, e recebe a LDU, na quarta-feira (11), no Morumbi, pela Libertadores. Opinião dos blogueiros Mauro Cezar Pereira Antony e Pablo erraram quando tiveram chances para abrir pelo menos dois gols de vantagem na etapa inicial, antes que os efeitos da altitude na cidade peruana entrassem em campo. Custou caro a má pontaria.
Juca Kfouri Fez 1 a 0 com Pato, aos 20 minutos, em passe de Pablo e perdeu o 2 a 0 com Antony em passe de Daniel Alves. Depois foi Pablo quem perdeu dois gols feitos, ambos ao mandar a bola a 4000 metros. O segundo desperdício por egoísmo, porque tanto Pato quanto Antony estavam em melhores condições para fazer o 2 a 0. Sem exagero, era para estar 4 a 0 e os gols jogados fora poderiam fazer muita falta na etapa final.