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André Rocha
Foi difícil entender a proposta de Jorge Sampaoli para o Atlético nos primeiros minutos no Mineirão. O desenho tático era uma espécie de 4-3-1-2, com Guilherme Arana fazendo o corredor esquerdo como ala, Mariano mais preso pela direita que tinha Keno aberto e Eduardo Sasha um pouco à esquerda, com Hyoran como “enganche”. No meio, Jair ficava mais centralizado e Allan um pouco mais à esquerda, fazendo um tripé “torto” com Franco.
O São Paulo se organizava sem bola com Gabriel Sara voltando com Arana e Igor Vinícius sando da lateral e congestionando a marcação por dentro. Mas as grandes virtudes do time de Fernando Diniz na execução do 4-4-2 eram a intensidade no perde-pressiona e a definição rápida das jogadas surpreendendo o mandante. O tricolor jogava reagindo, mas sem abdicar do ataque.
Dois chutes nas traves, de Luciano e Paulinho Bóia, finalizações e domínio tático da partida. Até o gol anulado de Luciano. Pelo VAR, com linhas que confundem ainda mais a observação do lance. Este que escreve reviu várias vezes e não se convenceu, Pouca transparência também. O fato é que o São Paulo se desconcentrou e o Atlético ficou mais alerta. Especialmente na pressão no campo de ataque. E foi com bolas roubadas na frente e espaços para acelerar que a estratégia de Sampaoli ficou mais clara: a intenção era criar igualdade ou superioridade numérica por dentro na frente e criar problemas para Tchê Tchê, o volante solitário à frente da zaga. Contra Franco, Hyoran e Sasha.
Bela assistência de Jair para Franco no primeiro gol. Depois a bola longa do goleiro Rafael para Sasha, deste para Hyoran que serviu Franco para construir um placar improvável nos primeiros 45 minutos. O Galo até foi superior na posse, com 52%, mas o São Paulo finalizou 11 vezes contra oito, só que apenas três no alvo contra quatro conclusões na direção da meta de Tiago Volpi.
O Galo manteve a eficiência na segunda etapa e definiu a vitória com o gol de Jair, o melhor em campo pela onipresença entre as intermediárias. E o São Paulo desligou de vez. É time que peca em cenários mais complexos. Falta confiança. Por mais que se possa questionar a marcação com auxílio do vídeo e da tecnologia, baixar a guarda contra um time motivado pelo título estadual e que constroi bom volume quando o jogo encaixa é fatal. Pouco mudou com as substituições, o Atlético até consolidou o domínio com Savarino e Marquinhos pelas pontas, Marrony no centro do ataque e Guga mantendo a força no meio-campo entrando na vaga de Jair. Perdeu na posse, terminando com 49%, porém manteve a objetividade: concluiu mais cinco vezes, três no alvo.
Depois das derrotas para Botafogo e Internacional, o Galo se recupera voltando ao pelotão da frente e com um jogo a menos. Deve seguir lutando pelo topo da tabela, mesmo com oscilações naturais. O mesmo com o São Paulo que vinha de três vitórias e sinalizava afirmação com time mais jovem e intenso. Só não pode vacilar tanto depois de ótimo começo. Volta de Belo Horizonte com uma dura lição.
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