GloboEsporte
Marcelo Hazan
Independentemente de jogadores, estádios ou competição, o time mantém a maneira fiel de jogar.
Você pode até não gostar de Fernando Diniz como técnico de futebol. Mas é preciso reconhecer suas convicções. O São Paulo é a cara do seu treinador e tem um jeito de jogar independentemente do adversário, do estádio e da competição (pontos corridos ou mata-mata).
A vitória por 3 a 2 sobre o Fortaleza no movimentadíssimo jogo no Castelão foi o puro suco do São Paulo de Diniz: emoção, muitos gols e jogo aberto.
Com essa clara maneira de jogar, o São Paulo lidera em aproveitamento de pontos o Brasileirão (tem três jogos a menos) e precisa de um empate contra o Flamengo, no Morumbi, nesta quarta-feira, para garantir vaga na semifinal da Copa do Brasil. O desafio é justamente ser mais eficiente no mata-mata, após três eliminações seguidas (Paulistão, Copa Sul-Americana e fase de grupos da Libertadores).
– Acho que o mérito maior do meu trabalho é dar coesão ao time. Não só no modo de jogar, mas na forma como eles se relacionam entre eles. É um time cada vez mais coeso e mais forte para enfrentar as adversidades e os desafios pela frente – disse o técnico, na entrevista coletiva após a vitória.
Jogadores do São Paulo comemoram gol contra o Fortaleza — Foto: Kely Pereira/Estadão Conteúdo
Em meio à maratona de jogos e uma crise financeira agravada pela Covid-19, Diniz tem buscado soluções caseiras para os problemas do São Paulo.
Principal responsável pela ascensão de nomes como Gabriel Sara e Brenner, hoje peças fundamentais no São Paulo, Diniz escalou Rodrigo Nestor contra o Fortaleza.
A opção se deu porque ele não tinha Luan (suspenso) e Tchê Tchê (diagnosticado com Covid-19). O volante formado na base foi um dos melhores em campo.
No segundo tempo, ao substituir Diego Costa (em má fase) por Reinaldo, colocou Léo ao lado de Bruno Alves na defesa. Variação possível de ser feita porque o técnico lançou Léo como zagueiro lá atrás.
Por fim, jogo a jogo Luciano mostra que o São Paulo acertou em cheio na única contratação de 2020 (troca com o Grêmio por Everton). Poupado com mais três titulares, ele saiu do banco para decidir a vitória sobre o Fortaleza com dois gols. Agora são nove em 20 jogos.
A dupla titular do São Paulo, aliás, tem todas as digitais de Diniz: Luciano era reserva no Grêmio, e Brenner sequer vinha sendo usado. O cogitado enfraquecimento no setor de ataque com a saída de Alexandre Pato ficou só na aparência.
Fernando Diniz no comando do São Paulo contra o Fortaleza no Castelão — Foto: Miguel Schincariol / saopaulofc.net
Contra o Flamengo, no Morumbi, o São Paulo de Diniz será colocado uma vez mais à prova no mata-mata. É missão do técnico tornar seu time competitivo nesse sistema. Sob o risco de ver o maior mérito do seu trabalho, a coesão na maneira de jogar, se tornar também seu maior defeito.
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