Presidente da FPF sugere negociações coletivas: “Esse vai ser o caminho”

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GazetaEsportiva

A pandemia do novo coronavírus afetou os grandes campeonatos de futebol de todo o mundo. Em entrevista exclusiva ao programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, neste domingo, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, falou sobre a situação do clubes do estado de São Paulo, que precisarão conciliar o Campeonato Paulista com competições nacionais no segundo semestre.

“O cenário mais difícil é da Série A1, porque treze clubes tem competições nacionais. Na A2 tem o São Bento na Série C e o São Caetano na Série D. A A3 tem uma folga. Na reunião que fizemos com todos os presidentes dos clube da A3, a estratégia foi de voltar com calma e no momento oportuno. Na A2 a gente vai ter que aguardar sobre o que irá acontecer. Na A1 tem que haver um entendimento, os clubes querem jogar as competições nacionais como foram programadas. Nós temos a seguinte facilidade, no Estadual são seis datas e não se precisa de um protocolo tão rígido, o que facilita, não na área de saúde mas na de logística. Mas, se não houver um entendimento de clubes, federações, CBF, atletas e árbitros para se criar um modelo novo, esse futebol que a gente viu até hoje, na minha opinião, não vai existir mais. Nem os números, nem as cifras, nem a forma de como é feito, a organização dos eventos. Nós vamos ter uma mudança muito grande, porque os orçamentos que existem hoje nos clubes não vão existir mais. Serão outros números, outro mundo. Vai ter menos dinheiro”, afirmou.

Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, participou do Mesa Redonda, da TV Gazeta (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Na opinião do presidente da FPF, as negociações dos direitos de transmissão deveriam ser coletivas e não individuais, como são feitas no Brasil.

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“O futebol de São Paulo mostrou uma unidade como eu nunca vi na minha história de dirigente de futebol. Na reunião física onde suspendemos o campeonato e agora, quarta, quinta e sexta, nos conselhos e novas reuniões por videoconferência, houve uma união, um entendimento. O futebol mudou a nossa cabeça como um todo. A minha, dos presidentes dos clubes, dos médicos, dos atletas e dos árbitros. Nós temos que mudar o nosso jeito de ser. Temos que ser solidário, pensar no todo. Nosso produto é a competição, portanto o clube vai ganhar mais se a competição valer mais. Esse acontecimento vai levar a uma mudança no futebol brasileiro. Os clubes vão ter que caminhar com negociações coletivas de direito de televisão. Hoje, só Brasil e México negociam individualmente o campeonato nacional. As melhores ligas do mundo são negociações coletivas. Vale mais e se consegue negociar melhor. Esse vai ser o caminho, junto com respeito, união em prol do nosso produto, da nossa competição. Se a gente se unir, vamos sair mais cedo dessa situação do que estamos prevendo”, disse.Por fim, Reinaldo Carneiro Bastos falou sobre a atual situação dos direitos de transmissão do Campeonato Paulista, que são da Rede Globo.

“Assim que os clubes decidiram suspender as competições, a TV Globo suspendeu o pagamento até que a competição retorne. Falta uma parcela que os clubes não receberam. A expectativa é que, se programando a volta com datas e o campeonato voltando a funcionar, a globo volta a pagar e os clubes a receber. O que nós temos conversado com os clubes é de fechar as torneiras, cortar os custos, negociar com seus credores. Dinheiro vai faltar. A Federação suspendeu mais de 50% dos contratos que ela tem”, revelou.

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