GloboEsporte
Marcelo Hazan
Desembargador José Carlos Ferreira Alves comunicou decisão na última segunda.
José Carlos Ferreira Alves desistiu de se candidatar à presidência do Conselho Deliberativo do São Paulo na eleição de dezembro. A informação foi publicada inicialmente pelo “UOL” e confirmada pelo GloboEsporte.com.
Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e aliado de Marco Aurélio Cunha, Ferreira Alves disse que não seria possível conciliar seu trabalho depois da pandemia de Covid-19 com a função no Conselho.
Ele decidiu cumprir uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de dedicação exclusiva à magistratura e afirmou ter comunicado Marco Aurélio da decisão na última segunda-feira.
– Poderia se discutir (a recomendação) porque o Conselho não é um órgão com uma força executiva. Mas com toda essa situação, acho que não ficaria em paz com a minha consciência, não ia fazer bem uma coisa nem outra. Então, falei: “Não vou afrontar a recomendação e vou tocar a batalha no judiciário, torcendo pelo Marco”. Ele (Marco Aurélio) entende. Disse que estava triste. Falei: “Duvido que tenha alguém mais triste do que eu, mas não podia agir de forma diferente” – disse José Carlos Ferreira Alves ao GloboEsporte.com.
José Carlos Ferreira Alves desistiu de se candidatar à presidência do Conselho do São Paulo — Foto: Site Oficial do São Paulo/Divulgação
A desistência de José Carlos Ferreira Alves é negativa para Marco Aurélio Cunha, pois era seu nome preferido para concorrer ao cargo.
Apesar da saída, Ferreira Alves mantém o apoio a Marco Aurélio, que segue como pré-candidato a disputar com Roberto Natel e Sylvio de Barros. Uma convenção (possivelmente em julho) vai definir o representante do grupo que se opõe a Julio Casares – este candidato confirmado para a presidência do clube.
Embora tenha visibilidade entre torcida e opinião pública, o desafio de Marco Aurélio Cunha é se viabilizar dentro do Conselho, onde a eleição é decidida. Seus adversários duvidam da sua força dentro do órgão, o que poderia ser provado em caso de uma vitória nesta prévia da oposição sobre Natel, atual vice-presidente rachado com Leco.
Sem Ferreira Alves, outros nomes cotados neste momento para disputar a presidência do Conselho Deliberativo por esse grupo são José Roberto Opice Blum e Homero Bellintani. Quem está confirmado pela coalizão de Julio Casares é Olten Ayres de Abreu Junior.
Diretor adjunto de futebol (função não remunerada) da gestão do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, Ferreira Alves é um dos dirigentes que está no lado político contrário ao do próprio Leco nesta eleição. Embora tenha o cargo político, ele não costuma frequentar o dia a dia do CT da Barra Funda.
No pleito são-paulino, os sócios escolhem os conselheiros (serão 100 eleitos neste ano). Esses, depois de eleitos, votam para decidir o novo presidente.
Conselho Deliberativo do São Paulo vai eleger novo presidente em dezembro — Foto: Marcos Ribolli
Cenário no Conselho Deliberativo
Hoje, o Conselho Deliberativo do São Paulo tem 224 cadeiras preenchidas do total de 240. Os 16 lugares vazios são de conselheiros vitalícios que morreram ou abriram mão das vagas para seguir com cargos remunerados na gestão.
O cenário atual, portanto, é o seguinte:
- 240 cadeiras no total;
- 224 cadeiras preenchidas;
- 144 conselheiros vitalícios (de um total de 160 vagas);
- 80 conselheiros eleitos.
Está aberta uma eleição para preencher dez vagas de conselheiros vitalícios. O estatuto do clube determina escolha de novos vitalícios quando há dez lugares vazios, por morte ou renúncia ao cargo. O processo está interrompido por causa da pandemia de Covid-19. A quarentena no estado foi prorrogada inicialmente até o dia 28 pelo governador João Dória (PSDB).
Antes de o São Paulo eleger um novo presidente, em dezembro, haverá eleição no Conselho Deliberativo, em novembro. Por uma mudança no estatuto, as atuais 240 cadeiras passarão a 260 no total. O quadro renovado deverá ser o seguinte:
- 260 cadeiras no total;
- 254 cadeiras preenchidas (as seis vagas abertas serão completadas caso outros quatro conselheiros vitalícios morram ou renunciem, totalizando mais dez lugares vazios para que seja feita uma nova eleição de vitalícios);
- 154 conselheiros vitalícios (de um total de 160 vagas);
- 100 conselheiros eleitos (aumento de 20 integrantes).
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