GazetaEsportiva
Marcelo Baseggio e Tiago Salazar
Julio Casares é o candidato da chapa “Juntos pelo São Paulo” à presidência do clube. Membro da política tricolor há anos, ele foi o conselheiro são-paulino mais votado da história em 2008 e agora busca vencer a disputa pela cadeira presidencial para recolocar o São Paulo no caminho das glórias.
Ex-vice-presidente de marketing do São Paulo, Julio Casares participou ativamente das gestões de Marcelo Portugal Gouvêa e Juvenal Juvêncio, vivendo um dos momentos mais vitoriosos da história do clube ao ser campeão paulista, da Libertadores, mundial e tricampeão brasileiro. Saudoso dos tempos gloriosos, Casares tenta unir os diferentes grupos políticos do Tricolor e categoriza sua chapa como uma “coalizão”.
“Nós nos juntamos em vários grupos e formamos a coalizão há um ano e meio. São pensamentos diferentes e que têm em comum a gestão eficiente. Para juntar as pessoas, independente de nomes, trabalhamos em ideias. Isso foi feito, foi constituído um grupo de trabalho, eles começaram no ano passado e esse grupo foi crescendo, tendo encontros semanais, e fechamos um plano”, afirmou Casares em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.
Ciente de que, caso eleito, assumirá o São Paulo com sérias dificuldades financeiras, Julio Casares não esconde do torcedor a necessidade de contratações mais baratas. Em contrapartida, enxerga espaço para que as receitas do Tricolor possam ser alavancadas.
“Eu prefiro chamar num primeiro momento de equilíbrio orçamentário. Você pode trazer um jogador diferente com salário maior, mas não pode ter um jogador para compor elenco com salário desproporcional. Esse compromisso de trazer jogadores e estrelas existe, mas não pode comprometer o orçamento total”, pontuou.
Abaixo, você confere a entrevista com Julio Casares, candidato à presidência do São Paulo pela chapa “Juntos pelo São Paulo”, na íntegra.
Pilares do plano de governo
Estávamos no meio da pandemia, em abril e maio, quando foram colocados meu nome e do Olten. Ele foi constituído em 11 pilares, como se fosse um time de futebol. Ele tem na sua essência a profissionalização, trazer pessoas do mercado em áreas estratégicas, pessoas que tenham uma visão profissional, coorporativa, com metas. Elas virão de fora, não serão conselheiros, sócios. Virão de fora.
O conselheiro, que tem muita colaboração a dar, vai trabalhar através de câmaras setoriais, ou em projetos ou em setores, com pessoas que nós temos, que vão trabalhar lá nessa câmara setorial, um órgão auxiliar para dar dinamismo macro à ação deste executivo. Eles serão facilitadores dos projetos destes executivos.
O segundo item vem a governança, regras fundamentais de produtividade, salários de mercado, e principalmente a questão dos relacionamentos e regras de procedimento, onde está composto as normas de conduta do compliance.
Austeridade financeira
Assumimos que vamos ter um comitê financeiro para atuar na nossa dívida e realinhamento destes compromissos, com foco em dívidas de médio e curto prazo, para alongar estes pagamentos, para o São Paulo ter um respiro para o custeio do dia-a-dia, isso que vai permitir o trabalho ser feito com a austeridade.
Integração Cotia-Barra Funda-Morumbi
Nós acreditamos que precisamos integrar Cotia com Barra Funda e Morumbi, temos três unidades separadas e vamos fazer um projeto de integração, mas o Morumbi é a sede do São Paulo. E nós vamos trabalhar uma relação muito mais voltada ao comprometimento com essa mentalidade desde a base. O São Paulo vai ter de buscar uma mentalidade em campo que entre pra vencer. Vamos criar um comitê de futebol, que vão auxiliar, não executar. Se for jogador para compor elenco, tem que vir da base. E se não tiver, vamos questionar a base. A nossa ideia é que vinha jogador cascudo, competitivo e essa avaliação será feita pelo CAF (Comitê avançado de futebol). Vai ter um cara do orçamento, um cara de campo, um cara de números… margem de risco do erro vai ter, mas vamos diminuir e muito.
