SporTv
Treinador participou do “Bem, Amigos!” desta segunda-feira e comentou sobre a parte humana dos atletas.
Além de treinador de futebol, Fernando Diniz também é psicólogo de formação. Em seus trabalhos, ele busca trabalhar o aspecto humano dos jogadores para que eles desempenhem melhor dentro de campo.
Desde que chegou ao São Paulo, Diniz recuperou diversos atletas, principalmente das categorias de base, e os transformaram em jogadores essenciais para a equipe.
– Enquanto fui jogador, o que mais vi é uma distorção que eu tento corrigir. Um jogador que joga bem passa a ser uma boa pessoa, o que joga mal passa a ser uma pessoa que não deve ser respeitada. Essa foi uma das coisas que mais me fez sofrer como jogador profissional. Isso acaba matando muitos talentos logo na nascente. É difícil suportar isso.
– A gente tem ilusão que o jogador que chega com 13, 14 anos, como o Brenner, vai ser a solução. Mas a base tem muito pouco da parte humana. Os jogadores vão para escola para passar de ano. Já nas categorias de base ele tem que dar retorno para alguém, tem que jogar bem para agradar empresário, mãe, pai… Ele sempre está pressionado para poder ser aceito. Para o ser-humano isso é muito ruim – afirmou o treinador no “Bem, Amigos!” desta segunda-feira.
Um dos atletas que mais vem crescendo após ser trabalhado justamente essa parte humana é Brenner. O atacante de 20 anos foi revelado pelo São Paulo aos 17, mas até esta temporada não tinha despontado como a promessa que se esperava.
Diniz, técnico do São Paulo — Foto: Reprodução
Fernando Diniz o levou para o Fluminense, em 2019, e desde então se aproximou de Brenner para tentar mudar a relação dele com o futebol. Pessoas próximas ao jogador acreditam que a ida para os profissionais direto do sub-17 (sem passar pelo sub-20) atrapalhou na sua formação.
– Na minha função de técnico, o que mais gosto é poder promover um bem-estar às pessoas que trabalham comigo, principalmente os jogadores. O Brenner é um jogador que chegou com 13 anos no São Paulo. Um menino que chorou muito em Cotia. Agora está batendo cabeça desde que subiu com 17 anos e a gente acha que ele vai resolver todos os problemas do clube. O Brenner estava quase indo para o quarto ano sem jogar. E não foi uma conversa que tive com o Brenner, foram várias conversas. Levei ele para o Fluminense a custo zero. Lá começamos nossa relação de aproximação – disse Diniz.
– Quando cheguei no São Paulo pedi para ele voltar. Eu fui convencendo o Brenner que ele precisava mudar, precisava encarar o futebol com seriedade, porque futebol ele tem muito para dar. Hoje ele é muito mais solidário, mais responsável, disciplinado, gosta de ajudar o outro. São características humanas, eu não ensinei o Brenner a jogar futebol. Pouco falo para ele de posicionamento, ele ele que me dá soluções com os gols que faz. No nosso time, do jeito que proponho futebol, aquele que tem essa capacidade de ajudar, de ser solidários se entregar pelo time acaba sendo beneficiado – completou.
A insistência de Fernando Diniz para recuperar Brenner vem surtindo efeito. Com 14 gols no ano, o atacante é o artilheiro do São Paulo na temporada e o jogador mais eficiente do Brasil. Hoje, ele é titular absoluto do Tricolor.
LEIA TAMBÉM:
- São Paulo recebe consultas por André Silva, mas sinaliza que vai manter atacante para 2025
- Com parte do salário de Oscar, patrocínio máster vai render R$ 88 milhões ao São Paulo em 2025
- Conselho do São Paulo aprova novo contrato com a Globo para transmissão de jogos
- Em 2024, MorumBIS se consolida como palco de grandes eventos e bate recorde de média de público
- São Paulo visita o Paulistano pelo início do returno no NBB