GloboEsporte
Eduardo Rodrigues
Tricolor ainda não havia sofrido três gols em um mesmo jogo neste ano.
O sistema defensivo do São Paulo se tornou um dos pilares de Fernando Diniz desde o ano passado. O entrosamento da dupla de zaga, composta por Bruno Alves e Arboleda, e a aproximação de Tchê Tchê e Daniel Alves, fez o time sofrer poucos gols sob o comando do treinador.
Nesta quinta-feira, no retorno do futebol em meio à pandemia do novo coronavírus, o que se viu, porém, foi um sistema defensivo com alguns problemas e dando muito espaço na derrota por 3 a 2 para o Bragantino, no Morumbi.
A equipe do interior, por sua vez, percebeu essas brechas e soube aproveitar. Primeiro com um chute de fora da área de Matheus Jesus, que pouco foi pressionado para que a finalização fosse impedida. O segundo gol, de Morato, saiu de uma falha individual de Arboleda. O zagueiro levou o drible e não conseguiu se recuperar a tempo do chute. Por fim, Artur fez mais um belo gol após tabela na frente da área.
Arboleda disputa a bola com Morato em São Paulo x Bragantino — Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino
Neste ano, o São Paulo havia sofrido nove gols em 12 jogos e ainda não sabia o que era levar três gols em um mesmo jogo. A última vez que isso aconteceu foi em dezembro de 2019, na derrota para o Grêmio, por 3 a 0.
A derrota por 3 a 2 para o Bragantino foi apenas o primeiro jogo após 131 dias sem uma partida oficial do clube. No entanto, já liga um sinal de alerta para o técnico Fernando Diniz para a sequência do Campeonato Paulista.
– Não é uma coisa para se preocupar. Ao mesmo tempo também foram três bolas no gol. As três bolas que chutaram, e foram dois gols de fora da área. Não adianta falar de “sistema defensivo jogou mal” nesse sentido. A equipe poderia ter jogado melhor, mas não é que a gente foi envolvido. (…) Na realidade o Volpi não fez nenhuma defesa. Eles tiveram felicidade nos arremates e conseguiram fazer três gols – analisou Fernando Diniz.
Após o duelo contra o Guarani, no próximo domingo, a equipe terá pela frente as quartas de final da competição e não pode dar vacilos como os vistos na última quinta-feira se realmente almejar o título.
Nesta sexta-feira, a delegação estará no CT de Cotia, onde fica em período de concentração até o próximo domingo. É a oportunidade que Diniz terá de consertar os erros cometidos na retomada dos jogos. Diante do Guarani, o treinador não terá sua dupla titular de meio-campistas – Daniel Alves e Tchê Tchê. Ambos estão suspensos.
Ataque funciona, mas cansa
Se a defesa deixou a desejar, o ataque do São Paulo deu esperanças de um futuro promissor sem a presença de Antony. Pablo, substituto do garoto vendido ao Ajax, fez os dois gols da derrota por 3 a 2 e mostrou que os problemas de pontaria apresentados no começo do ano vão desaparecendo.
A mudança de Antony por Pablo deu a possibilidade de Fernando Diniz inverter os três jogadores do ataque a qualquer momento. Isso porque Pablo, Pato e Vitor Bueno sabem jogar nas três posições (ponta direita, ponta esquerda e centroavante).
Pablo comemora um dos gols do São Paulo sobre o Bragantino — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net
Em vários momentos do jogo, Diniz promoveu essas inversões, e foi exatamente quando o São Paulo levou mais perigo ao gol adversário. O primeiro gol de Pablo, inclusive, foi típico de centroavante. No entanto, ele não era o centroavante naquele momento. O jogador começou atuando pela ponta direita e apareceu bem dentro da área para abrir o placar.
Agora, dos 20 gols do São Paulo no ano, 14 tiveram participação direta do trio de ataque.
O ponto negativo, no entanto, é que os três nitidamente cansaram no decorrer da partida e pouco criaram no segundo tempo. Bueno, um dos que mais destoaram na partida de quinta, foi substituído no segundo tempo, assim como Pato. O ritmo, aos poucos, deve ser retomado.
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