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Thiago Fernandes
Brenner é o principal jogador do São Paulo na atualidade. Com 13 gols e duas assistências em 22 partidas, tornou-se o artilheiro do time na temporada. Revelado em Cotia, o jovem de 20 anos atua pela equipe principal desde 2017, viveu intensamente sua curta carreira profissional e teve até o respaldo de Rogério Ceni no início de sua trajetória. Atual destaque do Tricolor paulista, ele foi promovido pelo ex-goleiro — a primeira partida do jovem como profissional ocorreu em 21 de junho de 2017. Na ocasião, o garoto que foi morar no CT da Barra Funda teve a incumbência de substituir Cueva em uma derrota para o Athletico-PR na Arena da Baixada.
Embora contasse com o respaldo do então treinador do São Paulo, viu profissionais do clube, sobretudo André Jardine, que trabalhava nas divisões de base, serem contrários à promoção precoce. À época, Brenner tinha apenas 17 anos. Mesmo com a inexperiência, ele se manteve entre os profissionais após a demissão de Ceni. Com Dorival Júnior ganhou chances como titular. Em 179 minutos com o treinador, fez um gol. Ainda em 2017, chamou a atenção de Fernando Diniz. O atual técnico do São Paulo estava desempregado na ocasião e frequentava o CT da Barra Funda para acompanhar as atividades comandadas pelo seu amigo Dorival Júnior. Ele virou uma espécie de “auxiliar informal” do então treinador são-paulino, que acabou deixando o clube em março de 2018.
O departamento de futebol já via qualidade no futebol de Brenner. A diretoria, então comandada por Vinícius Pinotti, acertou a renovação do atleta até setembro de 2022. No acordo, ficou estipulado que a multa rescisória para o exterior seria de 50 milhões de euros (R$ 337,3 milhões na cotação atual). A cláusula para o futebol nacional é de R$ 100 milhões. O Tricolor paulista detém 100% dos direitos econômicos do atleta. Superintendente de relações internacionais, Diego Lugano era o dirigente mais próximo do jovem atacante naquele período. Era comum a brincadeira sobre o uruguaio ser o “pai” do garoto no CT da Barra Funda. A relação fez com que o estrangeiro tivesse a incumbência de conversar com o jogador para negociar um descenso ao time sub-23 já em 2018.
A ideia ocorreu quando o time era dirigido por Diego Aguirre. O jovem, contudo, se recusou a dar passos para trás na carreira. Porém, acabou obrigado a defender o time em três oportunidades. Ele fez quatro gols e voltou a figurar entre os profissionais.
Em 2019, com poucas chances no São Paulo, recebeu uma oferta para defender o Fluminense por empréstimo. A contratação foi um pedido de Fernando Diniz à diretoria carioca. Após a demissão do treinador, contudo, foi escanteado nas Laranjeiras.
Com a contratação do mesmo Diniz no Morumbi, Brenner voltou para o clube que o revelou. O retorno ao São Paulo ocorreu no início de 2020. O recomeço foi diferente. O centroavante deixou o CT da Barra Funda e alugou um apartamento. Os pais vieram de Cuiabá (MT) para ficar ao lado do filho, mas não residem no mesmo espaço.
Mais experiente e com familiares ao seu redor, Brenner deslanchou no São Paulo. Na atual temporada, participou de 22 partidas da equipe, sendo apenas dez na condição de titular. No período, fez 13 gols e deu duas assistências. Ele é o principal nome do setor ofensivo da equipe comandada por Fernando Diniz.
Valorizado e em alta, trabalha nos bastidores para obter a cidadania italiana. A avó nasceu no país. O processo para obtenção do novo passaporte, de acordo com o empresário Fernando Garcia, deve demandar cerca de 12 meses. “Está distante ainda, deve demorar um ano mais ou menos”, informou o agente ao UOL Esporte. Com a cidadania europeia, Brenner ficará ainda mais valorizado no mercado da bola. Jovem, com “carisma do gol”, como costuma dizer Fernando Diniz, e destaque de um dos maiores clubes do Brasil. O atacante tem a possibilidade de se tornar uma das principais fontes de receita do clube em um futuro próximo.
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