Em crise, São Paulo cogita estender corte salarial dos jogadores

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GloboEsporte

André Hernan e Marcelo Hazan

Diretoria pensa em manter redução de 50% até fim do ano.

Em grave crise financeira, o São Paulo discute maneiras de reduzir gastos. Uma das várias possibilidades em debate é a manutenção do corte salarial dos jogadores em 50% até o fim do ano.

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Nesse cenário, não haveria reembolso aos atletas, como previsto na tentativa de acordo sem sucesso com os jogadores no início da pandemia de Covid-19. Isso só aconteceria em caso de novas receitas nos próximos meses, como premiações por títulos.

André Hernan fala sobre possível corte salarial no São Paulo

André Hernan fala sobre possível corte salarial no São Paulo

Neste momento, tanto o prazo quanto a porcentagem desse possível novo corte estão indefinidos.

Antes de tomar uma decisão, o São Paulo pretende buscar entendimento com os atletas. O assunto é considerado muito delicado no clube.

Diretoria cogita corte salarial dos jogadores do São Paulo por mais tempo — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Diretoria cogita corte salarial dos jogadores do São Paulo por mais tempo — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

A ideia inicial, de fazer um corte salarial em bloco com os outros grandes clubes de São Paulo, perdeu força. Isso porque as situações financeiras de São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos são diferentes.

A discussão de medidas de corte nos gastos foi tema da reunião deste mês de junho do Conselho de Administração com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. A diretoria apresentou essa e outras possibilidades de cortes.

O Conselho de Administração entende que são necessárias medidas drásticas para conter a crise e deverá debater o assunto nas próximas reuniões, embora não tenha poder de determinar ações práticas no futebol.

De qualquer maneira, uma das discussões consideradas inevitáveis é o corte salarial dos jogadores, por se tratar da maior despesa no departamento de futebol.

Nesta semana, o presidente Leco disse que vender jogadores será questão de sobrevivência depois da pandemia. Além das vendas, algumas possibilidades para conter a crise são renegociar contratos com altos valores – com a opção de aumentar o tempo de vínculo – e negociar rescisão com alguns atletas. Uma ideia seria alongar dívidas para 2021, diante do impacto do novo coronavírus nas finanças.

Um alento nas contas é a venda de Antony ao Ajax, com saída programada para julho. Está previsto para o São Paulo receber 9,75 milhão de euros no momento da saída e outros 6 milhões de euros no fim do ano. Esse valor será maior em relação a fevereiro, quando a negociação foi fechada, por causa da alta do euro durante a pandemia.

Presidente Leco, do São Paulo, e diretoria buscam maneiras de cortas gastos em meio à crise — Foto: Marcos Ribolli

Presidente Leco, do São Paulo, e diretoria buscam maneiras de cortas gastos em meio à crise — Foto: Marcos Ribolli

O Conselho de Administração é formado por nove membros, entre eles o presidente Leco, o vice-presidente Roberto Natel (rachado com Leco e um dos pré-candidatos na eleição de dezembro) e mais sete integrantes. Um deles é Julio Casares, candidato confirmado para a eleição por uma coalizão de oito grupos políticos.

No ano passado, o órgão recomendou mudanças no orçamento de 2020, que posteriormente foi aprovado.

Análise do balanço financeiro de 2019 do clube, feita pelo jornalista Rodrigo Capelo em seu blog no GloboEsporte.com, apontou que o São Paulo encara as piores dívidas em ao menos duas décadas.

O endividamento alcançou R$ 538 milhões no ano passado, contra uma receita de R$ 374 milhões.

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