UOL
Thiago Fernandes
O empate por 1 a 1 com o Coritiba, no último domingo (4), minou ainda mais o trabalho de Fernando Diniz no São Paulo. O resultado ruim contra um integrante da zona de rebaixamento do Brasileirão, as ações durante o duelo e a entrevista depois do jogo foram fundamentais para ampliar a pressão sobre o treinador no Morumbi.
Não fossem o respaldo do executivo de futebol, Raí, e a instabilidade política provocada pela proximidade da eleição presidencial no clube (a ser realizada em dezembro), a troca no comando até já poderia ter acontecido. Não à toa, a diretoria até avalia nomes no mercado da bola: Rogério Ceni, Paulo Autuori, Vagner Mancini e Diego Aguirre estão entre as primeiras opções cotadas.
O primeiro ponto negativo foi o placar do jogo ocorrido no Couto Pereira. O Tricolor iniciou a rodada com chances de ficar entre os três primeiros colocados do torneio nacional. No entanto, diante do empate contra 17º colocado, o time terminou a 13ª rodada na sétima posição, com sete pontos a menos que o líder Atlético-MG.
Mais distante do topo da classificação, a diretoria chamou o técnico para uma reunião visando debater os problemas recentes na manhã de ontem (5). Houve encontro em duas oportunidades — uma ocorreu antes do treino e outra após a atividade. Ambas contaram com as presenças do gerente de futebol Alexandre Pássaro e de Raí.
Em campo, alguns pontos também incomodaram internamente. Diniz cometeu alguns equívocos, como a entrada de Santiago Tréllez na vaga de Luciano a dez segundos do fim. Mesmo com a necessidade de vencer o rival, o técnico colocou o atacante colombiano para atuar somente nos instantes finais da igualdade contra o Coritiba.
A entrevista de Fernando Diniz depois do empate do fim de semana foi a gota d’água para o aumento da pressão interna sobre o treinador. Nem mesmo os aliados — como Raí e Pássaro — ficaram ao lado do comandante após a coletiva em que não blindou alguns atletas ao defender outros. Os zagueiros Arboleda e Bruno Alves se tornaram alvos do comandante, que tentou proteger Léo e Diego Costa.
“O sistema defensivo se comportou mal? Hoje [domingo] eu acho que não, contra o River eu acho que sim, principalmente no primeiro tempo. Mas no jogo de hoje foi uma bola no gol, de falta, contra o Inter também uma só no gol. Quando jogaram Bruno e Arboleda a gente tomou 3 do RB Bragantino e do Mirassol. Não é só a defesa, o sistema inteiro tem que trabalhar bem”, afirmou após o duelo.
“Hoje [domingo] tivemos solidez na defesa, o Coritiba ofereceu muito pouco perigo, assim como contra o Santos e o Inter. Precisamos do resultado, tomar gol incomoda todos nós, estamos trabalhando com isso, mas não é justo porque dois jogadores mudaram [Diego Costa e Léo], parou de tomar gol. A gente tem que funcionar bem, o time se portou bem defensivamente hoje”, completou.
Como havia publicado o UOL Esporte, o discurso do treinador já tinha proporcionado críticas de dirigentes do Morumbi. Na Libertadores, por exemplo, ele chegou a destacar a derrota para o Binacional-PERU como o ponto que causou a eliminação do time, sendo que matematicamente tal justificativa não se aplica.
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