Diniz critica VAR em derrota para o Atlético-MG; SPFC pede critérios claros

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UOL

Fernando Diniz endossou as críticas de Luciano à atuação do VAR na derrota do São Paulo por 3 a 0 para o Atlético-MG, nesta noite (3), no Mineirão. Na ocasião, quando o placar era de 0 a 0, Luciano fez um gol mas o árbitro anulou após consultar o VAR e anotar o impedimento do atacante tricolor.

“O erro que me parece, ao menos pela televisão, foi o erro do VAR. É bom salientar, que se o VAR tem razão, que a imagem venha para a gente ficar com um pouco mais de sossego, e os torcedores do São Paulo também. E para quem gosta de futebol idem, porque até agora ninguém entende o motivo para a chamada do VAR daquele jeito. Chamada, não. Para o VAR ter anulado o gol”, disse o treinador do Tricolor.

Na rodada anterior, o São Paulo já havia tido um problema com o VAR. No clássico com o Corinthians, Diego Costa recebeu um suposto soco de Jô, mas o árbitro, mesmo após consultar o vídeo, não anotou a infração.

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“Eu não entendo também porque chamaram o VAR para ver o lance do Diego se o juiz estava do lado lance e ele deixou seguir [lance contra o Atlético-MG]. Provavelmente, eu não vi o lance ainda, mas foi falta no Diego e depois o Diego fez falta também. Aí o VAR chama para ver aquilo, não chama para ver a agressão que ocorreu no jogo Corinthians e São Paulo, que é uma coisa fácil de ver. Eu não entendo, desde o ano passado, o uso do VAR aqui. É um uso em muitas ocasiões equivocado. Hoje equivocado ao extremo neste sentido, se ficar comprovado que o gol estava legal, que por todos os ângulos que chegaram para a gente foi legal. O que mudaria para a gente provavelmente a história do jogo,quem sai ganhando esse jogo teria uma primazia de seguir. Ainda mais no momento que a gente estava vivendo quando aquele gol foi anulado”, completou o treinador.

O São Paulo enviou uma reclamação à CBF em relação o lance de Jô, no clássico de domingo (30). Agora, não está descartada uma nova notificação para a entidade. “Se for confirmado, se o VAR apresentar a imagem e tiver segurança de que o gol estava impedido, não teria motivo. Mas temos de ter a imagem para saber o motivo da anulação do gol que nos daria a vantagem no placar. A primeira representação o São Paulo já fez. Caso não ocorra, o São Paulo tem de se manifestar, porque senão a gente fica com uma situação de que fomos lesados. Com o uso do VAR, inclusive”, afirmou Diniz.

O São Paulo também se manifestou contra o VAR. O clube publicou em suas redes sociais a sua posição, e pediu critérios mais claros para lances como o do gol anulado de Luciano.

Dois tempos distintos Eu concordo que fizemos dois tempos distintos, no primeiro o nosso plano de jogo se encaixou quase que perfeitamente , se a gente tivesse aproveitado as chances que a gente teve, que foram muitas. Talvez quatro ou cinco muito claras. Mas o erro que me parece, ao menos pela televisão, foi o erro do VAR… Mas voltando a sua pergunta do primeiro tempo, o nosso plano de jogo se encaixou com muita perfeição para aquilo que a gente planejou contra o Atlético-MG. A gente teve as chances de gol, mas acabou não fazendo. A gente tomou um gol que estava mapeado.

Até pela maneira que a gente está jogando, com as linhas altas, era um lance para a gente saber se proteger mais para não tomar a infiltração que a gente tomou. E o segundo gol também, foi origem em uma bola longa do goleiro, a gente perdeu a primeira bola, a segunda e acabou em um lance de um pouco de sorte ali do Atlético-MG, que saiu na cara do Volpi para fazer o segundo gol.

Alterações Sobre as alterações, eu esperei um pouco para ver, porque como você mesmo falou a gente tinha feito um primeiro tempo muito bom. Eu tentei fazer algumas correções no intervalo, e estava vendo se iria surtir efeito. Só fiz a alteração do Vítor Bueno. Não é que não fiz nenhuma, fiz a do Vítor, e depois eu fiz a do Hernanes, colocando o Igor Gomes. Com relação ao Hernanes, a intenção era deixar ele mais um pouquinho mais, mas eu vi que o jogo estava precisando de mais energia naquele momento.

E o Igor era um jogador que iria entrar fresco. Então, essas duas alterações foram por conta disso. Uma para a gente ganhar mais poder de decisão, no caso a do Vítor Bueno na vaga do Sara, e a outra, o Igor Gomes no lugar do Hernanes, para a gente ganhar mais volume no meio de campo.

