Juca Kfouri: “São Paulo tem pecado por não insistir com seus treinadores”

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Com o São Paulo eliminado nas quartas de final do Campeonato Paulista pelo Mirassol, o técnico Fernando Diniz voltou a receber críticas ao seu trabalho por parte da torcida e até mesmo debates internos. Com o tropeço precoce no Estadual, o Tricolor amplia o jejum de títulos, uma vez que a última taça erguida foi a da Copa Sul-Americana, em 2012. Neste período, o time do Morumbi teve diversos perfis de treinadores, como Juan Carlos Osório, Edgardo Bauza, Rogério Ceni, Diego Aguirre, Dorival Júnior e Cuca.

No podcast Posse de Bola #44, o jornalista Juca Kfouri vê como um equívoco apostar que a solução para o São Paulo seria a troca do técnico e acredita que o clube deveria dar sequência ao trabalho de Diniz, sem alterar a forma como a equipe tem atuado, além de discordar da contratação imediata de Mano Menezes, como foi sugerido por Arnaldo Ribeiro.

“Eu gostei muito da ideia do Arnaldo, mas eu acho que é uma ideia para daqui três anos. Eu insistiria, porque eu acho que o São Paulo tem pecado exatamente por não insistir com seus treinadores, então, eu iria até o fim com o Fernando Diniz”, diz Juca (no vídeo acima a partir de 29:40). “Depois, se de fato não der certo, aí tudo bem, pensa no Mano Menezes, quem sabe nesse período ele tenha feito uma reciclagem, porque veja, ele é marcado como treinador do Corinthians, depois como treinador do Palmeiras, eu não acho que ele vá se recuperar no São Paulo”, completa.

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Juca ainda vê o clube com chances de fazer uma boa campanha no Campeonato Brasileiro, o que o já garantiria na próxima Libertadores, competição continental que o Tricolor está disputando nesta temporada. “Eu acho que queimar todas as caravelas assim revela um desespero que também não é o caso. O São Paulo não caiu, não está em vias de cair, acho que vai fazer uma boa campanha no Brasileirão, com grande chance de ter vaga na Libertadores, que, afinal, é o que importa mesmo para o são-paulino, o são-paulino só pensa no tetra da Libertadores. Quem sabe virá? Eu insistiria com o Fernando Diniz”, afirma.

Rival saiu da fila com técnico que teve passagens sem títulos Juca lembra ainda do período de fila do Corinthians e a forma como o clube fazia todo tipo de tentativa para retomar as conquistas, o que só ocorreu com Osvaldo Brandão em 1977, mesmo técnico que durante o período sem títulos já havia dirigido o Alvinegro em mais de uma oportunidade e não teve sucesso, antes de retornar e vencer o Paulista diante da Ponte Preta.

“Eu vi no período da fila do Corinthians se fazer de tudo, tentativa e erro, contratações mirabolantes, o jogador mais caro, o Almir Pernambuquinho, o Paulo Borges, o que fosse… E rodízio de treinadores, inclusive do treinador que acabou sendo o campeão de 1955 e o campeão de 1977, o Osvaldo Brandão, mas que nesse período de 22 anos esteve por lá sem dar certo. Há certas coisas que acontecem no futebol, claro, você racionaliza e é possível, sem nenhuma brincadeira agora, racionalizar o exame do Fernando Diniz”, diz Juca.

“Mas se você olhar para o número e para a qualidade dos treinadores que passaram pelo São Paulo nesse período da fila tricolor, você verá que é daqueles mistérios do futebol que um dia termina meio que também você não saiba como terminou. Por exemplo, o do Corinthians terminou numa final maluca com a Ponte Preta e que a Ponte Preta tinha muito mais time que o Corinthians. E acabou dando Corinthians. E não foi por méritos do Brandão, foi porque era aquele dia e ponto”, conclui.

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