GazetaEsportiva
O técnico Fernando Diniz se acostumou a lidar com períodos turbulentos ao longo do seu primeiro ano à frente do São Paulo. Pressionado até poucas semanas atrás, se tornando protagonista dos pedidos de demissões de parte da torcida, o comandante tricolor amenizou as críticas com vitórias importantes, como no clássico contra o Palmeiras, e, mais recentemente, com a classificação da equipe às quartas de final da Copa do Brasil. Contudo, mais que resultados, o trabalho de Diniz lhe deu um trunfo para sua continuidade no clube: o resgate de alguns e a confiança dada a outros jogadores revelados em Cotia.
Um exemplo marcante é o de Gabriel Sara. Com um desempenho aquém das expectativas, o time titular do São Paulo sofreu mudanças após o empate em 1 a 1 com o Bahia. Uma delas foi a entrada de Gabriel Sara no meio-campo. O início do jovem de 21 anos não foi muito animador e logo ele passou a ser alvo de fortes críticas por parte da torcida. Ainda assim, Diniz bancou sua titularidade e não demorou para que ele se tornasse um dos protagonistas desse Tricolor remodelado.
Brenner é outro jovem revelado pelas categorias de base do São Paulo que teve seu futebol resgatado ao ser encorajado por Fernando Diniz. Sendo introduzido aos poucos pelo treinador, o atacante mostrou oportunismo, marcando gols importantes que o fez ganhar uma sequência como titular, na qual seguiu balançando as redes e dando uma necessária sacudida no até então pouco ameaçador ataque são-paulino.
Em 21 jogos neste ano, sendo oito como titular, Brenner já marcou 11 gols pelo São Paulo, dois deles na classificação da equipe às quartas de final da Copa do Brasil, no último domingo, após empate em 2 a 2 com o Fortaleza. Além disso, o atacante soma duas assistências com a camisa tricolor.
Se para alguns foi necessário um trabalho de resgate de confiança, blindagem de críticas, para outros foi preciso apenas uma dose de confiança. Diego Costa, por exemplo, se tornou titular de repente. Insatisfeito com o desempenho da defesa, Fernando Diniz ousou. Tirou a consagrada dupla composta por Arboleda e Bruno Alves, que fizeram o São Paulo terminar o Brasileirão do ano passado como dono da melhor defesa da competição, e promoveu a entrada do jovem Diego Costa e de Léo, lateral-esquerdo improvisado no setor.
Com apenas 21 anos, Diego Costa, capitão do time sub-20 do São Paulo, campeão da Copinha de 2019, não sentiu o peso da responsabilidade dada por Fernando Diniz e protagonizou bons jogos. Mostrando personalidade, o zagueiro já é o jogador que mais vence duelos aéreos no Campeonato Brasileiro e já se consolidou como titular incontestável.
Em meio a sérias dificuldades financeiras, o endividado São Paulo se viu obrigado a suprir as carências do elenco com soluções caseiras. Por sorte, dispõe de um técnico que vem provando que sabe lançar jovens promessas ao profissional. Com a estrutura de primeiro mundo que o clube possui em Cotia, a tendência é que mais talentos apareçam. Consequência de uma crise, essa maior atenção à base fica como legado para a próxima gestão, que precisará trabalhar firme para sanar os rombos nos caixas tricolores.
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