Marcação do adversário e saída de bola Se a gente executar o que treinamos, tínhamos condição de sair da marcação, como a gente sai de quase todos os adversários. De fato colocaram mais dificuldade. A coisa está fluindo no treino, mesmo com uma pressão até mais intensa do que esta do Atlético-MG. A gente sentiu ali talvez emocionalmente um medo de errar. Quando você recebe uma marcação mais benfeita tem de fazer os movimentos de maneira coordenada e cirúrgica para sair, porque esse é o jogo que acontece. Quando o adversário te impõe uma dificuldade, você pode fazer duas coisas. Ou você descarta aquilo que está fazendo ou você melhora.

Então, a gente vai procurar melhorar daquilo que a gente fez hoje para no próximo jogo poder sair, caso a gente receba uma marcação como a de hoje. Não existe muita receita para isso. Teve mérito do Atlético-MG, mas tiveram erros que a gente cometeu, que se a gente tivesse feito o que fazemos no treinamento de maneira mais criteriosa teríamos saído com mais facilidade. O jogo quando vai para a lateral, quando chegava para o Léo, ou para o Liziero, é quando geralmente trava. A gente tem recurso para sair de outra maneira que a gente não soube utilizar hoje.

Emocional Não foi só o aspecto emocional. O emocional está envolvido em tudo. Quando você recebe uma pressão tem um certo receio ali de você perder a bola. E é uma coisa que você vai adquirindo, essa maturidade, com os jogos. É bom que aconteça esse tipo de pressão, para você ganhar casca e depois fazer as correções mediante os vídeos para poder evoluir. Então, esse aspecto de a gente receber uma pressão benfeita, ele serve para que o time melhore da próxima vez. Não foi só por causa disso, ou da saída.

O que determinou o andamento do jogo foi não fazer os gols nas chances que a gente teve. Até os 33 minutos, eu não sei exatamente quando saiu o primeiro gol, o Atlético-MG não tinha chegado no nosso gol ainda. E a gente teve inúmeras chances de gol, chances claras, cruzamentos, escanteio, e a gente não fez. A partir do momento que tomou, e depois tomou o segundo, eu fiz uma alteração no segundo tempo, alterou um pouco a ordem tática, a característica, e não conseguimos voltar para o jogo da maneira que começamos.

Mas não é uma coisa carregada emocionalmente. Tiveram os aspectos táticos e técnicos envolvidos. Essa coisa de a gente sair jogando, o aspecto emocional, de fato, pesa nos jogos para a gente treinar, porque quando você recebe uma marcação fica com medo de perder uma bola. E os jogadores, conforme vão se habituando, vão evoluir nos jogos e a tendência é a gente para frente melhorar.

Próximo jogo e volta de Reinaldo Estou contente com o time. O Reinaldo volta, mas não sou de adiantar escalação. Estou contente com o movimento do time. A gente tem de conseguir replicar o que fizemos hoje. Talvez os primeiros 35 iniciais foram os melhores que o time fez desde que cheguei ao São Paulo, em termos de volume, e jogando contra um time que a gente sabe que é impositivo, principalmente jogando aqui em Minas. Então, estou contente de fato com o time, mas não são onze jogadores. Todo mundo tem condição de jogar, isso está provado. Então, domingo é outro jogo e vamos ver os melhores jogadores para colocar em campo.

Tática e Sampaoli Não [sentiu o São Paulo surpreendido]. O que os treinadores prepararam taticamente você consegue ver no primeiro tempo, não no segundo. Principalmente no começo das partidas. O que a gente apresentou foi aquilo. Não teve surpresa. Eles tentaram fazer uma coisa, e a gente outra. E o São Paulo teve uma predominância. É que a gente teve inúmeras chances e não fez o gol. E a primeira chance que o Atlético teve, ele fez. E a segunda, foi o 2 a 0. Isso acabou um pouco que determinando o resultado e o andamento da partida.

É claro que isso não justifica. A gente poderia ter jogado melhor no segundo tempo. Depois, a gente teve mais dificuldade. Eles ficaram mais à vontade, porque muda muita coisa no aspecto anímico do jogo e de confiança. Até a gente tomar o gol, estávamos ficando cada vez mais com confiança e com mais domínio da partida. A partir do momento que tomamos os gols, deu uma invertida nisso. O Atlético subiu na questão anímica e a gente deprimiu um pouco. No intervalo, a gente não conseguiu fazer as correções que surtissem efeito.

Igor Gomes Quero ressaltar que o Igor Gomes é um jogador que deu muito para a gente desde a minha chegada. E está trabalhando de uma maneira muito forte. É um menino que se dedica todos os dias de uma maneira integral. Eu tenho muita confiança de que esse momento que ele está passando vai acabar. E espero que seja logo. É um jogador que gosto muito. E é uma pessoa que jamais deixa de trabalhar de maneira intensa. Queria fazer esse registro.

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