Análise: Diniz muda estratégia de jogo no São Paulo, dispensa espetáculo e mira o resultado

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GloboEsporte

Eduardo Rodrigues

Tricolor vence o Fortaleza por 1 a 0, no Morumbi, em sua estreia no Brasileirão.

Quando se pensa num time treinado pelo técnico Fernando Diniz, é natural imaginar uma formação ofensiva, com posse de bola superior e muitas chances de gol criadas, principalmente quando esse time joga em casa.

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Na noite da última quinta-feira, porém, o que se viu foi um São Paulo com características totalmente diferentes e uma disposição tática pouco habitual para enfrentar o Fortaleza de Rogério Ceni.

Até a eliminação para o Mirassol, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, Fernando Diniz utilizava uma formação com dois volantes que iniciavam as jogadas no campo defensivo (Tchê Tchê e Daniel Alves), um meia de armação (Igor Gomes) e três atacantes pouco velozes (Vitor Bueno, Pablo e Alexandre Pato).

Após a queda, considerada vexatória, o treinador viu a necessidade de mexer na equipe. Alguma coisa não estava encaixada para o time levar seis gols em dois jogos dentro de casa. Ele, então, tirou o atacante Alexandre Pato e promoveu a entrada do volante Liziero.

São Paulo 1 x 0 Fortaleza: Fernando Diniz mudou estilo do time — Foto: Rubens Chiri/São Paulo

São Paulo 1 x 0 Fortaleza: Fernando Diniz mudou estilo do time — Foto: Rubens Chiri/São Paulo

Logo nos primeiros minutos do jogo contra o Fortaleza, foi possível notar os efeitos dessa mudança no estilo de jogo do São Paulo. Se antes Daniel Alves começava a construção das jogadas no campo defensivo, agora ele atuava aberto pela direita e fechava muitas vezes para a meia.

Tchê Tchê, então, ficou responsável por fazer essa saída de bola com a ajuda, em algumas ocasiões, de Liziero. Não deu muito certo. Liziero foi um dos piores em campo ao errar passes cruciais. Em um deles viu o Fortaleza marcar, mas ter o gol anulado pelo VAR.

No ataque, o São Paulo aparecia com quatro jogadores: Daniel Alves, Igor Gomes, Pablo e Paulinho Boia (promovido ao time titular no aquecimento após desconforto de Vitor Bueno). E foi aí que o São Paulo de Diniz mostrou as maiores mudanças e dificuldades.

Com tantos jogadores chegando ao ataque ao mesmo tempo, o São Paulo perdeu sua força criativa no meio de campo. Em contrapartida, ganhou consistência defensiva no mesmo setor. O Tricolor ficou pragmático, sem dar espetáculo, priorizando o resultado.

Confira a coletiva de Fernando Diniz, do São Paulo

Confira a coletiva de Fernando Diniz, do São Paulo

E o resultado tão desejado apareceu com um gol de Daniel Alves, empurrando a bola para o gol após cruzamento de Reinaldo, no fim do primeiro tempo. Uma conquista de três pontos comemorada pela comissão técnica e jogadores, mas que deixa muitas dúvidas na cabeça do torcedor sobre o que esperar dessa nova formação.

– Eu acho que é positiva no sentido do resultado, a gente precisava vencer. A equipe conseguiu fazer os três pontos. No sentido da marcação a equipe esteve muito sólida. Faltou um pouquinho mais de criatividade, uma coisa que tivemos contra o Mirassol e o Red Bull, mas sem efetividade. E atrás tivemos problemas. Hoje fomos um time seguro, fizemos o que tinha que ser feito para vencer o jogo – afirmou Fernando Diniz após o duelo.

A fala transcrita acima mostra que o treinador não estava preocupado se nesta partida o São Paulo sairia com maior posse de bola (perdeu no quesito: 48% x 52%), se o São Paulo teria um número alto de finalizações (foram 13) ou se o São Paulo foi superior tecnicamente ao Fortaleza. Diniz precisava espantar, ao menos um pouco, a nuvem de pressão que pairou (mais uma vez) sobre o Morumbi. Mesmo com a vitória, inclusive, houve protesto.

Até domingo, quando enfrenta o Vasco, em São Januário, o São Paulo terá dias menos conturbados para trabalhar. Mas ciente de que a cada novo passo no Brasileirão a desconfiança vai andar lado a lado com a equipe.

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