Contratações mais baratas
Eu prefiro chamar num primeiro momento de equilíbrio orçamentário. Você pode trazer um jogador diferente com salário maior, mas não pode ter um jogador para compor elenco com salário desproporcional. Esse compromisso de trazer jogadores e estrelas existe, mas não pode comprometer o orçamento total.
Teto salarial
Não penso em teto individual. O orçamento vai estipular o que podemos contratar de jogador. Se for algo que comprometa, a gente tem de dizer que não dá. Tudo vai ser um estudo do CAF. Vamos puxar linha de conduções, condições físicas, histórico de cartões, comportamento, tudo. Claro que vai ter um diretor executivo profissional do mercado. Acredito muito que o São Paulo, com um time competitivo, com equilíbrio, com uma ou duas estrelas, será muito importante.
Setor popular no Morumbi
Outro pilar é o engajamento com a torcida. Nós temos de olhar para aquele torcedor que fica alheio, a gente vai criar um setor popular, atrás do gol de entrada, vai ter um preço equivalente a 50% ou menor que o valor em geral. Você tem esse torcedor que não consegue sequer comprar uma camisa e como o estádio é grande você tem espaço para todas as classes. E para a classe A nós teremos um camarote para os ídolos. Vamos engajar neste camarote, quer ver um jogo com este jogador no camarote, ele vai pagar por isso, vai pagar um valor de 300, 400 reais, e vai ter uma dinâmica diferente e vai subsidiar a conta do setor popular.
Jogador vitalício
Desde que o atleta tenha um regulamento, que tenha sido campeão, que tenha jogado um número mínimo de jogos, ele será um jogador vitalício, uma forma de engajar, de não ter constrangimento, mas tem que ter um regulamento.
Reforma no Morumbi
Pensamos, sim. É um mandato curto, com uma dívida grande, mas temos de modernizar o estádio. O que precisa no Morumbi Concept Hall é ativar. Tem que criar um calendário, parceria com governo e prefeitura, e colocar uma visita dos turistas que vêm a São Paulo. Você ativar todas as ações oriundas de um projeto de marketing.
A cobertura é algo que pode acontecer, com dinheiro próprio, não. Com uma dívida deste tamanho, não posso assumir. Se tivermos uma parceria, sim. Estará no foco também, mas não vamos assumir com recurso próprio.
Sócio-torcedor
Hoje deixa muito a desejar, é um projeto que tem o foco uma mudança da capacitação do projeto ser um criador de benefícios, da fidelização, de ranking, pontuação e a percepção de como as pessoas podem ajudar o São Paulo, temos de dar uma atenção especial do torcedor que está distante, ao torcedor internacional, que vem muito menos ao Morumbi, e ter dentro do sócio-torcedor as embaixadas, que vai trabalhar em outros estados. É impossível que você não consiga ter um aplicativo, um quiz, é uma coisa que a gente está programando, uma visão moderna, e que a gente consiga através dessa linha um setor de receita.
Separação entre a área social e futebol do São Paulo
Nós não vamos falar em separação tributário, jurídica, mas criar autonomia administrativa da área social. Queremos que a área social do São Paulo se preocupe com área social do são Paulo. Nossos olhares prioritários estarão a estas áreas estratégicas, futebol, financeiro e marketing. Vai ter uma receita nova, cada contrato que o marketing fizer, vai custar 100mil, esse cliente vai ter de pagar 105 mil, para a área social. Ela vai9 ter de conviver com os fatores de faturamento e mais estes cinco porcento. Essa autonomia da área social também vai formar novos gestores.
E-sports
A inovação não é um plano de TI. Nós vamos ter um diretor, que tenha reconhecimento de mercado, mas que tenha uma visão para fazer dos recursos tecnológicos uma nova receita, vamos ter uma equipe na área de e-sports, um segmento que não para de crescer, esse departamento de inovação também será implantado.
Comunicação direta com o torcedor
Live do presidente periódica, se ela vai ser a cada 15 dias, uma vez por mês, não sabemos ainda, mas o presidente vai prestar contas, falar dos ajustes, erros e colocar as dificuldades de como gerir o São Paulo, trazer o torcedor para isso, nada melhor do que essa interação imediata. Isso não tira a condição de falar com os jornalistas, é um relacionamento intenso, essa live é direto com o torcedor, por isso não falo em periodicidade, essa é uma ideia central pra gente encurtar distância.
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