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José Eduardo Martins
Fernando Diniz iniciou a temporada sob olhares desconfiados no São Paulo. O treinador era questionado por torcedores, sendo que muitos não acreditavam que ele seguisse no cargo até o fim do Paulistão. No entanto, até a pausa nas competições por causa da pandemia do coronavírus, ele conseguiu reverter o jogo e passou a ser o xodó dos tricolores. O processo para se criar o ‘Dinizismo’ não foi tão simples, mas pode ser explicado.
O técnico jamais desistiu das suas crenças, mas soube moldar algumas características quando necessário. O jogo com o Flamengo, logo em sua estreia, no ano passado, é um bom exemplo. Na ocasião, Diniz não teve vergonha de montar uma equipe que atuasse mais recuada. Aliás, é importante destacar que o técnico, conhecido por montar times ofensivos, gosta muito de trabalhar o sistema defensivo.
No dia a dia, Diniz cativou o elenco com o bom trato. Conversas individuais são comuns no CT da Barra Funda. Até mesmo neste período de quarentena, ele não se esquece de manter contato com os pupilos. Esse tipo de cuidado foi importante também na recuperação de Alexandre Pato, que voltou a balançar as redes nesta temporada. Ainda neste sentido, as boas apresentações de Daniel Alves também contribuíram.
Mesmo quando o time não conseguia bons resultados, não faltavam entrega e boas oportunidades criadas. Assim, a torcida e a diretoria passaram a reconhecer o trabalho de Diniz. Na época da seca de gols da equipe e de algumas críticas, o São Paulo chegou até a divulgar um vídeo de apoio ao treinador — algo bastante incomum no futebol brasileiro. Com o estilo agressivo, o São Paulo também não se intimidou na hora de enfrentar clássicos ou partidas decisivas — essa queda de produção neste tipo de ocasião era normal de acontecer nos últimos anos. Por isso, o time obteve um retrospecto até que positivo contra os arquirrivais em 2020 (uma vitória e dois empates) e ainda deixou uma boa impressão na Libertadores, ao ganhar com tranquilidade da LDU por 3 a 0, no Morumbi.
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