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José Eduardo Martins
Fernando Diniz tem o respaldo do executivo de futebol do São Paulo, Raí, para seguir no cargo. No entanto, alguns diretores que atuam no Morumbi e longe do CT da Barra Funda estão insatisfeitos com o desempenho da equipe e o discurso do treinador. Na visão dessa ala, o comandante apresenta algumas justificativas para a performance do time que não são condizentes com a realidade.
Na eliminação da Copa Libertadores, por exemplo, o técnico evitou falar em desculpas. Porém, citou algumas vezes a derrota para o Binacional como o ponto alto para a queda da equipe. Mas, mesmo que o Tricolor tivesse vencido os peruanos na primeira rodada, o time ainda teria somente chances matemáticas de permanecer na disputa da competição.
Afinal, a LDU permaneceria 12 pontos, o River com 10 e o São Paulo teria sete pontos. Ou seja, neste cenário, o time precisaria ganhar outra vez do Binacional e torcer por uma derrota do River para tentar levar a vaga no saldo de gols.
Outro fato que chama a atenção destes dirigentes foi a reclamação, após a vitória sobre o Guarani, de que algumas equipes poderiam ter burlado a quarentena e treinado durante a pausa no Paulistão. Com base neste raciocínio, se o tempo de treinamento e o ritmo de jogo fizessem tanta diferença, então como explicar que o River Plate,que ficou seis meses sem disputar um jogo por causa da pandemia do novo coronavírus, conseguiu empatar com o próprio Tricolor por 2 a 2, no Morumbi — sendo que o time brasileiro vinha de uma sequência de 13 confrontos em dois meses? E como o São Paulo somou apenas um ponto nas três partidas que teve nesta retomada da competição (contra o River, duas vezes, e a LDU)?
Outras declarações dadas pelo técnico também não foram tão bem recebidas. No ano passado, por exemplo, após derrota para o Grêmio, ele falou que “se ficasse oito meses no clube, o time que iria jogar melhor do que o Fluminense no sentido tático.” Porém, o Fluminense não obteve os resultados esperados e acabou demitindo Diniz. Já no empate com o River pela terceira rodada da Libertadores 2020, ele destacou o número de chances criadas pelo time brasileiro e chegou até a questionar se as perguntas eram feitas por causa do resultado.
A pressão sobre Diniz começou depois da eliminação precoce no Campeonato Paulista, diante do Mirassol, em uma das mais vexatórias derrotas na história do clube. A maior parte da torcida também passou pedir a troca de técnico. Defesa Quem trabalho no departamento de futebol faz questão de elogiar o trabalho do técnico. No dia a dia, ele é visto como um profissional que tem boa relação com os jogadores e é dedicado ao clube. O próprio São Paulo fez questão, por exemplo, de protegê-lo quando ele fora chamado de burro por torcedores no início deste ano. Na época, o clube divulgou um vídeo defender o treinador.
Após a derrota para a LDU, a frase de que o “São Paulo teria ganhado no segundo tempo da LDU por 2 a 1” repercutiu de maneira negativa nas redes sociais. Por isso, o clube também fez questão de dar o seu apoio ao treinador e de frisar que a declaração fora descontextualizada, e que a ideia era apenas de proteger os jovens da base que tinham entrado em campo.
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