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Eduardo Rodrigues, Leonardo Lourenço e Marcelo Hazan
Clube apresenta redução de 50% dos pagamentos, mas parte dos jogadores rejeita.
A proposta de adequação salarial feita pela diretoria do São Paulo ao elenco profissional sofre resistência de uma parte significativa dos jogadores, que não quer aceitar o acordo que visa cortar despesas do clube durante o período de paralisação do futebol por causa da epidemia de Covid-19.
As conversas são lideradas pelo gerente executivo de futebol Alexandre Pássaro e pelo executivo de futebol Raí.
O clube propõe uma série de ajustes temporários no pagamento aos jogadores, como corte de 50% no salário pago em carteira (CLT) e suspensão dos direitos de imagem a partir deste mês (com pagamento previsto para o início de maio). O São Paulo garante um mínimo de R$ 50 mil mensais e afirma que reembolsará todos os valores quando a crise passar, em seis parcelas.
Fernando Diniz conversa com elenco do São Paulo — Foto: Divulgação São Paulo
Sem consenso entre clube e jogadores nessas condições, existe uma tendência de que as conversas sigam por um meio-termo. Mas não há qualquer prazo por uma definição.
O São Paulo trata a proposta como a única possível neste momento de crise financeira e diminuição de receitas – e, no documento, afirma que os termos valem até 30 de junho. Se nada mudar até lá, uma nova adequação terá que ser feita.
O São Paulo comunicou os atletas na última terça-feira que eles terão férias coletivas de 20 dias a partir desta quinta. A questão salarial será discutida paralelamente.
Veja em detalhes a proposta do São Paulo aos jogadores:
- Dois meses de direitos de imagens pagos até o dia 5 de abril. O outro mês (março) assim que possível;
- 50% do salário CLT de março no dia 5 de abril; 50% do salário CLT de dez dias de abril no dia 5 de maio;
- 50% do salário CLT sempre nos dias 5;
- Manter um mínimo de R$ 50 mil na CLT;
- Valores de luvas CLT serão incorporados e sofrerão mesmo desconto;
- Valor descontado será reembolsado a partir do mês seguinte em que tudo voltar ao normal, com rendas para o clube, em 6 parcelas iguais, junto com salários;
- Imagens de 1 de abril (vencimento 10 de maio) em diante congeladas até a volta de tudo, e os valores pagos em 6 parcelas depois que tudo voltar ao normal;
- Caso haja prejuízo definitivo e importante em valores que o clube não vá mais receber a ideia seria negociar um desconto permanente, mas não definido agora;
- Caso tudo não retorne ao normal até 30 de junho será necessária uma nova negociação.
Veja os detalhes da propostas de férias aos jogadores:
- Férias coletivas de 2 a 21 de abril;
- Respeitar a solicitação da CBF;
- Além dos 20 dias de férias em abril, outros dez dias serão tirados no fim do ano;
- Na possibilidade de tirarem mais dez dias do final do ano, haverá a concessão de licença remunerada
- 50% do valor das férias de abril será pago no dia 5 de maio, e os outros 50% mais um terço em dezembro.
O São Paulo tem uma preocupação interna financeiramente, pois as receitas diminuíram sem a realização dos jogos. A folha salarial total do elenco supera a casa dos R$ 11 milhões. Uma boa notícia foi a antecipação de parte da premiação pela participação na fase de grupos da Copa Libertadores, no valor de US$ 1,8 milhão (aproximadamente R$ 9,1 milhões).
Por outro lado, o clube teve prejuízo de R$ 47 mil no clássico com o Santos com portões fechados e não poderá contar com a renda de bilheteria. Além disso, o Barcelona ainda não pagou 1 milhão de euros (cerca de R$ 5 milhões) acertado pela opção de compra de Gustavo Maia, jogador da base.