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Thiago Tassi
Antes de emplacar duas vitórias seguidas sem sofrer gols no Brasileirão e vencer com o São Paulo a primeira no Allianz Parque na história, Fernando Diniz era muito pressionado no cargo e chegou a ficar à beira da demissão. Com os resultados positivos, o treinador agora ganha certa paz para continuar o seu trabalho no Tricolor do Morumbi.
Mas o comandante teve de mudar para “sobreviver” no clube. Assim como foi no 3 a 0 diante do Atlético-GO, na última semana, ontem, na vitória em cima do rival Palmeiras por 2 a 0, Diniz repetiu a escalação com Bruno Alves na zaga e Luan na proteção da defesa. Deu certo, ainda que seja um time menos ofensivo e ligeiramente diferente da ideia do treinador.
Diniz, desta forma, abriu mão de suas convicções. E isso pode ser muito bom. Quando esteve no momento mais crítico sob o comando do São Paulo, parte da imprensa e da torcida cobravam mudanças. Mais que isso: que o comandante renunciasse aos 100% do seu estilo e fosse, digamos, menos teimoso.
Contra o Palmeiras, o São Paulo, mais equilibrado, sofreu pouco. É verdade que a equipe de Vanderlei Luxemburgo não tem conseguido bons desempenhos ofensivos e até é cobrada por isso, mas o duelo do último sábado foi o primeiro em que o Palmeiras não fez um gol sequer neste Brasileirão. Nos 13 jogos que havia feito, o Alviverde sempre balançou a rede ao menos uma vez. E o Tricolor freou o poderio do rival.
“Hoje [sábado] foi uma partida muito equilibrada, o time fez as transições como deveriam ser feitas, se defendeu bem e teve o jogo de controle, que é a característica principal do time, de uma maneira muito plena, com pouco erros. Foi um time que me agradou bastante”, afirmou. Apesar da troca na proteção da zaga (Tchê Tchê deu lugar a Luan e avançou), o treinador não crava que encontrou a formação ideal. Na visão de Diniz, o garoto correspondeu na função, mas o time já respondeu bem com o camisa 8 recuado.
“Não existe uma formação ideal. Acho que temos que ir melhorando o time. Quero abrir um parêntese. Contra o Inter, a gente jogou com o Tchê Tchê na função do Luan e foi super equilibrado. Mas a gente não sabe por que que as bolas não entram. Naquele jogo não entrou. Contra o Santos também. O importante é falar do Luan, como a gente já falou, porque acho que ele traz esse equilíbrio, mas acho que a gente fez grandes partidas com o Tchê Tchê na função”, pontuou.
Ainda que tenha ressaltado a versatilidade de Tchê Tchê, que ficou no banco de reservas pela primeira vez com Diniz diante do Atlético-GO, a tendência é que o treinador dê sequência ao garoto, agora que ganha “um respiro” no cargo depois de sua entrada. Ele, inclusive, destacou a evolução de Luan e a sua contribuição na criação das jogadas.
“É um jogador diferente em relação ao ano passado. Sabíamos que iríamos ganhar esse equilíbrio com a presença dele [Luan], mas hoje ele é muito mais que isso. É um jogador técnico, que foi subestimado por ter um poder forte na marcação, mas ele joga num nível muito alto tecnicamente. Ele vem ganhando confiança no jogo de construção. Fez uma partida excelente. Tanto pela construção, tanto no equilíbrio defensivo que dá ao time.”
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