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Rogério Ceni deixou boa impressão pelo trabalho realizado como técnico no Fortaleza, mas em suas duas passagens no comando de clubes grandes, foi demitido no São Paulo e no Cruzeiro, que acabou rebaixado à Série B. Comandados por Ceni no clube mineiro, o goleiro Fábio e o zagueiro Dedé fizeram críticas, na última semana, ao trabalho do ex-goleiro no clube, em 2019. No podcast Posse de Bola #34, o jornalista Arnaldo Ribeiro analisa a carreira de Rogério Ceni como técnico e afirma que o ídolo são-paulino precisará aprender a lidar com vestiário e as ‘panelas’ para poder fazer um bom trabalho em um clube grande.
“Rogério em termos de ambiente, também no São Paulo, que ele conhece muito, ele não foi um primor. Acho que ele deve ter aprendido com aquilo, e aprendeu muito mais na outra passagem por clube grande, gigantesco, o Cruzeiro. Como o Cruzeiro foi rebaixado, os jogadores que participaram daquela campanha nefasta e tiveram um ano péssimo sob o comando do Mano, sob o comando do Rogério e sob o comando do Abel, tinham pouco o que falar, tinham pouco o que se defender, e o Rogério saiu de lá como se estivesse sido sabotado pelos jogadores, a panela do Thiago Neves, desde que ele barrou o Thiago Neves”, afirma Arnaldo (disponível no vídeo acima a partir de 37:12).
“Isso aconteceu mesmo, existiu a panela do Thiago Neves. Aliás, isso acontece em todo clube grande. Se o Rogério não aprender que tem panela com os jogadores mais experientes e tal, ele não vai triunfar em nenhum clube grande. Ele é um ótimo treinador, mas precisa, para ser um treinador completo, cuidar de pessoas. E cuidar de pessoas é saber lidar com essas situações”, completa o jornalista.
Arnaldo afirma que a falta de manejo de Rogério em relação ao elenco do Cruzeiro não absolve os jogadores de culpa pelo que o clube viveu na última temporada, quando foi rebaixado pela primeira vez para a Série B do Campeonato Brasileiro, mas reafirma que será importante para ele melhorar a relação com os jogadores para fazer um trabalho de destaque em times mais populares. Um dos exemplos citados pelo jornalista, em relação ao contato com os jogadores, é Fernando Diniz, atual técnico do São Paulo.
“Por vezes, o conhecimento e a capacidade que ele já tem demonstrado como técnico só serão eficazes se ele souber aliar essa verve, digamos, tática e técnica, à verve de relacionamento, que nunca foi uma coisa tão simples. Então, o Rogério para ser um treinador completo, sabe o que ele vai ter que fazer? Vai ter que dar um pouco de Diniz no trato com as pessoas. Sabe como é o negócio? Vai ter que dar uma amaciada, vai ter que tratar bem todo mundo”, conclui.
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