GloboEsporte
Clube já abriu bolso e usou criatividade para reforçar time com craques; uruguaio é o próximo?
As declarações de Diego Lugano e Fernando Diniz nos últimos dias deixaram os torcedores do São Paulo esperançosos na possibilidade de uma contratação bombástica: o atacante uruguaio Edinson Cavani.
O jogador de 33 anos deve deixar o PSG no meio do ano, quando termina o contrato dele com o clube francês. E há quem aposte numa volta ao futebol sul-americano – Cavani já foi ligado a Palmeiras, Internacional, Flamengo, Boca Juniors, Peñarol…
Lugano, muito amigo do atacante, disse que vê Cavani no São Paulo; Diniz afirmou que não é “utopia” sonhar com a contratação. Mas, internamente, a diretoria do São Paulo trata o assunto sem delírios: não há condições financeiras de entrar na disputa pelo uruguaio.
Não seria a primeira vez, porém, que o São Paulo superaria cenários improváveis para fechar com um astro do futebol mundial.
Abrindo o bolso ou abusando da criatividade, o clube já conseguiu ignorar os céticos para reforçar o time com jogadores que eram considerados sonhos impossíveis.
Veja na lista abaixo:
Leônidas
Leônidas era astro do Flamengo e tinha sido o craque do Brasil na Copa do Mundo de 1938, artilheiro daquele mundial com sete gols. Anos depois, em 1942, em atrito com a direção do clube carioca, recebeu proposta do São Paulo – a maior até então – e aceitou se mudar. Ele marcou história no clube tricolor, onde venceu cinco Campeonatos Paulistas na década de 1940.
Homenagem para Leônidas da Silva no Memorial do São Paulo — Foto: David Abramvezt
Paulo Roberto Falcão
O Rei de Roma chegou ao São Paulo em setembro 1985 sob forte expectativa. Era um dos melhores jogadores brasileiros e tido como o dono do maior salário do futebol italiano na época. Para trazê-lo, o clube não investiu, mas contou com uma união de empresas parcerias que bancaram a contratação, segundo reportagens da época.
No Morumbi, porém, não funcionou. Foi reserva de Márcio Araújo, fez poucos jogos – o último deles em fevereiro do ano seguinte –, e se aposentou após a Copa do Mundo do México, em 1986.
Paulo Roberto Falcão jogou no São Paulo em 1985 — Foto: Reprodução de TV
Raí
Ídolo tricolor, Raí tinha contrato com o PSG, da França, até maio de 1998, mas já conversava sobre uma volta ao Morumbi desde o final da temporada anterior. O São Paulo chegou à final do Paulista de 1998 e perdeu o jogo de ida para o Corinthians por 2 a 1.
A diretoria, então, convenceu o meia a antecipar sua despedida do time francês em uma semana para que desse tempo de chegar a São Paulo e disputar a partida de volta do estadual – o regulamento não impedia a inscrição de atletas mesmo na véspera da decisão.
Raí desembarcou dias antes, fez dois treinos e foi escalado como titular. No Morumbi, abriu o placar e teve atuação de gala na vitória por 3 a 1 que deu o título ao Tricolor.
Raí foi campeão paulista em 1998, ano do seu retorno — Foto: Estadão Conteúdo
Ricardinho
Ricardinho era ídolo no Corinthians e tinha acabado de conquistar a Copa do Mundo de 2002 com a Seleção quando o São Paulo investiu R$ 5 milhões, um valor astronômico para a época, para tirar o meia do rival e dar um experiente companheiro ao jovem Kaká no meio de campo tricolor.
Outra contratação bombástica que não funcionou: Ricardinho deixou o São Paulo pouco mais de um ano depois, quando foi para o Santos, onde foi campeão brasileiro em 2004. A contratação ainda hoje rende dores de cabeça milionárias ao São Paulo.
Adriano
O atacante era o Imperador em Milão, mas no final de 2007 já tinha perdido espaço na Inter, então sob o comando de Roberto Mancini, por conta de problemas de comportamento. Machucado, teve autorização para se tratar no centro de reabilitação do São Paulo, uma referência.
Pouco depois, o clube italiano topou emprestar Adriano ao Tricolor por seis meses, tempo que seria usado para que ele recuperasse o futebol que o tornou um estrela. No Morumbi, foi bem: fez 17 gols em 28 jogos, mas foi embora sem vencer a Libertadores.
Adriano jogou seis meses no São Paulo — Foto: Agência EFE
Paulo Henrique Ganso
O meia Paulo Henrique Ganso era um dos mais festejados jogadores do começo desta década no Brasil. Ao lado de Neymar, fez história no Santos. Mas lesões atrapalharam a carreira do jogador no rival alvinegro, além de atritos recorrentes com a diretoria, que facilitaram sua saída da Vila Belmiro.
A Europa, porém, se fechou para Ganso, e o São Paulo abriu a carteira: numa longa negociação, pagou R$ 24 milhões e levou. O meia teve alguns momentos de brilho no clube, mas a passagem deixou poucas boas lembranças, como o título da Sul-Americana de 2012.
Ganso durante treino no São Paulo — Foto: MARCELLO ZAMBRANA – Agência Estado
Kaká
O meia estava de saída do Milan em junho de 2014 e a caminho do Orlando City, dos Estados Unidos. Mas havia um problema: a liga americana começaria em março de 2015, e Kaká não tinha onde jogar até lá. O São Paulo abriu as portas e topou receber o craque num empréstimo de seis meses.
Kaká foi importante no Brasileiro daquele ano, quando o São Paulo foi vice-campeão. Como previsto, em 2015 ele seguiu para o Orlando City e se aposentou dois anos depois.
Kaká na volta ao São Paulo — Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com
Daniel Alves
Capitão da Seleção, campeão da Copa América e astro do PSG. Daniel Alves era um dos mais disputados jogadores da Europa no final da temporada 2018/2019, quando acabava seu contrato com o clube francês. As opções citadas incluíam gigantes do continente.
Mas, aos 36 anos, o jogador preferiu o longo contrato oferecido pelo São Paulo, também seu clube do coração, e acertou com o Tricolor em agosto do ano passado com vínculo até 2022, na esperança de disputar a Copa do Mundo no Catar.
Daniel Alves defende o São Paulo desde o ano passado — Foto: Divulgação
LEIA TAMBÉM:
- Além das 4 linhas – As saídas
- São Paulo reduz folha salarial para ter Oscar e pode chegar a 15 saídas até janeiro
- Wellington Rato cita “contrato até 2026” e rebate rumores sobre saída do São Paulo
- São Paulo deve ceder Galoppo por empréstimo ao Santos; cláusula gera debate entre as diretorias
- Fora de casa, Basquete Tricolor encara o Minas pelo NBB